28.02.22 - FALTAM 191 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 O século XVIII foi marcado pela explosão de várias revoltas no Brasil colonial, sinais da crise do sistema colonial e de seu desgaste em se ajustar às mudanças provocadas pela transição do capitalismo comercial para o capitalismo industrial. Os colonos passaram a reivindicar mais liberdade nos negócios e menos impostos. Apesar de alguns historiadores usarem o termo "revoltas nativistas", este não condiz com o contexto histórico da época, pois naquele tempo não havia ainda um sentimento de nacionalidade ou de patriotismo que unisse os brasileiros. O mais adequado é chamar esse conjunto de lutas que se deram em regiões próprias e possuíam interesses específicos de Revoltas Coloniais, distinguindo aquelas sem objetivo de separação política – que queriam apenas modificar aspectos do domínio português, reformando elementos do Pacto Colonial – daquelas que queriam romper o pacto colonial e libertar o Brasil de Portugal, efetivando a nossa emancipação política. Com exceção da Revolta de Beckman, que ocorreu no Maranhão em 1684, todas aconteceram no século XVIII, portanto no século anterior ao ano de 1822, quando se deu a Independência do Brasil. 🙋‍♂️🇧🇷🙋🏽‍♀️

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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27.02.22 - FALTAM 192 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

⏳🌎 O processo de emancipação política do Brasil, nome mais adequado ao que se costuma chamar de "Independência do Brasil", está inserido num contexto histórico de mudanças e transformações no cenário mundial. Os principais fatos que direta, ou indiretamente, influenciaram a nossa emancipação são: a Revolução Industrial Inglesa (meados do século XVIII), a Independência dos Estados Unidos da América (1776), a Revolução Francesa (1789), as Independências das colônias da América Espanhola (final do século XVIII e começo do século XIX) – com destaque para a Insurreição no Haiti (1804) –, as Guerras Napoleônicas, cuja uma das consequências foi a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1807. Sem esquecer das influências ideológicas da filosofia das luzes, mais conhecida como Iluminismo, que variam os salões europeus com discursos libertários e emancipacionistas. O Brasil não ficaria de fora dessas influências externas e logo elas acabariam por impulsionar a ideia de se romper os laços coloniais que nos prendiam à Lisboa. 💪👊💪

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26.02.22 - 193 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

👊⚜️ A Independência do Brasil se deu no começo do século XIX e foi influenciado por vários acontecimentos externos. O sistema colonial, baseado na exploração das colônias americanas pelas metropóles europeias, cujas principais características eram o monopólio comercial, a exportação de matérias-primas e metais preciosos para a Europa, e a escravização dos nativos africanos começava a dar seus sinais de desgaste. O capitalismo comercial, que predominou durante três séculos, cedia espaço para o capitalismo industrial, cuja principal fonte de riquezas vinha do processo de industrialização, da qual saíram pioneiros os ingleses em meados do século XVIII. O próprio sistema colonial não conseguia resolver a contradição interna entre desenvolver a colônia para produzir mais ou manter a dependência externa imposta pelos países europeus. O cenário econômico mundial estava mudando e com ele novos atores buscavam seus espaços. A busca por ouro e prata do colonialismo era aos poucos substituída pela busca de novas fontes de matérias-primas e de mercados consumidores. Assim como Portugal e Espanha saíram pioneiros na Expansão Marítima Comercial Europeia, agora seria a vez da Inglaterra sair na frente no processo de industrialização europeu. A chamada Revolução Industrial moldaria o mundo nos próximos séculos. 💰🏭

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25.02.22 - 194 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

💰🇬🇧 Benjamin Disraeli, político Conservador britânico, escritor, aristocrata e Primeiro-Ministro do Reino Unido, escreveu que "Colônias não deixam de ser colônias só porque ficaram independentes". E Jean Baptiste Say, economista francês, completou dizendo que “As verdadeiras colônias de um povo comerciante são os povos independentes de todas as partes do mundo”. Ambos, Disraeli e Say, deixam claro que o rompimento entre Brasil e Portugal, com a emancipação política em 7 de setembro de 1822, não representou, no entanto uma liberdade total, uma vez que o Brasil saía da dependência colonial portuguesa, mas caía no domínio capitalista dos ingleses. A mudança de regime político – de colônia para Império – não implicou também em mudanças na estrutura social. Os pobres e os escravos nada tiveram a comemorar no dia 8 de setembro, uma vez que a Independência só beneficiou os ricos e poderosos. D. Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon foi coroado Imperador do Brasil em 1º de dezembro de 1823, permanecendo no governo até 7 de abril de 1831, quando abdica do trono em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara, após um reinado marcado pelo autoritarismo e pela dependência econômica ao capital inglês. 😕💸💰💸🙁

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24.02.22 - 195 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

💪🏿✊🏾🧔🏿 As oligarquias rurais, donas de terras e de escravos, temiam um movimento popular semelhante ao que aconteceu no Haiti. Foi por isso que aceitaram o comando imposto por D. João VI, uma vez que com D. Pedro no poder teriam garantias seguras de nenhuma mudança na estrutura social. Formou-se então uma ampla articulação política para sustentar o desenrolar do processo de emancipação, que foi conduzido unicamente pelos latifundiários e políticos influentes ligados à aristocracia rural, como era o caso de José Bonifácio de Andrada e Silva, que aliás era extremamente conservador. As Cortes de Lisboa, uma assembléia constituinte portuguesa, era o principal inimigo dos emancipacionistas, e exigiam o retorno de D. Pedro a Portugal, além, é claro da recolonização do Brasil. A decisão de D. Pedro de ficar definitivamente no Brasil anunciada em 9 de janeiro de 1822 acirrou ainda mais as relações entre as Cortes de Lisboa e a Casa de Bragança no Brasil. O rompimento com a metrópole portuguesa estava cada vez mais próximo. 🇧🇷⚔️🇵🇹

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23.02.22 - 196 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

😤🇵🇹 Os portugueses não gostaram das mudanças que a Corte Joanina trouxe para o Brasil, pois não queriam perder seus privilégios sustentados com as riquezas exploradas do Brasil. Num ato de força, reivindicaram na Revolução do Porto, em 24 de agosto de 1820, à volta de D. João VI para Portugal, sob pena de perder o trono se resistisse. Mesmo a contragosto, D. João VI cedeu aos revoltosos, voltou à metrópole em 25 de abril de 1821, mas deixou seu filho D. Pedro de Alcântara como príncipe-regente. É muito famosa uma citação que diz que antes de partir dom João teria confidenciado a D. Pedro um pedido: “se o Brasil se separar, antes seja para ti, que hás de me respeitar do que para alguns desses aventureiros”. Nunca saberemos, se houve ou não, tal pedido, mas uma coisa era certa, D. João VI sabia que o processo de emancipação havia começado e era impossível barrá-lo, sendo assim, que ele fosse conduzido por uma pessoa ligada à Coroa, e não pelos nativos da terra, sob pena de transformarem o movimento numa revolução. 💪🏿✊🏾🧔🏿

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22.02.22 - 197 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🏭💰 A nova organização mundial do final do século XVIII e começo do século XIX, marcada pela passagem do Capitalismo Comercial para o Capitalismo Industrial, se refletiu nas articulações políticas do Brasil. Inspiradas pelos princípios do Iluminismo europeu, várias revoltas tentaram romper definitivamente o colonialismo português, como as Conjurações Mineira (liderada por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, em 1789) e Baiana (também conhecida como Revolta dos Alfaiates, em 1798), além é claro da Revolução Pernambucana de 1817, mas sem sucesso. A própria vinda (ou melhor, fuga) da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1807, escapando das tropas napoleônicas que invadiram Portugal, foi um desdobramento da nova configuração do cenário político europeu, desta vez disputada pela França napoleônica e pela poderosa Inglaterra industrializada. Como príncipe-regente, D. João assinou a Abertura dos Portos brasileiros às nações amigas (28 de janeiro de 1808), que na prática favoreceu apenas à Inglaterra, simbolizando o fim do Pacto Colonial. A Elevação a Reino Unido de Portugal e Algarves (16 de dezembro de 1815) foi mais um passo importante para a emancipação, uma vez que o Brasil deixava de ser colônia e ganhava a autonomia administrativa. 🙋‍♂️🏛️🙋‍♀️

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21.02.22 - 198 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🇺🇸💂‍♀️🇺🇸 A Independência dos Estados Unidos da América (1776) foi o primeiro dos movimentos de libertação nacional das Américas, onde houve de fato uma ruptura entre as relações colônia e metrópole. Os americanos (do norte) conseguiram impor a Inglaterra uma derrota singular numa guerra que se arrastou por sete anos, mas conseguiram formar um Estado Nacional capaz de caminhar com as próprias pernas, sem depender de ninguém. No Haiti, a experiência emancipacionista foi ainda mais revolucionária, ao contrário das outras colônias americanas, onde a Independência era conduzida por caudilhos, latifundiários e militares interessados em seus próprios interesses.  Um negro lavador de porcos, Toussaint L'Ouverture, conseguiu levantar a população, principalmente os mais excluídos, para participarem também do processo (1791-1801). O Haitianismo ficou como um sinônimo de revolta popular, encabeçada principalmente por negros e seus descendentes, capaz de fazer tremer a aristocracia rural, que vivia às custas do escravismo colonial. A Revolução Francesa de 1789, consolidou a burguesia como a nova força política europeia, derrocando de vez o Antigo Regime, que sustentava os privilégios da nobreza e do clero. 🛡️🚫💒

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20.02.22 - 199 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

🤴🗡️⚜️ No dia 7 de setembro de 1822, aproximadamente às 15 h, o príncipe-regente dom Pedro de Alcântara recebeu às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, duas cartas, uma de José Bonifácio de Andrada e Silva (político ligado à aristocracia rural) e outra de sua esposa, dona Maria Leopoldina. Nelas, ambos aconselhavam dom Pedro a anunciar a emancipação definitiva do Brasil em relação a Portugal, sob pena da Coroa Portuguesa forçar a voltar incondicional de dom Pedro à Lisboa. Após um longo discurso patriótico, D. Pedro teria concluído a cena com o famoso “grito do Ipiranga”: Independência ou Morte! Foi assim que aprendemos como o Brasil se tornou livre de Portugal, numa visão elitista da História, como se personagens únicos fossem responsáveis pelas grandes mudanças históricas, o que não condiz com a realidade dos fatos. A emancipação política do Brasil foi um longo processo que começou com a crise do sistema colonial europeu, após as mudanças econômicas ocorridas com a Revolução Industrial Inglesa, e a formação do pensamento liberal burguês europeu, responsável por movimentos como o Iluminismo e a difusão de ideias libertárias. 💪👊💪

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19.02. 22 - 200 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷 🤩🎉 2️⃣0️⃣0️⃣ 🎉🥳 🇧🇷

⚜️ 📆 Faltam 200 dias para comemorarmos os 200 anos da Independência do Brasil, um dos fatos mais importantes da nossa História, quando deixamos de ser colônia portuguesa e conquistamos a sonhada liberdade, há anos idealizada por Bernardo Vieira de Melo, pelos conjurados mineiros e baianos, colocada em prática em 1817 em Pernambuco e reafirmada na Convenção de Beberibe de 1821.

Foram 322 anos desde a chegada de Pedro Álvares Cabral até o grito do Ipiranga, quando rompemos os laços coloniais que nos prendiam à metrópole lusitana. Durante três séculos o Brasil que hoje conhecemos foi construído com a exploração da mão-de-obra escrava, a exportação de nossas riquezas naturais, a concentração fundiária e o genocídio dos povos indígenas.

O processo de emancipação política do Brasil não foi fácil, nem pacífico. Num dia como hoje, 19 de fevereiro, há exatos 200 anos as tropas portuguesas sob o comando do general Inácio Luís Madeira de Melo invadiram o Convento da Lapa em Salvador, na Bahia, e assassinaram à golpes de baioneta a sóror Joana Angélica, que se pôs em frente aos soldados para impedir que eles invadissem o convento. Era o começo da guerra da independência da Bahia, que se estenderia até 2 de julho de 1823 com a vitória dos baianos e a participação heroica de mulheres como Maria Quitéria de Jesus Medeiros e Maria Felipa, além é claro da própria Joana Angélica.

Nos próximos 200 dias, vamos contar a História da Independência brasileira, em 200 postagens diárias, numa contagem regressiva para o Bicentenário da Independência que será comemorado em 7 de setembro de 2022. Além de publicar nas principais redes sociais, as postagens ficarão organizadas no blog "Contagem Regressiva para o Bicentenário da Independência", onde poderão ser lidas e consultadas.

Nos próximos meses vamos nos debruçar sobre farto material histórico, de livros a jornais, de revistas a sites, etc... para celebrar este momento único que é o Bicentenário da Independência. Um trabalho feito com zelo e carinho para todos os que acompanham o projeto Muita História pra Contar nas redes sociais.

200 anos depois do grito do Ipiranga, precisamos refletir sobre o país que se formou, com suas realidades e contradições, para compreendermos quem somos e o que seremos nos próximos 200 anos. Revistar o passado é encontrar as nossas raízes e descobrir como pessoas comuns, que passariam anônimas nos livros, a exemplo de Maria Felipa e Maria Quitéria, também deram sua parcela de contribuição para que fôssemos livres de Portugal.

Começa hoje mais uma iniciativa, de minha autoria, para levar conhecimento histórico a partir das redes sociais. Espero que gostem e divulguem ao máximo estas postagens. ⏳❤️⌛

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