quinta-feira, 30 de junho de 2022

30.06.22 - FALTAM 69 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣6️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

🤴⚜️ O brado retumbante do 7 de setembro de 1822 dado pelo príncipe-regente D. Pedro ecoou na longínqua província da Bahia e será na ex-sede do governo-geral que será decidida a Independência do Brasil. Apesar de não ter sido o único foco de resistência à emancipação política – tivemos conflitos no Grão-Pará, no Piauí com Fidié, na província Cisplatina – foi na Bahia que a Guerra pela Independência ganhou contornos diferentes do que aconteceu no resto do país com personagens romanescos como Maria Quitéria, intrepídos como Maria Felipa, corajosos como Joana Angélica e até mesmo agraciados com o dom da deusa fortuna, com a sorte mesmo! (ficaram curiosos em saber quem foi? aguardem as próximas postagens!). Não é por acaso que o 7 de setembro do povo baiano é o 2 de julho, data na qual os portugueses retiraram seus navios da Baía de Todos os Santos e capitularam ante as tropas brasileiras comandadas por militares da terra e também por mercenários estrangeiros como Pierre Labatut e Lord Cochrane. A Bahia que legou Castro Alves, Jorge Amado e Carlos Marighella, também deixou um legado de batalhas épicas como Cabrito, Itaparica e a mais famosa delas: Pirajá, travada em 8 de novembro de 1822. Com uma localização geográfica privilegiada, exatamente no meio entre as províncias do norte e do sul, e com uma herança libertária, que vinha desde os panfletos revolucionários da Revolta de Búzios de 1798 (e que ainda se manifestaria na Revolta dos Malês de 1835, e parcialmente durante a Sabinada de 1837), a Bahia tinha uma parte importante a escrever no capítulo sobre a Independência do Brasil. E não estamos aqui para desmerecer os papéis desempenhados pelos mineiros durante a Conjuração Mineira de 1789 ou pelos pernambucanos que se rebelaram em 1817 e conquistaram a autonomia da província em 1821 após o resultado da Convenção de Beberibe. Afinal, estamos falando de um processo de emancipação, que levou anos, custou vidas, e forjou uma nação que hoje chamamos de Brasil! 💪👊

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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quarta-feira, 29 de junho de 2022

29.06 22 - FALTAM 70 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

💪👊 Desde 2007, Cachoeira passa a ser simbolicamente capital do Estado da Bahia no dia 25 de junho, por causa da Lei 10.695 – aprovada pela Assembleia Legislativa baiana, como forma de homenagear a cidade. Cachoeira, a Heroica, assim denominada pela lei nº 43, de 13 de Março de 1837, em virtude dos seus feitos, foi a Sede do Governo Provisório do Brasil pela primeira em 1822 e, novamente, em 1837, durante o levante da Sabinada, quando o médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira proclamou uma República provisória durante o período regencial. Junto a outros municípios do Recôncavo Baiano, como Saubara e Santo Amaro, Cachoeira protagonizou batalhas pela independência do país no século XIX, sendo uma das pioneiras no processo de emancipação política de Portugal. No dia 25 de junho de 1922, antecipando o Grito do Ipiranga, Cachoeira já proclamava o Príncipe D. Pedro I como Regente: estava lançada a semente, que frutificou em 2 de Julho de 1823, quando a Bahia definitivamente tornou-se livre do jugo português, após a capitulação das tropas comandadas por Inácio Luís Madeira de Melo, consolidando a Independência do Brasil. Desde 25 de junho de 1824, a cidade comemora esta data em memória e homenagem ao seu ato heroico de batalha pela independência. 💥💣🔥

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

🖼️ A imagem escolhida para retratar o post é a cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano.

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terça-feira, 28 de junho de 2022

28.06.22 - FALTAM 71 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 Após quatro dias de pelejas e refregas, os milicianos e o povo da Cachoeira (Bahia), dirigidos pelo coronel José Garcia Pacheco, tomam, depois de prolongado combate, a canhoneira portuguesa que desde o dia 25 de junho de 1822 disparava tiros contra a vila. Este combate foi o primeiro da Guerra da independência na Bahia. As vilas do Recôncavo vão aos poucos aderindo à Cachoeira. Salvador se torna alvo de maiores opressões do brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo, comandante das tropas portuguesas, e o êxodo da população para o Recôncavo é intensificado. As municipalidades se mobilizam, treinando tropas, erguendo trincheiras. Pelo sertão vinham adesões. Posições estratégicas são tomadas nas ilhas, em Pirajá e Cabrito. Itaparica, que já aderira, é bombardeada por ordem de Madeira de Melo. O povo foge, engrossando as hostes do Recôncavo. Em Cachoeira, é organizado um novo governo, para comandar a resistência, a 22 de setembro de 1822, sob a presidência de Miguel Calmon du Pin e Almeida (futuro Marquês de Abrantes). Em outubro de 1822, chega do Rio de Janeiro o primeiro reforço efetivo, sob o comando do general francês Pedro Labatut. A tropa era formada quase toda por portugueses, já que não existia um exército nacional. Seu desembarque foi impedido, indo aportar em Maceió (Alagoas), de onde veio, por terra, e conseguiu arregimentar mais soldados. Depois, Labatut é substituído pelo coronel José Joaquim de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias). Para quem acredita que a Independência se deu de forma calma e pacífica os eventos acima relatados desconstroem totalmente esta narrativa. 😮😒🙄

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

🖼️ A imagem escolhida para retratar o post é a cidade de Cachoeira, no Reconcâvo Baiano.

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segunda-feira, 27 de junho de 2022

27.06.22 - FALTAM 72 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

💰🇬🇧 Benjamin Disraeli, político Conservador britânico, escritor, aristocrata e Primeiro-Ministro do Reino Unido, escreveu que "Colônias não deixam de ser colônias só porque ficaram independentes". E Jean Baptiste Say, economista francês, completou dizendo que “As verdadeiras colônias de um povo comerciante são os povos independentes de todas as partes do mundo”. Ambos, Disraeli e Say, deixam claro que o rompimento entre Brasil e Portugal, com a emancipação política em 7 de setembro de 1822, não representou, no entanto uma liberdade total, uma vez que o Brasil saía da dependência colonial portuguesa, mas caía no domínio capitalista dos ingleses. A mudança de regime político – de colônia para Império – não implicou também em mudanças na estrutura social. Os pobres e os escravos nada tiveram a comemorar no dia 8 de setembro, uma vez que a Independência só beneficiou os ricos e poderosos. D. Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon foi coroado Imperador do Brasil em 1º de dezembro de 1823, permanecendo no governo até 7 de abril de 1831, quando abdica do trono em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara, após um reinado marcado pelo autoritarismo e pela dependência econômica ao capital inglês. 😕💸💰💸🙁

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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domingo, 26 de junho de 2022

26.06.22 - FALTAM 73 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

🌊🏘️ Orgulho de todos os baianos, Cachoeira encontra-se às margens do Rio Paraguaçu e é considerada Monumento Nacional, com diversas construções e espaços públicos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A cidade teve seu ápice no século XVIII e sua riqueza e diversidade cultural têm origem na grande presença de africanos, afrodescendentes e europeus na sua formação. Cachoeira foi a primeira vila brasileira a reconhecer D. Pedro como regente e defensor perpétuo do Reino do Brasil após uma consulta popular no dia 25 de junho de 1822. A reação portuguesa veio rápido com um ataque de uma escuna que estava ancorada no rio Paraguaçu que apontou os canhões e disparou contra a população, causando a morte de um soldado baiano. No dia seguinte ao ataque, 26 de junho de 2022 – portanto completando hoje exatos 200 anos – organizou-se uma Junta Interina Conciliatória e de Defesa, tendo por presidente Antonio Teixeira de Freitas Barbosa (depois barão de Itaparica) e por secretário o jovem advogado Antônio Pereira Rebouças (pai de abolicionista e engenheiro André Rebouças). Dentre os brasileiros que aderiram à Junta, destaque para Rodrigo Antônio Falcão Brandão, depois feito Barão de Belém, e Maria Quitéria de Jesus Medeiros, conhecida heroína das Guerras pela Independência na Bahia. A essa junta sucedeu um Conselho interino de Governo, composto de representantes das vilas que aderiram à Independência. Foi constituída uma caixa militar e exigiram ao comandante da escuna para que cessasse o ataque, obtendo como resposta uma ameaça. Os cachoeirenses pegaram em armas para defender sua cidade. Agora era tudo ou nada! 😨😤

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post é a cidade de Cachoeira, no Reconcâvo Baiano.

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sábado, 25 de junho de 2022

25.06.22 - FALTAM 74 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

🙋‍♂️🙋🏽‍♀️ Se tivéssemos uma cápsula do tempo e pudéssemos viajar hoje, dia 25 de junho, há 200 anos atrás e parássemos na vila de Cachoeira, localizada no Recôncavo Baiano, nos depararíamos com uma cena inusitada: a população havia ganho as ruas após a celebração de um Te-Deum festivo que celebrava a decisão tomada momentos antes na Câmara Municipal de reconhecer D. Pedro como Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, após uma consulta popular. A alegria terminou quando uma escuna portuguesa ancorada nas águas do rio Paraguaçu, a mando do interventor português Inácio Luís Madeira de Melo, disparou um tiro de canhão contra o local onde estavam os manifestantes, hoje chamado de campo da Aclamação, matando o soldado Manoel de Soledade, que tocava tambor, causando pânico entre o povo. O soldado não foi o primeiro a morrer na chamada Guerra pela Independência na Bahia – lembremos de Joana Angélica, a Abadessa do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa que foi assassinada por tropas lusitanas em 19 de fevereiro de 1822 –, marcada por confrontos épicos entre as tropas portuguesas comandadas por Madeira de Melo e as do Exército imperial comandadas por Pierre Labatut, Luís Alves de Lima e Silva, José Antônio da Silva Castro (conhecido como "Periquitão"), dentre outros; que lavaram de sangue patriota os campos de batalha em Cabrito, na ilha de Itaparica, e em Pirajá. Foi num dia como hoje, há exatos duzentos anos, que reunidos na Câmara Municipal de Cachoeira, Antônio de Cerqueira Lima, José Garcia Pacheco de Aragão, Antônio de Castro Lima, Joaquim Pedreira do Couto Ferraz, Rodrigo Antônio Falcão Brandão, José Fiúza de Almeida e Francisco Gê Acaiaba de Montezuma (futuro Visconde de Jequitinhonha) anunciaram o resultado do referendo popular da primeira vila brasileira reconhecendo autoridade do príncipe-regente D. Pedro no Brasil. O exemplo de Cachoeira serviu de inspiração para outras vilas e cidades do Recôncavo Baiano que aderiram à causa emancipacionista em 1822. 💣💥

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi "Primeiros Passos da Independência" de Antônio Parreiras.

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sexta-feira, 24 de junho de 2022

24.06.22 - FALTAM 75 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

🤴🗡️⚜️ No dia 7 de setembro de 1822, aproximadamente às 15 h, o príncipe-regente dom Pedro de Alcântara recebeu às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, duas cartas, uma de José Bonifácio de Andrada e Silva (político ligado à aristocracia rural) e outra de sua esposa, dona Maria Leopoldina. Nelas, ambos aconselhavam dom Pedro a anunciar a emancipação definitiva do Brasil em relação a Portugal, sob pena da Coroa Portuguesa forçar a voltar incondicional de dom Pedro à Lisboa. Após um longo discurso patriótico, D. Pedro teria concluído a cena com o famoso “grito do Ipiranga”: Independência ou Morte! Foi assim que aprendemos como o Brasil se tornou livre de Portugal, numa visão elitista da História, como se personagens únicos fossem responsáveis pelas grandes mudanças históricas, o que não condiz com a realidade dos fatos. A emancipação política do Brasil foi um longo processo que começou com a crise do sistema colonial europeu, após as mudanças econômicas ocorridas com a Revolução Industrial Inglesa, e a formação do pensamento liberal burguês europeu, responsável por movimentos como o Iluminismo e a difusão de ideias libertárias. 💪👊💪

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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quinta-feira, 23 de junho de 2022

23.06.22 - FALTAM 76 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

📜🏛️ O Palácio Maçônico, construído na década de 1840, é a sede do Grande Oriente do Brasil, fundado a 17 de junho de 1822, tendo como seus primeiros Grão-Mestres José Bonifácio de Andrada e Silva, seguido por D. Pedro I, Imperador do Brasil. O Palácio, aberto à visitação pública, é de estilo neoclássico e tem sua planta original atribuída ao arquiteto Grandjean de Montigny. Em 1831 após anos fechado por Dom Pedro I foi restaurado o Grande Oriente do Brasil.  José Bonifácio de Andrada e Silva foi novamente aclamado Grão Mestre e redigiu aos maçons do mundo e do Brasil um famoso "manifesto maçônico" pedindo a Unificação das lojas Maçônicas. Como já mencionamos nas postagens anteriores, a História da Maçonaria no Brasil é marcada por cisões e conflitos internos. Um exemplo disso é que em 1843, instalou-se o Grande Oriente do Brasil no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, e 20 anos depois (1863) cindiu-se o Grande Oriente, ficando uma facção na rua do Lavradio e outra na rua dos Beneditinos. Atualmente, o Palácio Maçônico mantém um museu em cujo acervo encontram-se retratos de maçons históricos, a Mesa onde Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant se reuniam para organizar o Golpe de 15 de Novembro de 1889, e uma das peças mais emblemáticas da História Monárquica brasileira: o trono maçônico usado por Dom Pedro I nas reuniões por ele presididas quando Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. 👑⚜️

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi a do Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro.

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quarta-feira, 22 de junho de 2022

22.06.22 - FALTAM 77 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

🤛 😠 🤜 Durou muito pouco a lua de mel do príncipe-regente D. Pedro com a Maçonaria. Seu temperamento intempestivo e o caráter autoritário, uma característica herdada da Casa dos Braganças, logo azedaram sua relação com seus pares maçônicos. Não é preciso ser um expert em ciência política para compreender que o espírito libertário da Maçonaria, que bebia na fonte da Revolução Francesa de 1789, com seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, não tinham nada a ver com a centralização do poder político ambicionada pelo pretendente a imperador do Brasil. Não era segredo de ninguém que D. Pedro admirava e se inspirava em nada menos do que Napoleão Bonaparte! Isso mesmo: o general francês que colocou sua família para correr de Lisboa em 1807, mas que acalentava na cabeça do príncipe-regente a ideia de formar um império nos trópicos, no outro lado do Atlântico – um dos trunfos de D. Pedro I foi conseguir que o país não se desfragmentasse após a emancipação em 1822. A falta de habilidade política do imperador colocou ele em rota de colisão com seus antigos aliados e em 21 de outubro de 1822 D. Pedro determinou a interrupção das atividades maçônicas no Brasil, apenas 17 dias após se tornar Grão-Mestre. A medida durou alguns dias (foi revogada no dia 25 do mesmo mês) mas foi o suficiente para arranhar a imagem e o prestígio do imperador dentro da sociedade secreta. O embate continuou, mas dessa vez nas dependências da Assembleia Constituinte de 1823, onde a maioria egressa da Maçonaria tentou, sem sucesso, emplacar um projeto constitucional que limitasse os poderes de Sua Majestade, o Imperador. Num ato de força, D. Pedro I dissolveu a Constituinte em 12 de novembro de 1823 (a famosa "noite da agonia) e impôs sua própria Constituição em 25 de março de 1825. O estrago estava feito e nada mais ajustava o confrade Guatimozim, como ele era chamado entre os maçons, com seus antigos apoiadores. Acuado pela oposição e sem apoio popular, D. Pedro I abdicou do trono em 7 de abril de 1831. Não faltam indícios de que os próprios maçons que o haviam ajudado na articulação pela Independência, também puxaram seu tapete em 1831. Coincidentemente, os dois nomes que ocuparam os cargos durante as regências unas de 1835 e 1837, eram... maçons! Estamos falando do padre Diogo Antônio Feijó e do pernambucano Pedro de Araújo Lima. O Grande Oriente do Brasil, que se considerava sucessor do Grande Oriente Brasílico (ou Brasiliano) de 1822 foi reinstalado em 23 de novembro de 1831. A Maçonaria continuará exercendo sua importância no cenário político durante todo o Segundo Reinado (1841-1889) e também durante a chamada República Velha (1889-1930). 💪🏛️

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi a do trono maçônico usado por D. Pedro I, atualmente guardado no Museu do Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro.

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terça-feira, 21 de junho de 2022

21.06.22 - FALTAM 78 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

🏛️👊 O processo de emancipação política do Brasil está diretamente ligado com a atuação da Maçonaria no cenário político da época. Os principais articuladores da ruptura eram maçons, incluindo José Bonifácio de Andrada e Silva, que foi o primeiro grão-mestre do Grande Oriente Brasil (na época chamada de Grande Oriente Brasílico), a primeira potência maçônica a se instalar no Brasil, José Clemente Pereira, Joaquim Gonçalves Ledo, e o próprio príncipe-regente D. Pedro, que inclusive foi iniciado na Maçonaria pelo próprio Bonifácio no dia 2 de outubro de 1822, na Loja Comércio e Artes, adotando o nome heroico de Guatimozim – em homenagem ao último imperador dos Astecas na região de Anahuac, área atual do México, que depois de supliciado, foi amarrado e lançado sobre brasas até morrer, em 1522, pelos invasores espanhóis liderados por Hernan Cortez. A ascensão de D. Pedro na Maçonaria foi, digamos bem meteórica: em menos de dois meses já era Grão-Mestre, o cargo mais elevado na hirarquia maçônica. As origens da Maçonaria no Brasil estão relacionadas com a chegada das ideias libertárias francesas do movimento iluminista, trazidas principalmente por estudantes egressos da Universidade de Coimbra (José Álvares Maciel, um dos participantes da Conjuração Mineira de 1789 é um exemplo disso). Sobre a questão de qual foi a primeira Loja Maçônica a se instalar no país, as respostas são bem divergentes, de acordo com a fonte pesquisada. Basicamente, pelo menos três nomes aparecem em destaque: o Areópago de Itambé que cita sua fundação em 1796 pelo médico paraibano Manuel Arruda da Câmara na cidade homônima no interior de Pernambuco; a Cavaleiros da Luz fundada em Salvador em 1797, cuja primeira reunião teria sido em uma fragata francesa denominada La Preneuse – da qual saíram os conspiradores da Conjuração Baiana de 1898 –; e a Reunião fundada no Rio de Janeiro em 1801. Vale lembrar que foi da junção de três Lojas do Rio de Janeiro (Comércio e Artes, União e Tranquilidade e Esperança de Nictheroy) – que se formou o Grande Oriente do Brasil, cuja sigla é GOB, e que se tornou na maior obediência maçônica (associação de Lojas Maçônicas) da América Latina. 👏👏

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segunda-feira, 20 de junho de 2022

20.06.22 - FALTAM 79 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣7️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

📺🎞️ Colocado pela historiografia tradicional como o principal protagonista do processo de independência brasileira, o príncipe-regente e futuro imperador D. Pedro Alcântara de Bragança, foi retratado várias vezes na teledramaturgia brasileira. Além do icônico D. Pedro I de Tarcísio Meira em "Independência ou Morte" (1972), o personagem apareceu nas seguintes produções: a novela Marquesa de Santos (1984) da extinta TV Manchete, na minissérie O Quinto dos Infernos (2002), no programa especial de final de ano O Natal do Menino Imperador (2008), e na novela Novo Mundo (2017), as três últimas veiculadas pela TV Globo. Apesar de pouco conhecida, existe também uma série produzida pela Fundação Cesgranrio e disponível no Amazon Prime Vídeo intitulada Brasil Imperial, com o ator niteroiense João Campany como D. Pedro. Marquesa de Santos da extinta Manchete trouxe um D. Pedro perdidamente apaixonado e manipulado por Domitila de Castro Canto e Melo, sua principal amante. Maitê Proença e por Gracindo Jr. dividiram os papéis principais da trama, que alavancou a audiência da emissora na época e a fez explorar mais este filão de dramas históricos com Dona Beija (1986), Xica da Silva (1996) e Kananga do Japão (1989). O mesmo estilo não se pode dizer da minissérie O Quinto dos Infernos, escrito por Carlos Lombardi, com um D. Pedro mais mulherengo, bebarrão, fanfarrão e que vivia às turras com seu irmão, Miguel. Com tom humorístico e algum conteúdo erótico, quase no estilo das pornochanchadas brasileiras da década de 1970, o seriado deu projeção inédita ao ator Marcos Pasquim, que contracenava com a Marquesa de Santos de Luana Piovani. O Natal do Menino Imperador foi um especial infantil que fechou o ano das comemorações do bicentenário da chegada da Família Real ao Brasil. A história traz D. Pedro II (Sérgio Britto) aos 65 anos, em seu exílio em Paris – ele foi deposto em 1889 –, contando ao neto Antônio (Rafael Miguel), na noite de Natal, uma das passagens mais marcantes de sua vida. 🥺😭

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domingo, 19 de junho de 2022

19.06.22 - FALTAM 80 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

🎬 🎞️ No dia 2 de setembro de 1972, portanto completando 50 anos nos próximos meses, era lançado no cinema brasileiro o longa "INDEPENDÊNCIA OU MORTE", a primeira produção cinematográfica nacional sobre o processo de emancipação política do Brasil - que pode ser assistida no Youtube. A película foi dirigida pelo cineasta Carlos Coimbra, que também dirigiu vários filmes do chamado "ciclo do cangaço" como A Morte Comanda o Cangaço (1960), Lampião, o Rei do Cangaço (1962) Cangaceiros de Lampião (1966) e Corisco , o Diabo Loiro (1969) e algumas adaptações de livros, como A Madona de Cedro (1968), da obra de Antonio Callado, e Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel (1978), de José de Alencar. O filme tinha claramente a pretensão de celebrar os 150 anos da Independência (mais uma efeméride pautando nas realizações artísticas e culturais do país) e apresentou aquilo que os militares esperavam de uma "obra oficial" sobre o tema – quem comandava o país era o general Emílio Garrastazu Médici, um dos mais duros do chamado regime militar. O filme teve boa repercussão de público: 2.975.476 espectadores no cinema, segundo dados da Embrafilme. No elenco, nomes icônicos da dramaturgia brasileira como Tarcísio Meira, dando vida ao protagonista Dom Pedro I e sua esposa Glória Menezes como a amante do imperador, a Marquesa de Santos. Maria Leopoldina foi interpretada por Kate Hansen e José Bonifácio de Andrada por Dionísio Azevedo. Uma das cenas mais memoráveis do filme certamente é a da declaração da independência, que se inspira na cena retratada na tela do pintor Pedro Américo. D. Pedro seria retratado mais vezes nas artes dramáticas, dessa vez nas telas televisivas com Gracindo Jr., em "Marquesa de Santos" (1984), Marcos Pasquim, em "O Quinto dos Infernos" (2002), Reynaldo Gianechinni, em "O Natal do Menino Imperador" (2008), e Caio Castro, em "Novo Mundo" (2017). Está previsto para setembro deste ano o lançamento do longa "A Viagem de Pedro", dirigido por Laís Bodanzky com distribuição da Vitrine Filmes e coprodução da Globo Filmes. O ator Cauã Reyomond interpretará o ex-imperador do Brasil em sua viagem de retorno a Lisboa após a abdicação em 1831. O longa promete trazer um lado mais intimista de D. Pedro I, com um ex-imperador doente e inseguro em busca de si mesmo. 😖😣

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sábado, 18 de junho de 2022

18.06.22 - FALTAM 81 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 Quem poderia imaginar que a derrota de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo (atual Bélgica), que hoje, 18 de junho de 2022, completa seus 207 anos, iria respingar na colônia portuguesa na distante América. A Batalha de Waterloo foi o combate final das Guerras Napoleônicas e pôs fim ao domínio francês sobre o continente europeu. Já falamos em postagens anteriores que Napoleão Bonaparte é provavelmente o personagem mais francês do processo de emancipação política do Brasil (espero que Pierre Labatut, que lutou bravamente nas guerras pela Independência na Bahia, não tenha se revirado no túmulo com minha afirmação!). Vamos lembrar que foram as tropas do Exército napoleônico sob o comando do general Junot que invadiram Portugal e forçaram a Corte Portuguesa a se transferir – ou fugir, para os lusos da época – para o Brasil, então colônia portuguesa em 27 de novembro de 1807. Bonaparte também era o sonho de consumo dos revolucionários pernambucanos de 1817, que tinham um plano mirabolante de libertá-lo do exílio na ilha de Santa Helena e trazê-lo para o Brasil. Antônio Gonçalves Cruz, o Cabugá, chegou a ir pessoalmente aos Estados Unidos buscar apoio para o movimento separatista pernambucano e também para libertar Napoleão, mas adivinha quem apoiou os norte-americanos contra os britânicos nas Guerras pela Independência dos Estados Unidos? Pois é. A França! Logo, os americanos do norte não iam querer pagar com ingratidão aos seus antigos aliados. E a ideia de libertar Bonaparte morreu antes mesmo de nascer... Após a derrota de Napoleão, o mapa geopolítico europeu foi redesenhado numa reunião chamada de Congresso de Viena (1814-1815) que reuniu as principais monarquias absolutistas europeias da época. Portugal também foi convidado, mas... para não fazer feio frente aos seus pares coroados da Europa fez questão de elevar o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves em 16 de dezembro de 1815, o que na prática significou o fim da colonização portuguesa no Brasil. Sem querer, Napoleão Bonaparte acabou dando um empurrãozinho para a Independência do Brasil, que viria a acontecer 7 anos depois, num dia 7 do nono mês do ano de 1822! 😳😨

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sexta-feira, 17 de junho de 2022

17.06.22 - FALTAM 82 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

🏛️🤔 Muitas pessoas já ouviram falar da MAÇONARIA. E o que aprendemos sobre ela é que se trata de mais uma sociedade secreta. Mas como pode ser secreta se é possível saber onde, quando, como eles se reúnem? Eu diria que a Maçonaria não é uma sociedade secreta, mas sim uma sociedade com segredos... Segredos esses que apenas os iniciados nela podem ter conhecimento. Existem muitas versões sobre a origem da Maçonaria. Uns dizem que ela remonta ao Egito dos faraós, outros dizem que ela surgiu entre os construtores do Templo de Salomão, porém numa coisa a maioria dos historiadores concordam: a maçonaria moderna (também chamada de franco-maçonaria) surgiu na França no final da Idade Média e comecinho da Idade Moderna entre os construtores das grandes catedrais, onde eles eram chamados de masson-livres (pedreiros-livres). É impossível falar de História Moderna e Contemporânea sem citar os maçons. Afinal, eles estiverem presentes em fatos históricos importantes como a Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa de 1879, no movimento Iluminista, etc. Aqui no Brasil, várias revoltas coloniais foram articuladas e planejadas dentro das chamadas lojas maçônicas, como por exemplos a Conjuração Mineira de 1989, a Conjuração Baiana de 1798 e a Revolução Pernambucana de 1817. O Processo de Emancipação Política do Brasil (a nossa independência) também teve um papel importante da Maçonaria. José Bonifácio de Andrada e Silva era maçon e coube a ele iniciar o futuro imperador D. Pedro na ordem, onde recebeu o título de irmão Guatemozin e empossado como grão-mestre. A Maçonaria também esteve presente no processo de proclamação da República no Brasil. Existem vários ritos na Maçonaria moderna (os mais seguidos são o Rito Escocês Antigo e o de York). Os locais de reunião são as lojas maçônicas. No Brasil, a Maçonaria é organizada pelo GOB - Grande Oriente do Brasil, que completa hoje, 17 de junho de 2022, seus duzentos anos de fundação. Aqui em Pernambuco quem organiza é o GOPE - Grande Oriente de Pernambuco. Entre nós, um dos grandes maçons foi sem dúvida o Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, ou Frei Caneca, líder da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador de 1824. 💪👊

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quinta-feira, 16 de junho de 2022

16.06.22 - FALTAM 83 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

🤴🤝🧓 A amizade entre José Bonifácio de Andrada e Silva e D. Pedro I azedou quando começaram os trabalhos da Assembleia Constituinte em 3 de maio de 1823. Em comum, ambos tinham um gostinho pelo poder, e o filósofo inglês John Locke (1632-1704) já alertava que poder em excesso, também corrompe em excesso. A solução seria a tripartição dos poderes formulada pelo filósofo francês Montesquieu (1689-1755), que atribuía funções distintas para cada poder: elaboração das leis, competência do legislativo; aprovação e colocação delas em prática, executivo; e fiscalização e ordenamento das leis aprovadas seria da alçada do Judiciário. Montesquieu também deixava claro que todos os poderes deveriam ser harmônicos e equilibrados, ou seja, não haveria um mais importante que o outro. O projeto constitucional elaborado por Bonifácio e seus pares na Assembleia Constituinte de 1823 propunha limites ao poder exercido pelo imperador e isso desagradou D. Pedro I que queria uma Constituição que reforçasse o autoritarismo dos Braganças. Com o apoio de seus patrícios portugueses e das tropas imperiais, o imperador mandou dissolver a Assembleia Constituinte na madrugada para o amanhecer de 12 de novembro de 1823, episódio que ficou conhecido como "noite da agonia". Os irmãos Andradas, José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos acabaram presos. José Bonifácio foi banido e exilou-se na França, por seis anos. De volta ao Brasil, foi residir na ilha de Paquetá, reaproximando-se de D. Pedro I que após abdicar ao trono, indicou-o como tutor de seu filho (futuro D. Pedro II). Suspeito de participar da conspiração que pretendia restaurar D. Pedro I, foi acusado de crime político e preso em 1833, sendo julgado e absolvido por unanimidade. Em seus últimos dias de vida mudou-se para cidade de Niterói, onde faleceu em 6 de abril de 1838 aos 75 anos. 😓🖤

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quarta-feira, 15 de junho de 2022

15.06.22 - FALTAN 84 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

💪🏛️ A atuação de José Bonifácio de Andrada e Silva na articulação para chegar ao desfecho da separação política entre a colônia brasileira e a metrópole portuguesa é inegável. Da sua atuação como deputado provincial nas cortes portuguesas, passando pelo de presidente da junta governativa de São Paulo (1821)  ao cargo de ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros (janeiro de 1822 a julho de 1823) a acessor pessoal do príncipe-regente foi mesmo uma meteórica carreira de sucesso no campo parlamentar. Algo que não pode deixar de ser mencionado é a participação de Bonifácio na Maçonaria, que ele conheceu quando estudante em Coimbra. Foi por meio dele que D. Pedro foi iniciado nos mistérios da sociedade secreta. E foi dentro das Lojas Maçônicas que foram gestados os planos e passos que resultaram na emancipação política. Na verdade, Bonifácio era a pessoa certa para os propósitos de D. Pedro, uma separação com os Braganças no poder e que mantivesse a estrutura social que sustentou durante séculos a colônia, ou seja, latifúndios e escravos! Numa época em que nem os defensores da separação política tinham uma posição unânime sobre os destinos do país pós-emancipação e se dividiam entre monarquistas e republicanos, liberais moderados e liberais exaltados, a figura de José Bonifácio, um maçon, monarquista, constitucionalista, adepto das ideias iluministas, caía como uma luva para apaziguar os ânimos dos mais revolucionários e abafar aqueles que queriam mudanças mais radicais. A aproximação com a esposa de D. Pedro, Maria Leopoldina, aumentou ainda mais seu prestígio na corte. Entretando, a medida que aumentava sua atuação palaciana, crescia também o número de inimigos, desafetos declarados como a Marquesa de Santos, Domitila de Castro Canto e Melo, ou que atuavam nos bastidores sua queda. Como político Bonifácio era inteligente, mas não abria mão de alguns príncipios como a limitação dos poderes do rei por uma Constituição. E é nessa rota que ele e D. Pedro I, agora como imperador do Brasil, entrarão numa colisão que mudará os rumos do chamado Primeiro Reinado (1822-1831). 😨😤

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terça-feira, 14 de junho de 2022

14.06.22 - FALTAM 85 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

🧓⌛ José Bonifácio de Andrada e Silva é um dos personagens que não podem deixar de ser mencionados quando o assunto é processo de emancipação política do Brasil, não por acaso ele é chamado de "Patriarca da Independência". Ele nasceu em 13 de junho de 1763 na cidade de Santos, litoral paulista – dizem que isso motivou D. Pedro I a dar o título de Marquesa de Santos a Domitila de Castro Canto e Melo, amante do imperador e desafeto declarado de José Bonifácio. Apesar de origens modestas, ao contrário do que muitos dizem, Bonifácio conseguiu estudar na Universidade de Coimbra em Portugal, onde se formou em ciências naturais e direito, destacando-se na área de mineralogia. Entre os bancos da universidade teve os primeiros contatos com a Maçonaria, uma sociedade secreta, que abrigava em seu seio libertários e revolucionários influenciados pela Filosofia das Luzes do século XVIII. Com o apoio da própria corte portuguesa, ele viajou pela Europa por vários anos, acumulando conhecimentos e pesquisas, o que fez dele um cientista conhecido e consagrado. De volta à Universidade de Coimbra, deu aulas de metalurgia, em um cargo criado especialmente para ele. Foi intendente-geral das minas de Portugal e chegou a chefiar a polícia da cidade do Porto. Já com 56 anos, Bonifácio retornou ao Brasil em 1819, e encontra o país governado por D. João, que havia se instalado aqui desde 1808. Com a Revolução Liberal do Porto em 1820 e a formação da Assembleia Constituinte portuguesa, as Cortes de Lisboa, representantes das províncias brasileiras são eleitas para tomar nela assento, e José Bonifácio foi um desses delegados provinciais. Começa então a exitosa carreira política do santista ilustrado forjado nas terras europeias e que viria a protagonizar um dos episódios mais importantes da História do Brasil. ⚜️👑

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segunda-feira, 13 de junho de 2022

13.06.22 - FALTAM 86 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

📜⚜️ Às (quase) margens do riacho Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro recebeu duas cartas, sendo uma delas com a seguinte ameaça: "Senhor, as Cortes ordenaram minha prisão, por minha obediência a Vossa Alteza. A revolução já está preparada para o dia de sua partida. Se parte, temos a revolução do Brasil contra Portugal, e Portugal, atualmente, não tem recursos para subjugar um levante, que é preparado ocultamente, para não dizer quase visivelmente". Em outra mensagem, esta datada de 1° de setembro de 1822, o aviso era bem claro: "O dado está lançado: de Portugal não temos a esperar senão escravidão e horrores. Venha V.A.R. quanto antes e decida-se, porque irresoluções, e medidas d'água morna, à vista desse contrário que não nos poupa, para nada servem, e um momento perdido he uma desgraça". Por trás das mensagens estava um homem visionário que estava além de seu tempo. Numa época de escravismo, ele defendeu a gradual abolição. Num país que começou dividido em sesmarias e capitanias, ele pontou a necessidade de uma reforma agrária. Após anos de devastação e exploração desordenada das florestas e matas, ele defendia a preservação da cobertura vegetal, principalmente da mata Atlântica. Foi um dos primeiros a defender a ideia da transferência da capital do litoral para o interior do território, como forma de integrar mais o país. Nos livros ele é mencionado como o Patriarca da Independência. Um homem, muitas facetas: advogado, minerológo, político, maçon, deputado pelas cortes de Lisboa, constituinte de 1823, confidente da Imperatriz Leopoldina – mas nunca seu affair ou amor platônico como foi maldosamente retratado na novela Novo Mundo exibida pela TV Globo em 2017 –, amigo do Imperador D. Pedro I, depois virou seu principal opositor, e anos depois tutor de seu filho, o príncipe herdeiro D. Pedro, que seria coroado como D. Pedro II. Se estivesse vivo, estaria no seu 259° aniversário. Mas os homens não são eternos, apenas seus feitos e ideias permanecem na memória e na História. E JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA tem muita história pra contar no processo que culminou com a separação política entre a colônia brasileira e a metrópole portuguesa. 💪👊

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domingo, 12 de junho de 2022

12.06.22 - FALTAM 87 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

💔✍️ Camões tinha razão quando escreveu que "Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer". Se bem que o coração tem razões que a própria razão desconhece e nada mais português do que romances impossíveis, como o do infante Pedro e Inês de Castro, ou paixões avassaladoras como a de D. Pedro e Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos. O amor português regado a vinho do Porto esteve presente na corte dos Braganças no Brasil, seja não-correspondido, como no caso de D. João VI e Carlota Joaquina, seja oficial e formal como D. Pedro I e Maria Amélia (sim, ele mesmo escreveu que ela era o amor de sua vida), ou escandalizando a corte, como D. Pedro e Domitila, que aliás trocavam cartas carregadas de romance... e luxúria – alguns trechos dessas cartas são impublicáveis para menores de 18 anos! Ele assinava como Demonão, e ela, como Titília, o casal mais famoso do primeiro reinado, alvo dos olhares recalcados das damas da sociedade carioca e da raiva de José Bonifácio de Andrada e Silva, amigo e confidente da Imperatriz Maria Leopoldina. Domitila de Castro não seria a primeira a ser a segunda na vida de um monarca. Outras fizeram esse papel: Ana Bolena, Madame de Pompadour, Condessa de Barral, etc. A "outra" sempre presente nas relações afetivas dos reis e imperadores. A fidelidade conjugal nunca foi uma virtude de D. Pedro, aliás ele sempre foi um homem de muitas mulheres (a bailarina francesa Noémi Thierry, foi uma das primeiras, da qual tivera um filho dele que nasceu morto em Recife). A aventura amorosa de D. Pedro e Domitila terminou em 24 de agosto de 1829, quando ele rompeu com ela para se casar com Maria Amélia – Maria Leopoldina havia morrido anos antes, em 11 de dezembro de 1826. 😓🖤

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sábado, 11 de junho de 2022

11.06.22 - FALTAM 88 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

🤴💔👸 E viveram felizes para sempre! Assim termina a maioria dos contos de fadas e seus casamentos majestosos, com seus príncipes e princesas subindo ao altar para exaltar o amor romântico, uma herança dos escritos mediavalescos europeus que se incorporou à mentalidade moderna. A realidade era bem distinta do que se lê nos contos de fadas e se vê nas produções hollywoodianas nos casamentos reais. A começar que eles eram mais do que uma relação afetiva, e sim acordos diplomáticos, cuidadosamente negociados para unir membros de diferentes famílias monárquicas. A casa de Habsburgo – também chamada de Casa da Áustria – ficou conhecida pelos casamentos consanguíneos (9 ao todo), tanto que a sua linhagem ficou marcada por deformações e doenças que foram passadas a cada geração, sendo que a mais famosa delas é a mandíbula de Habsburgo. Dentre os casais Braganças que tiveram um papel importante no processo de emancipação política do Brasil citamos D. João VI e sua esposa, a rainha Carlota Joaquina; e D. Pedro I e sua esposa, a Imperatriz Maria Leopoldina (por sinal, membra dos Habsburgo). Ambos tiveram relacionamentos turbulados, marcado por traições, camas separadas, e até uma tentativa de golpe por parte de Carlota Joaquina. D. Pedro I então, era conhecido pela sua lascívia na corte. Homem de muitas amantes, e de muitos bastardos também. O que sobrava no filho... faltava no pai!!! Muito mais preocupado com os negócios da coroa e com a mãe adoentada, ele pouco pulava a cerca, como se diz popularmente. A vida privadas desses personagens importam? Aparentemente não, mas quantas decisões que mudaram os rumos de impérios, batalhas, e revoluções não foram tomadas dentro da alcova, entre lençóis e travesseiros, quando os homens do poder se despiam de suas funções autocráticas e se entregavam aos prazeres mundanos com suas esposas, amantes, concubinas, prostitutas, etc.? 🫣🔞

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sexta-feira, 10 de junho de 2022

FALTAM 89 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣8️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

👊🤔Como explicar uma independência feita por um príncipe português, de uma dinastia portuguesa, que nos libertou de uma metrópole portuguesa? Que estranhos laços unem Rio de Janeiro (capital brasileira em 1822) e Lisboa a ponto de que mesmo separadas pelo Atlântico, um pai e seu filho - D. João VI e D. Pedro, respectivamente - decidirem os destinos de dois países extremamente distintos, um gigante pela própria natureza, e outro herdeiro da tradição visigótica-sarracena, estendida para o mar de sua posição privilegiada na ponta de Gibraltar. Não se trata aqui de exaltar ou romantizar três séculos e alguns meses de colonização (1532-1815), mas é impossível negar que de nossos pares lusitanos herdamos mais do que o gosto pelo vinho, pelo óleo de oliva e pelo bacalhau. Tomamos um idioma, que veio do Latim - a última flor do Lácio -, assimilamos costumes e tradições, adotamos uma crença católica apostólica romana, copiamos uma estrutura jurídica que até hoje alinha como administramos a lei e a ordem nacional. Brasil e Portugal. Portugal e Brasil. Encontros e desencontros. Cobrimentos e descobrimentos. Colônia e metrópole. Quantos paradoxos entre dois países que a Expansão Marítima Mercantil Europeia do século XVI aproximou, juntou, amalgou, forjou... E hoje, mesmo quase 200 anos depois daquele grito intempestivo do rapazinho odiado das Cortes de Lisboa, continuam entrelaçados pela amizade, pelo respeito, e pela solidariedade. Brasileiros e portugueses representam mais do que dois povos, ou duas nações, mas irmãos que juntos construíram uma grande História, com seus feitos e defeitos, picos e épicos, lembranças e lambanças... que vão além do ranço e rancor que possam ter ficado após três séculos de dominação. 🇧🇷🤜🤛🇵🇹

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quinta-feira, 9 de junho de 2022

09.06.22 - FALTAM 90 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

📆⌛ Chegamos aos 90 dias na contagem regressiva para o 7 de setembro de 2022, quando celebraremos o Bicentenário da Independência do Brasil. Se pudéssemos voltar no tempo e parar em 1822, exatamente três meses antes do famoso grito às (quase) margens do Ipiranga viveríamos um período tenso e intenso, com enredos que fariam inveja a qualquer novela das nove. Nos próximos três meses D. Pedro conheceria o amor de sua vida, Domitila de Castro Canto e Melo, numa viagem a Santos, se sentiria sozinho e impotente diante das Cortes de Lisboa escrevendo ao pai para que agilizasse sua volta, mas em outras ocasiões ousa desafiar seus pares lusitanos decretando que quaisquer tropas portuguesas ou de outras nações que desembarcassem no Brasil sem sua autorização seriam tratadas como inimigas de guerra a partir do dia 1° de agosto. No dia seguinte, 2 de agosto, ele inicia sua jornada mística pelos mistérios da Maçonaria na Loja Comércio e Artes, incentivado por José Bonifácio de Andrada e Silva, que o recebe com o nome simbólico de Guatimozim. E finalmente no dia 13 de agosto (algumas fontes mencionam o dia 14), ele parte do Rio de Janeiro rumo a São Paulo numa viagem que ficaria marcada para sempre na História do Brasil. Lembrando a famosa citação de José Bonifácio: "o pomo está maduro colhe-o já senão apodrece", vemos que estava chegando a hora decisiva. Se se curvasse, voltaria para Lisboa como um "rapazinho mimado e desaventurado" que fracassou na regência ao qual fora destinado pelo próprio pai quando voltou para Portugal – "Pedro, se o Brasil se separar antes seja para ti que me hás de respeitar do que para algum desses aventureiros", frase dita por D. João VI ao seu filho dias antes da partida. Se permanecesse, deixaria de ser um príncipe-regente para ser mais um imperador na Casa dos Braganças, com um diferencial: teria pela frente um reino, mas faltava amalgar um povo como nação, e numa multifacetada colônia conciliar interesses tão controversos e diversos, como o liberalismo econômico e a manutenção do escravismo, a liberdade revolucionária iluminista e o absolutismo dos Braganças, uma América republicana e um único país monarquista. Óbvio que não faltariam intrigas palacianas, romances intensos, acordos pouco convencionais, e é claro grandes e épicas batalhas onde centenas derramariam seu sangue e doariam sua vida pela liberdade do Brasil. A Independência que não se fez apenas de um grito, mas de vidas cujas histórias vamos visitá-las nos próximos três meses, os últimos que faltam para completar a caminhada rumo aos 200 anos de emancipação política do Brasil.

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quarta-feira, 8 de junho de 2022

08.06.22 - FALTAM 91 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

📖🧐 Como mencionamos na postagem anterior, o médico e jornalista baiano Cipriano Barata acabou sendo preso por causa de sua participação na Conjuração Baiana de 1789. De volta à vida pública, Barata foi eleito pela Bahia para o cargo de deputado nas Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, convocadas em 1821 em decorrência da Revolução do Porto, para elaboração de uma nova Constituição para Portugal e seus domínios ultramarinos. Contrário à política de regeneração proposta pelas Cortes Gerais, adotou postura radical e, ao lado de cinco outros deputados, negou-se a assinar a Constituição portuguesa e fugiu para o Brasil. Retornou em dezembro de 1822, e deu início à carreira de jornalista, ofício que lhe deu bastante destaque. Escreveu na Gazeta de Pernambuco e em seu próprio jornal, lançado em abril de 1823, Sentinela da Liberdade na Guarida de Pernambuco. Opôs-se abertamente ao governo imperial e às posturas absolutistas de D. Pedro I. Foi eleito deputado pela Bahia mais uma vez, mas recusou-se a participar da Assembleia Constituinte de 1823, que acabou sendo dissolvida por D. Pedro. Perseguido em razão de sua postura política oposicionista, foi preso diversas vezes. Permaneceu na prisão por sete anos em razão de sua recusa em assumir o lugar de deputado constituinte (1823-1830), voltando a ser preso em 1831 e em 1833. Mesmo na prisão, não deixou de publicar seu jornal, com diferentes nomes de acordo com o lugar em que estava – em 1830 o jornal dele ganhou o nome de Sentinela da Liberdade na Guarita do Quartel-General de Pirajá. Mudou-se para Recife, após sua última prisão, onde continuou a editar o Sentinela da Liberdade. Em 1836 transferiu-se para Natal, tendo se afastado da política e do jornalismo, trabalhando como médico e professor de francês no Ateneu Norte Rio Grandense. Morreu em 7 de junho de 1838, aos 76 anos de idade. Cipriano teve uma morte lenta e dolorida e no final da vida delirava realizando discursos, como se ainda estivesse nas Côrtes de Lisboa. Depois de falecido, vestiram-no de casaca e o enterraram com toda honra na soleira da Igreja do Senhor Bom Jesus, na Ribeira, Natal. ⚰️✝️

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi a de Cipriano Barata.

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terça-feira, 7 de junho de 2022

07.06.22 - FALTAM 92 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

📖✍️ Quando Bertold Brecht, dramaturgo alemão, escreveu que os homens que lutam toda a vida são os imprescindíveis, talvez ele não tenha se referido diretamente ao médico e jornalista Cipriano Barata, cuja morte completa hoje, dia 7 de junho de 2022, seus 184 anos; mas com certeza a descrição do poema caí como uma luva sobre ele, que não por acaso ficou conhecido como o "homem de todas as revoluções". Segundo o historiador pernambucano Amaro Quintas, Barata era "irriquieto e combativo". Constava inclusive que por repudiar traços de qualquer outra Metrópole, usava roupas feitas apenas com tecidos do Brasil. Cipriano José Barata de Almeida nasceu em Salvador, na Bahia em 26 de setembro de 1762, filho de uma família abastada. Ele se formou em medicina na Universidade de Coimbra, mas foi com a escrita jornalística que ele se destacou na História brasileira. Alguns autores apontam que teria sido membro da loja maçônica Cavaleiros da Luz, uma das primeiras fundada no Brasil, em 1797. Sob a pena de Barata saíram artigos jornalísticos que defendiam aquilo que para a época, final do século XVIII e início do século XIX, soavam indefensáveis: a ideia de um Brasil independente de Portugal, o fim da monarquia e da escravidão. O primeiro embate de Barata seria na Conjuração Baiana de 1798, também chamada de Revolta dos Alfaiates ou Revolta de Búzios. O movimento pregava ideias igualitárias e republicanas em Salvador através de panfletos afixados nas portas das Igrejas. Sufocado pelas tropas legalistas da Coroa Portuguesa sob as ordens de D. João, Cipriano Barata conseguiu escapar da pena capital, da qual foram condenados à forca: Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens, João de Deus Nascimento (todos negros e pardos); mas acabou preso durante um ano e teve seus bens confiscados e sua biblioteca apreendida. 😦😧

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi a de Cipriano Barata.

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segunda-feira, 6 de junho de 2022

06.06.22 - FALTAM 93 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

🤴🏛️ A presença da corte joanina no Brasil entre 1808 e 1821 deixou marcas indeléveis para as artes e a cultura brasileiras, sendo uma delas a criação em 6 de junho de 1818, completando hoje seus 204 anos, do Museu Real (hoje denominado Museu Nacional) com a função de "propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais no Reino do Brasil que encerra em si milhares de objetos dignos de observação e exame e que podem ser empregados em benefício do comércio, da indústria e das artes" (trecho do decreto de criação do museu). Foi nomeado como seu primeiro diretor Frei José Batista da Costa Azevedo, franciscano e professor de botânica e zoologia da Academia Real Militar. Para seu estabelecimento, foi adquirida pela Coroa uma casa oferecida pelo influente comerciante João Rodrigues Pereira de Almeida, futuro barão de Ubá, no campo de Santana, localizado na Praça da República, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Em 1892 o museu foi transferido do campo de Santana para o Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, cujas dependências serviram como residência da Família Real Portuguesa de 1808 à 1822. O museu abrigou também a Família Imperial brasileira de 1822 à 1889 e sediou a primeira Assembleia Constituinte Republicana entre os anos de 1889 a 1891. Em 1946, o Museu foi incorporado à UFRJ (na época Universidade do Brasil) pelo Decreto-Lei 8.689, de 16 de janeiro. Em 2018, quando deveria comemorar seu bicentenário, o Museu Nacional sofreu com um incêndio no dia 2 de setembro que atingiu obras e peças raras, além de sua estrutura, perdendo 85% de seu acervo, uma tragédia museológica que consumiu 537 mil livros, fora múmias que foram presenteadas a D. Pedro II e todo o material botânico coletado desde os tempos da imperatriz Teresa Cristina. A apuração das causas do incêndio apontou para o sobreaquecimento do ar condicionado provocado por um curto-circuito. O incêndio durou sete horas e não teve vítimas humanas. O único objeto que conseguiu resistir ao fogo foi o meteorito de Bedengó, o maior encontrado no Brasil, que foi encontrado intacto entre os escombros. O local atualmente passa por um processo de restauração e já possui mais de 10 mil peças resgatadas. A reabertura está programada para setembro de 2022 quando será comemorado também o Bicentenário da Independência.  👏👏👏

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domingo, 5 de junho de 2022

05.06.22 - FALTAM 94 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

🙋‍♂️💯 No primeiro centenário da Independência (1922), o presidente da República na ocasião, Epitácio Pessoa, fez da efeméride o carro-chefe da propaganda de seu mandato. Entre inúmeras atividades culturais, o Estado brasileiro realizou a Exposição Internacional do Centenário da Independência em 1922, inaugurada em 7 de setembro, no Rio de Janeiro, que contava com expositores de treze países de três continentes. O espírito comemorativo tomou conta do país. Em São Paulo, nomeado em 1917 diretor do Museu Paulista (o "Museu do Ipiranga") justamente para cuidar das comemorações do centenário, que aconteceriam cinco anos depois, o historiador Afonso D`Escragnolle Taunay coordenou várias ações importantes, entre os quais Oscar Pereira dos Santos, Domenico Failutti, Rodolfo Amoedo, Aurélio Zimmermann e Henrique Bernadelli. A ditadura civil-militar que assolou o Brasil entre 1964 e 1985 se apropriou da data do sesquincentenário da Independência (1972) para revigorar sua cartilha ideológica do progresso e do patriotismo. Campanhas cívicas da época eram lançadas no 7 de setembro com bordões como: "Este é um país que vai para frente" e "Brasil: ame-o ou deixe-o". Já no governo militar do general Médici, foi feita a transladação dos restos mortais de D. Pedro I de Portugal para o Brasil. Aqui, em uma espécie de culto "necrocívico", suas ossadas perambularam país afora. quando se reforçou a ideia do primeiro imperador do Brasil como fundador da nacionalidade brasileira. A ideia não foi bem recebida pelos pernambucanos, que através do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAGHPE) pediu que o navio com os restos de D. Pedro I passassem longe de Pernambuco, que por duas vezes foi penalizado pelos Braganças: perdeu Alagoas em 1817 por causa da Revolução Pernambucana no mesmo ano, e a Comarca de São Francisco em 1824 por causa da Confederação do Equador, ambas como formas de punir a rebeldia dos pernambucanos, que ficaram com a fama de "Leão do Norte". Os militares recusaram o pedido e o navio passou por Recife, para indignação do povo pernambucano. 😠😤

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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sábado, 4 de junho de 2022

04.06.22 - FALTAM 95 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🙋‍♂️⏳ Em tempos de Bicentenário da Independência nem sempre lembramos do Centenário da Independência ocorrido há exatos 100 anos em 1922. O Brasil estava no governo de Epitácio Pessoa (1919-1922), paraibano de Umbuzeiro, que conseguiu chegar à presidência numa época em que paulistas e mineiros se revezavam na cadeira presidencial com a chamada "política do café-com-leite" – apesar da proeza de ter sido o único que não era mineiro, nem paulista, ele venceu com o apoio do Partido Republicano Mineiro. Artistas, músicos, escritores, pintores se reuniram entre 13 e 17 de fevereiro nos salões do Teatro Municipal no Rio de Janeiro durante a Semana de Arte Moderna, que agitou os segmentos intelectuais da época com uma proposta de romper com os padrões estéticos importados da Europa e fazer uma arte genuinamente brasileira, incorporando nela temáticas ligadas ao país. Militares descontentes com os rumos da República Oligárquica, período que se iniciou com a presidência de Prudente de Moraes em 1894 e termina com a deposição de Washington Luís em 1930, articularam uma série de levantes e motins que entraram para a História com o nome de Tenentismo. E no dia 5 de julho começaram uma Revolta no Forte de Copacabana, também conhecida como os 18 do Forte, primeiro levante tenentista que culminou com a morte dos 16 que marcharam contra as tropas legalistas (entre os tenentes apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram). 1922 foi mesmo um ano bastante conturbado e dentre as perdas que tivemos devemos lembrar do escritor Lima Barreto, autor de obras clássicas da literatura brasileira como Clara dos Anjos, Os Bruzundungas e o célebre Triste Fim de Policarpo Quaresma. 🧐📚

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sexta-feira, 3 de junho de 2022

03.06.22 - FALTAM 96 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

⚖️📜 200 anos nos separam do dia em que D. Pedro, ainda como príncipe-regente, convocou a primeira Constituinte brasileira, exatamente hoje dia 3 de junho do ano da graça de 2022 (era assim que os cronistas antigos escreviam). A ideia não era original de sua alteza pedrina, algumas semanas antes Gonçalves Ledo já havia cantado essa pedra na reunião do Senado no Rio de Janeiro, mais precisamente no dia 23 de maio, coincidentemente no dia em que explodiu no interior da província de São Paulo a Bernarda de Francisco Inácio, que já mencionamos nas postagens dessa contagem regressiva (quando faltava 107 dias para o Bicentenário). Mas convocar uma Constituinte e fazer ela funcionar são coisas bem distintas. A prova disso é que apenas em 3 de maio de 1823, quase um ano depois, é que ela teve sua primeira sessão, e mesmo assim com pouco mais da metade dos deputados presentes, pois algumas províncias ainda estavam em guerra. No total, tomaram assento 84 deputados, escolhidos a partir de eleições provinciais realizadas de acordo com uma regulamentação elaborada por José Bonifácio de Andrada e Silva que previa um total de 100 deputados. Deputados posteriormente eleitos pelo Maranhão, Pará, Piauí e Cisplatina nem chegaram a tomar posse. Os Constituintes de 1823 conseguiram aprovar 38 projetos de lei, dos quais apenas 6 se tornaram leis efetivamente aprovadas (em 20 de outubro). Em 15 de setembro começaram a discutir um projeto de Constituição, mas como este limitava os poderes de D. Pedro I, acabou criando uma série de divergências entre os parlamentares e o imperador, que resultaram na dissolvição da Assembleia Constituinte na madrugada de 12 de novembro de 1823 – que entrou para a história como a "Noite da Agonia". Vários deputados foram presos e alguns até expulsos do Brasil como os irmãos Andradas. O destaque dessa Assembleia foi Cipriano Barata, figurinha carimbada quando o assunto era revolução e oposição! Suas ideias eram expostas, por ele mesmo, no jornal de sua propriedade: Sentinela da Liberdade. 👊📰

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quinta-feira, 2 de junho de 2022

02.06.22 - FALTAM 97 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

🎊📅 As comemorações que giram em torno de determinadas efemérides, quando se completam aniversários de 50, 100, 150, 200, 250, 300, etc. anos de determinados fatos históricos possuem um significado especial ao qual se atribuem sentidos que visam enaltecer personagens ou fazer interpretações convenientes com o momento vigente. É muito comum os grupos que estão no poder se apropriarem dessas efemérides para usarem no seu repertório político-partidário. Foi assim em 1972, por exemplo, quando o governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) trouxe para o Brasil os restos mortais de Dom Pedro I durante as comemorações dos 175 anos da Independência, como forma de ressaltar o patriotismo dos militares que tomaram o poder em 31 de março de 1964. O translado dos restos de D. Pedro I partiu de Lisboa em 10 de abril de 1972. Nesta mesma embarcação estavam o presidente português Américo Tomas, que tinha a missão simbólica de entregar o corpo do ex-monarca ao presidente do Brasil, Médici, no dia comemorativo do "Descobrimento", no dia 22 de abril. O corpo veio para o Brasil, mas o coração ficou em Portugal, mais precisamente na Igreja da Lapa, onde está conservado desde 1837, como relíquia, no mausoléu na capela-mor, na cidade do Porto, atendendo ao pedido deixado pelo próprio D. Pedro I em seu testamento. E é justamente este coração que está no alvo das comemorações do Bicentenário da Independência pelo atual governo brasileiro. A ideia é trazer o órgão para o Brasil "emprestado" para ser ovacionado e exibido no próximo dia 7 de setembro como forma de exaltar D. Pedro I e seu brado retumbante às margens do Ipiranga... (mais uma vez uso político de uma efeméride de acordo com as conveniências do grupo que está no poder). As resistências ao envio do coração do primeiro imperador brasileiro estariam na própria Irmandade de Nossa Senhora da Lapa e também de outras autoridades da cidade. Acham que essa operação é arriscada, mesmo que temporário o período de permanência do órgão no Brasil. Esses setores contrários receiam pela delicadeza da execução do translado. Se for autorizado o translado, o coração de D. Pedro I será transportado até Brasília num avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O coração embalsamado do imperador caí como uma luva para um país partidariamente polarizado e ainda por cima num ano eleitoral! Apropriar-se de personagens para envoltá-los numa áurea de patriotismo e nacionalismo não é novidade na história republicana brasileira. Tiradentes foi um herói reabilitado pelos republicanos. Não é por acaso que o atual governo queria trazer o coração petrino para as comemorações do Bicentenário. Eles sabem do apelo patriótico que isso traz para as massas sedentas de símbolos que traduzam seus sentimentos e anseios. Esquecem que Bertold Brecht lembrava como propriedade: "Infeliz do povo que precisa de heróis". 😕🙁😟

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quarta-feira, 1 de junho de 2022

01.06.22 - FALTAM 98 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

📰✍️ Jornais e jornalistas, desde os primórdios, sempre estiveram presentes no processo de emancipação política do Brasil, seja divulgando seus ideais revolucionários (Tyfis Pernambucano do Frei Caneca), prestando contas à sociedade das conquistas obtidas (O Preciso publicado durante a Revolução Pernambucana de 1817) ou mesmo como mera crônica da elite colonial (Gazeta do Rio de Janeiro). A propósito, você sabia que a Imprensa brasileira nasceu exilada? É que o primeiro jornal de circulação nacional, embora nem atingisse todo o território brasileiro, o Correio Braziliense surgiu em Londres no dia 1° de junho de 1808, portanto completando hoje seus 214 anos, por iniciativa do exilado Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça – jornalista, maçom e diplomata brasileiro, patrono da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras. O Correio Braziliense era favorável aos princípios liberais, à liberdade de opinião e ao fim do trabalho escravo. O periódico foi proibido de entrar no Brasil e em Portugal em 1809, mas continuou a circular de maneira clandestina. Ele durou até dezembro de 1822. Ainda em 1808, no dia 10 de setembro começou a circular a Gazeta do Rio de Janeiro, publicada pela Impressão Régia, primeira editora instalada no Brasil para imprimir documentos oficiais do governo, cartazes e panfletos. O jornal saía duas vezes por semana e basicamente se limitava a divulgar comunicados do governo e informes permitidos sobre política internacional. Seu primeiro editor foi frei Tibúrcio José da Rocha, e o primeiro redator, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães. Em 15 de setembro de 1821 surgiu o Revérbero Constitucional Fluminense, fundado por Gonçalves Ledo e pelo cônego Januário da Cunha Barbosa, o jornal que mais se destacou na defesa da autonomia. Defendendo as ideias dos democratas, pregava a liberdade através da representação, isto é, a convocação de uma assembleia constituinte. Adotando linha semelhante aparecia o Correio do Rio de Janeiro, de João Soares Lisboa, e a Malagueta, de Luís Augusto May. Os aristocratas expressavam-se no Despertador Brasiliense, de Francisco de França Miranda e em O Espelho, de Manuel Ferreira de Araújo. A Imprensa fazendo seu papel de estar presente nos grandes momentos da História. 👏👏👏

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi a de Hipólito José da Costa.

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06.09.22 - FALTA 1 DIA PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣0️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷 📖✍️ E assim chegamos ao fim de uma jornada – que começou em 19 de fevereiro de 2022. Foram 200 dias de estudo, leit...