domingo, 31 de julho de 2022

31.07.22 - FALTAM 38 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣3️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

🧐🇪🇸 Descoberta por espanhóis (1516), mas colonizada por portugueses, a região da Colônia do Sacramento (1680) está no cerne dos conflitos que anos mais tarde viriam a se tornar na Guerra da Cisplatina. A região era estratégica para vários países do Cone Sul, pela sua privilegiada posição portuária, tanto no campo fluvial, quanto no litoral. Pelo Tratado de Santo Ildefonso (1777), esta região ficaria com a Espanha. A independência das Províncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina) em 1810 e a presença da família real portuguesa ao Brasil em 1808 reacenderam o interesse pela região. Os argentinos queriam que a Banda Oriental (como eles chamavam essa região) ficasse dentro da federação deles, mas D. João VI anexou a Banda Oriental ao Brasil com o nome de Província Cisplatina (Cis - a leste - Platina do rio da Prata) em 31 de julho de 1821, portanto há exatos 201 anos. Alegava que sua esposa, Carlota Joaquina, tinha parte naqueles territórios por ser de origem espanhola; contrariando José Gervasio Artigas que lutava pela independência da província. Apesar de aparentemente pacificada, os cisplatinos não viam com bons olhos o domínio do Império brasileiro e no dia 15 de abril de 1825 um grupo liderado por Juan Antonio Lavalleja, denominado os "33 Orientais" desembarcaram na praia da Agraciada e declararam a independência uruguaia. A reação de D. Pedro I, então imperador do Brasil, foi declarar guerra à recém independente Cisplatina em 10 de dezembro de 1825. A Guerra da Cisplatina durou três anos (1825-1828) e teve como principal batalha a de Monte Santiago, quando as forças navais do Brasil e da Cisplatina bateram entre si nos dias 7 e 8 de abril de 1827. Durante o conflito, o exército brasileiro contava com mais de 26 mil homens e, no final, não conseguiu derrotar as forças rebeldes da Cisplatina e das tropas argentinas em batalhas terrestres. Ainda que o Brasil Império estivesse dominando os conflitos nas águas, o exército nacional estava desfalcado. Anos depois do início do conflito, as duas partes começaram a negociar a paz em meados de 1828. Com a mediação da França e da Grã-Bretanha (destaque para Lorde Ponsonby como mediador), o tratado do Rio de Janeiro acordado entre o Império brasileiro e as Províncias Unidas foi assinado em 27 de agosto de 1828 reconhecendo a criação de um novo país naquela região: a República Oriental do Uruguai. Como consequência, o Brasil perdeu a Província da Cisplatina e gastou mais de 30 milhões de dólares, além de aproximadamente 8 mil brasileiros mortos no conflito. A derrota para a Província Cisplatina desgastou ainda mais a popularidade de D. Pedro I, que acabou por abdicar em 7 de abril de 1831. 👑👋

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre o final da Guerra da Cisplatina, acesse:


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sábado, 30 de julho de 2022

30.07.22 - FALTAM 39 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣3️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

😕🤔 A situação na província do Maranhão ainda estava indefinida em julho de 1823, pois os únicos pontos libertados pelo lorde Cochrane foram São Luís (capital) e Alcântara. A resistência portuguesa se estabeleceu então na Vila de Caxias, habitada, predominantemente, por uma população lusitana. A classe hegemônica constituída de portugueses exercia a dominação ao comércio, à igreja e à educação no lugar. E, portanto, assim, não queria contrariar os interesses da Coroa de Portugal à qual tínhamos o jugo de subordinação política, sendo favorável às aspirações de João José da Cunha Fidié. Em 20 de julho de 1823, portanto há 199 anos, a guarnição comandada por Fidié, 700 homens, que estava entricheirada no monte da Taboca, perto de Caxias, sitiada e hostilizada por milicianos e voluntários do Ceará, do Piauí e do Maranhão, sob o comando do capitão-mor José Pereira Filgueiras, acabou capitulando (rendendo-se). Fidié foi conduzido preso até o Rio de Janeiro e humanamente tratado pelas populações do interior, apesar da tenaz resistência que nessa época de exaltação política havia oposto à proclamação da Independência do Brasil. A capitulação foi assinada no dia 31 de julho, tendo sido rejeitadas na véspera as condições propostas pelos sitiados. No primeiro dia do mês de agosto de 1823, o Exército libertador finalmente entrava em Caxias e assinalava assim o fim da resistência portuguesa no Maranhão. A guarnição lusa entrincheirada nas Tabocas, e que agora estava sob o comando do tenente-coronel Luís de Mesquita desde o dia 27 de julho, depôs as armas e deu por encerrada a luta. Ficaram no poder do Exército brasileiro vinte e tantas peças e cinco bandeiras. Foram apresados 10 navios de guerra da guarnição portuguesa no Maranhão: o brigue Dom Miguel (18 bocas de fogo), o brigue-escuna Emília (oito bocas de fogo) e oito canhoneiras. As outras presas foram quatro galeras, dois brigues, uma escuna e três sumacas, que se haviam separado da frota saída da Bahia no dia 2 de julho. Alguns desses navios levaram para Lisboa a guarnição portuguesa derrotada em 30 de julho de 1823, há exatos 199 anos. 🌊⛵

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sexta-feira, 29 de julho de 2022

29.07.22 - FALTAM 40 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣4️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

👮‍♂️💣 João José da Cunha Fidié é um personagem pouco citado quando o assunto é Independência brasileira, resultado de uma narrativa historiográfica que concentra os fatos relacionados ao processo de emancipação política ao eixo Rio-São Paulo, negligenciando o papel desempenhado pelas províncias do norte-nordeste. Fidié, por exemplo, foi o comandante português da Batalha do Jenipapo de 13 de março de 1823, mas poucos livros de História citam seu nome. Fidié nasceu em Lisboa no ano de 1790. Assentou praça como cadete em janeiro de 1809 no Regimento de Infantaria nº 10. Ele participou ativamente da Guerra Peninsular, tendo combatido nas batalhas de Buçaco, Albuera, Vitória, Pireneus, Nivelle, Nive, Orthez e Tolouse, e nos sítios de Olivença e Badajoz, entre outros. Após a campanha, ofereceu-se para ir na Divisão dos Voluntários de el-Rei a Montevidéu, mas não foi admitido por ser oficial muito moderno. Fidié então, embarcou para o Brasil com outra divisão portuguesa em 1817, onde permaneceu por dois anos; e atuou como ajudante de ordens do governador da ilha da Madeira em 1819 e 1820. Em dezembro de 1821, foi nomeado Governador das Armas do Piauí por Dom João VI, com recomendação de manter a soberania portuguesa na região. Chegando ao Brasil em agosto de 1822, logo enfrentou os partidários da Independência, expulsando-os de Parnaíba em dezembro e derrotando-os na batalha do Jenipapo. Sem suprimentos e com pouca munição, Fidié teve que se retirar para Caxias, onde logo foi sitiado pelos brasileiros. Depois de três meses, suas tropas se renderam e ele foi preso, sendo enviado para Oeiras e depois para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até ser deportado por ordem do imperador Dom Pedro I. Chegou a ocupar os cargos de comandante do Real Colégio Militar (1825), subdiretor do Arsenal do Porto e diretor do Colégio Militar (1837-1848), sendo reformado em 1854 no posto de tenente-general. Além de militar, Fidié se aventurou na arte da escrita, deixando duas obras: "Breves esclarecimentos acerca do Colégio Militar", oferecidos às Cortes (1843) e "Vária fortuna de um soldado português" (1850), sua autobiografia na qual buscou demonstrar as injustiças que sofreu durante sua carreira militar. O militar português terminou seus dias em Lisboa no ano de 1858. 😓🖤

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quinta-feira, 28 de julho de 2022

28.07.22 - FALTAM 41 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣4️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 A resistência portuguesa à emancipação política proferida por D. Pedro no sete de setembro foi muito forte nas províncias do norte: Maranhão, Piauí e pelo Grão-Pará, que preferiram se manter fiéis a Lisboa. No Maranhão, liderava a resistência portuguesa o Major português João José da Cunha Fidié, herói de guerra das lutas peninsulares, que havia lutado ao lado do general inglês Duque de Wellington contra as tropas de Napoleão Bonaparte. Ele era comendador da Ordem Militar de Avis e diretor do Real Colégio Militar. A reação brasileira estava a cargo do Lord Cochrane, ou melhor, Thomas Cochrane, 10º Conde de Dundonald e Marquês do Maranhão, oficial naval e político britânico que desempenhou um papel importante nas histórias militares do Reino Unido, Chile, Brasil e Grécia. Vale lembrar que Cochrane era mais um mercenário contratado por D. Pedro para lutar contra os opositores da Independência – como também o foram Pierre Labatut (Pedro Labatut), militar francês que organizou o chamado "Exército Pacificador", e John Pascoe Grenfell, militar inglês. Nos primeiros dias de julho de 1823, (5, 6 e 7), embarcações portuguesas – Conde de Peniche, Bizarria e Príncipe Real – foram aprissionadas pela esquadra comandada por Cochrane, dentre elas a nau Pedro I e a corveta Maria da Glória. No dia 26 de julho de 1823 apresentou-se na barra do Maranhão, com a nau Pedro I, o almirante lorde Cochrane, e aprisiona o brigue Dom Miguel, que fora ao seu encontro, supondo ser essa nau a Dom João VI. No mesmo dia, o almirante expede uma proclamação aos habitantes e um ofício à junta do governo da capital, anunciando-lhe que a esquadra brasileira chegaria com tropas de desembarque e convidando os membros da junta a reconhecer a independência do Brasil. No dia seguinte, a junta de governo do Maranhão capitula (se rende). No mesmo dia, Cochrane desembarca 200 marinheiros para manter a ordem na capital. Finalmente em 28 de julho de 1823, portanto, completando hoje 199 anos, cai a resistência lusa em São Luís, capital maranhense, que reconhece a independência e faz juramento de lealdade ao Império brasileiro. Apesar da vitória de Cochrane, a luta pela Independência no Maranhão ainda não estava terminada e mais confrontos se dariam para assegurar a liberdade dos maranhenses do domínio dos portugueses. 😠😤

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quarta-feira, 27 de julho de 2022

27.07.22 - FALTAM 42 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣4️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

⚜️⚔️ A Independência do Brasil não foi decidida às (quase) margens do riacho Ipiranga, nem nas lojas maçônicas cariocas, muito menos nos gabinetes imperiais da Corte no Rio de Janeiro. Quem realmente definiu o processo emancipatório brasileiro, cujo ápice é atribuído ao grito do sete de setembro dado por D. Pedro, foram os baianos, que durante mais de um ano lutaram intensamente contra as tropas portuguesas aquarteladas na ex-capital brasileira comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo. Foi nos campos baianos, em batalhas memoráveis como Paraguaçu, Itaparica e Pirajá que se consolidou a Independência do Brasil. Nessas lutas se destacou o soldado Medeiros, que na verdade era Maria Quitéria de Jesus Medeiros, cujo nascimento completa hoje, 27 de julho, seus 230 anos. Natural de Feira de Santana, Maria Quitéria teve que fugir de casa para se alistar no batalhão dos Batalhão de Voluntários do Príncipe sob o comando do major José Antônio da Silva Castro – o batalhão ficou conhecido como Batalhão dos Periquitos e o seu comandante de Periquitão. Quitéria era hábil na artilharia e ocupava sempre as primeiras posições nos movimentos das tropas. Seu disfarce foi descoberto e ela incorporada ao Exército brasileiro, contrariando quem desejava que ela fosse presa e condenada por falsear sua identidade numa tropa em guerra. Com bravura e coragem, Maria Quitéria enfrentou os portugueses na decisiva Batalha de Pirajá (8 de novembro de 1822) e esteve a frente das tropas baianas, quando na manhã de 2 de julho de 1823 entraram triunfantes em Salvador após a capitulação das forças portuguesas de Madeira de Melo. Ela recebeu do próprio imperador a ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração imperial e foi promovida ao posto de Alferes com um soldo vitalício. Ao retornar para a Bahia, levava também uma carta escrita de punho por D. Pedro I pedindo ao seu pai que a perdoasse de ter fugido de casa para lutar na guerra. A heroína da Guerra pela Independência na Bahia terminou seus dias cega e no anonimato. Seus feitos até hoje são lembrados e seu nome foi inscrito no  Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, e incorporado à religiosidade de matriz afro-brasileira. O Exército brasileiro a homenageia como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais. 👩🔰

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terça-feira, 26 de julho de 2022

26.07.22 - FALTAM 43 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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Rio de Janeiro, 26 de julho de 1822.

Meu Pai, e meu Senhor.

Parabéns à pátria, a Vossa Majestade, ao Brasil e ao mundo inteiro; a causa nacional, que era dependente da junção e declaração da maioria das províncias do Brasil à sua felicidade, vai como todos os que amarem a Vossa Majestade com Rei constitucional de fato, e não só de direito como Vossa Majestade estava sendo, desejam. Digo não de direito, porque só o direito não constituía tal, porque não tinha ação.

Hoje recebi uma deputação de Pernambuco que veio para me conhecer regente sem restrição alguma no poder executivo, por assim ser a vontade geral do povo e tropa da província.

Vossa Majestade perdoará o não ter mandado parte de tudo; mas assim convém para que os facciosos das Cortes caiam, por não saberem às quantas andam, e de mais porque como as circunstâncias me obrigam à convocação da assembleia geral constituinte, e legislativa, era só mero formulário, porque eu unicamente hei de fazer executar com todo gosto os seus decretos, e de lá mais nenhum.

Eu, Senhor, vejo as coisas de tal modo (falando claro) que ter relações com Vossa Majestade, só familiares, porque assim é o espírito público no Brasil, não para deixarmos de sermos súditos de Vossa Majestade, que sempre reconheceremos; e reconheceremos como nosso Rei; mas porque Sallus populi suprema lex esto, quero dizer, que é um impossível físico e moral Portugal governar o Brasil, ou o Brasil ser governado por Portugal.

Não sou rebelde como hão de dizer a Vossa Majestade, os inimigos de Vossa Majestade são as circunstâncias. Eu, as duas meninas, a princesa, pejada de três meses, estamos de perfeita saúde.

Deus guarde a preciosa vida e saúde de Vossa Majestade como os bons Portugueses, e mormente nós, Brasileiros, havemos mister.

Sou de Vossa Majestade com o mais profundo respeito súdito fiel, filho obedientíssimo que lhe beija a Sua Real Mão.

Pedro ✍️

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⚜️ IMPORTANTE ✉️✍️ Novas cartas seriam trocadas entre pai e filho em 22 de setembro de 1822, após a Independência. 

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segunda-feira, 25 de julho de 2022

25.07.22 - FALTAM 44 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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📜✉️ As cartas sempre tiverem seu lugar enquanto documentação e fonte histórica. Mais do que a mera troca de notícias entre enamorados, parentes ou amigos, elas trazem consigo as referências que muitas vezes não se encontram nos livros, mas cuidadosamente guardadas em museus, arquivos públicos e/ou particulares, centros de documentação, ou simplesmente perdidas na casa de algum colecionador ou antiquário. Na História brasileira as mais famosas são a do "Descobrimento", escrita por Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra de Pedro Álvares Cabral, e considerada o primeiro documento escrito sobre o Brasil – esta carta existe ainda hoje e se encontra guardada no Arquivo do Museu do Tombo em Lisboa –, a Carta Testamento deixada por Getúlio Dornelles Vargas antes de suicidar-se em 24 de agosto de 1954, cujo final até hoje emociona quem a lê: "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história". Com o processo de emancipação política do Brasil, não foi diferente. Apesar de serem citadas apenas as cartas de José Bonifácio de Andrada e Silva e de Maria Leopoldina entregues a Dom Pedro por Paulo Emílio Bregaro, correio-real da Corte e atualmente patrono dos correios no Brasil, próximo ao riacho Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822, existem várias cartas a respeito do processo emancipatório, de como ele se deu, dos atores envolvidos nele, e de toda a ansiedade em torno dos fatos que se deram entre 1808 e 1822. As cartas trocadas entre D. João VI e D. Pedro, pai e filho; D. Pedro e Maria Leopoldina, marido e mulher, D. Pedro e José Bonifácio, príncipe-regente e amigo e articulador da Independência, nos dão uma ideia dos acontecimentos daquela época. A maioria dessas cartas ainda existem, e podem ser encontradas no Museu da Família Imperial em Petrópolis, no Arquivo Nacional, ou disponível no formato digitalizado em alguns sites na internet. Algumas delas foram publicadas em livros e podem ser facilmente consultadas. Lê-las é fazer um exercício de memória para se encontrar com a História contada por quem nela viveu na época em que se passou. 📖✍️

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domingo, 24 de julho de 2022

24.07.22 - FALTAM 45 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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📖🧐 O dramaturgo alemão Bertold Brecht dizia que "infeliz do povo que precisa de heróis", mas eles estão em toda parte, da mitologia às histórias em quadrinhos, nas produções artísticas (quadros, bustos, estátuas, murais, poemas, etc.) aos livros de História. Sabemos que a História não é resultado da ação exclusiva de indivíduos – o que invalida aquelas velhas e surradas frases tipo "fulano fez isso" ou "cicrano fez aquilo" –, mas de uma sucessão de fatos, que vão se moldando e formando uma conjuntura ou contexto sobre o qual as mudanças acontecem e o processo histórico tem sua continuidade. As emancipações políticas americanas estão repletas de personagens que foram alçados à categoria de heróis, sejam nos Estados Unidos (a primeira colônia a se emancipar em 1776), seja no Brasil (lembrando que José Bonifácio de Andrada e Silva é considerado o patriarca da Independência e D. Pedro I, o príncipe que com um grito libertou um país), sejam nas ex-colônias da América Espanhola, onde o exemplo mais visível dessa mitificação em torno de um herói esteja presente na figura de Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios, mais conhecido como Bolívar, cujo nascimento compelta hoje 239 anos. Ele sonhou com uma América unificada e fortalecida. Seus sonhos resultaram na emancipação de vários países: Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela. Não por acaso passou para a História com o título de "El Libertador". O ideal de Bolívar esbarrou no caudilhismo, prática de poder muito comum na colonização hispânica, onde cada líder local tinha seus interesses próprios e se recusavam a participarem do projeto bolivariano. Após ser derrotado em suas aspirações, ele abandonou a luta política em 1830. Bolívar deixou um legado político em vários países latino-americanos, alguns dos quais o tornaram objeto de veneração nacionalista. Recebeu homenagens em várias partes do mundo por meio de estátuas ou monumentos, parques e praças. Seu papel militar e político contribuiu decisivamente para a independência de várias colônias espanholas americanas. Assim, recebeu o título honorário de El Libertador, promulgado pelo Cabildo de Mérida, na Venezuela, que depois de ratificado em Caracas, ficou para sempre associado ao seu nome. Bolívar inspirou importantes lideranças latino-americanas como Hugo Chávez, Nicolas Maduro, Rafael Correa, Evo Morales, e Daniel Ortega. A defesa de uma América autônoma com avanços nas pautas sociais, como saúde, educação e moradia, é uma das premissas do chamado Bolivarismo, uma reeleitura dos ideais de Bolívar adaptados para a conjuntura latino-americana do século XXI. Simón Bolívar morreu em Santa Marta, na Colômbia, em 17 dezembro de 1830, vitimado pela tuberculose. 😓🖤

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sábado, 23 de julho de 2022

23.07.22 - FALTAM 46 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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💪👊 A independência das colônias espanholas ganhou um impulso em 1808 quando o imperador francês Napoleão Bonaparte derrubou o rei espanhol Fernando VII e colocou no trono seu irmão, José Bonaparte. A população espanhola, durante seis anos, formou guerrilhas e lutou para depor o invasor, com o apoio de tropas portuguesas e britânicas, durante a chamada Guerra de Independência Espanhola. Com a derrota de Napoleão na Europa e na Rússia, Fernando VII voltou ao trono em 1814, mas a semente do liberalismo europeu com sua gênese iluminista já estava bem plantada tanto na Europa, quanto nas Américas. Assim como os espanhóis formaram juntas de governo durante a invasão de Napoleão, os revoltosos das colônias também formaram as deles. A diferença é que as juntas espanholas buscavam preservar Fernando VII no trono, enquanto as das Américas eram revolucionárias. A estratégia era forçar a renúncia dos vice-reis, para depois, obter a Independência. Em 1816, foi celebrado na Argentina o Congresso de Tucumán, que declarou a independência do país. No ano seguinte, San Martin cruzou os Andes, invadiu o Chile e venceu as forças leais à Espanha na Batalha de Chacabuco. Lutou ao lado de Bernardo O'Higgins, pai da independência chilena. A independência colombiana foi liderada por Simón Bolívar, Francisco Santander e Antonio Sucre. Este último combateu na Bolívia e no Peru, onde foi presidente. Na Venezuela, a luta ficou a cargo de Bolívar e Francisco de Miranda. A insurgência triunfou no México graças ao padre Miguel Hidalgo. Já em Cuba, que ficou na reta final do processo, a ideia de independência foi disseminada pelo advogado Joaquim Infante e levada a cabo pelo poeta José Martí. Até hoje, a saga dos líderes que lutaram nessas emancipações é lembrada pelos latino-americanos. A Bolívia tem seu nome derivado de Bolívar e a capital homenageia o marechal Sucre. Em Recife, Pernambuco, tem um bairro com o nome de San Martin e uma estátua de Bolívar no limite entre Olinda e Recife. Bolívar é conhecido como "El Libertador" e centenas de ruas, avenidas e prédios levam seu nome. A Conmebol nomeou o principal campeonato do continente de "Taça Libertadores" homenagem aos principais líderes da independência das nações da América do Sul: José Artigas, Simón Bolívar, José de San Martín, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro I do Brasil, Antonio José de Sucre e Bernardo O'Higgins. 🥅⚽

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sexta-feira, 22 de julho de 2022

22.07.22 - FALTAM 47 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣4️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

📖🧐 A analogia (comparação) entre fatos históricos ajuda a entender os mecanismos que fomentaram alguns deles. Assim como no Brasil, os portugueses e seus descendentes eram alvos de insinuações maldosas, do tipo, chamá-los de "marinheiros" e "pés-de-chumbo"; na América Espanhola, os espanhóis e seus descendentes eram tratados como cidadãos de segunda classe pelos nascidos na Espanha, independente de terem alcançado sucesso econômico na colônia. Eram chamados de "sangre sucia" (sangue sujo) em oposição aos de "sangre limpia" (sangue limpo), uma clara distinção entre espanhóis europeus e aqueles que nasciam nas Américas, muitos já miscigenados com indígenas e escravizados. A produção colombiana "La Pola" exibida pela RCN em 2010, que contou a história de Policarpa Salavarrieta, heroína do movimento da Independência da Colômbia deixou muito claro este preconceito com os "nascidos na terra", que inspirou a elite local a se articular para se libertar do jugo espanhol. Outro ponto da emancipação das colônias espanholas que dialoga com a emancipação brasileira é a comparação do papel exercido por duas assembleias constituintes: as Cortes de Cádiz de 1810, e as Cortes de Lisboa (Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa) de 1820 – um desdobramento da Revolução Liberal do Porto de 24 de agosto de 1820. Essas duas assembleias tem em comum o propósito de estabelecer uma ordem jurídica que limitasse o poder absoluto dos reis e contemplasse direitos antes negados ou limitados pela nobreza monárquica, como a liberdade de pensamento e expressão, a abertura comercial, a liberdade de imprensa, etc. Liberais para os europeus, mas... nem tanto para os americanos, as assembleias constituintes das metrópoles pautavam também para um aumento da tributação fiscal (uma forma de sanear as economias locais após as intervenções das Guerras Napoleônicas), o que não agradava nem aos criollos da América Espanhola, muito menos às oligarquias agrárias brasileiras. Ponto de convergência encontrado com sucesso! E para finalizar, nem preciso dizer quem estava articulando nos bastidores cada emancipação, seja ela no Brasil, na Colômbia, na Venezuela, em Cuba, no Chile, na Argentina, etc...; secretamente "entre irmãos" e sob a efígie do esquadro e compasso... 👁️🏛️

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quinta-feira, 21 de julho de 2022

21.07.22 - FALTAM 48 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣4️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

💪👊 A emancipação brasileira de Portugal e a emancipação das colônias hispânicas nas Américas guardam entre si o desejo de romperem os laços de dominação colonial que as ligava às casas dinásticas europeias (Braganças e Bourbons, respectivamente). Entretanto, foram processos carregados de particularidades, e cujos desmembramentos foram bastante distintos. A priori, vamos lembrar que apenas o Brasil manteve a forma monárquica após a emancipação (com exceção do México, mas apenas alguns meses), e os demais formaram repúblicas. A grande disposição territorial – afinal, estamos falando de um continente – já deixava claro que seria improvável a unificação do antigo Império Colonial Espanhol num único país, como almejava Simon Bolívar, feito este que o Brasil conseguiu, mesmo que ao longo do período imperial (e até mesmo antes da Independência) várias províncias ensaiassem tentativas separatistas, mas sem sucesso. É claro que ambas as emancipações, brasileira e hispânica, estão inseridas num contexto maior que é a crise do sistema colonial no século XVIII, e entrelaçadas num mesmo fato histórico: a Revolução Francesa de 1789, da qual surgiu um personagem protagonista de dois fatos que influenciaram as duas emancipações, o general Napoleão Bonaparte. Foi ele quem tirou do trono o rei espanhol Fernando VII em 1808, colocando em seu lugar José Bonaparte, seu irmão. E foi também Napoleão quem ordenou a invasão a Portugal em 1807. A prisão de Fernando VII fragilizou a resistência da Coroa aos movimentos emancipatórios que explodiram nas Américas, enquanto que a invasão francesa em Portugal forçou a transferência da Corte para o Brasil, e ambos os fatos impulsionaram as Independências no continente americano. Há mais um ponto que não pode ser esquecido: a ausência das populações afrodescendentes na emancipação brasileira, e a das populações ameríndias nas emancipações da América Espanhola (salvo algumas exceções), não porque os negros e indígenas estivessem satisfeitos com a forma como se deu a colonização, mas sim porque as classes dominantes não arriscaram municiar de armamentos e delegar poderes militares à grupos que, porventura, viessem a reivindicar mudanças no status quo desses países. A Independência do Brasil foi um processo controlado pela oligarquia agrária, latifundiária e escravista, enquanto que as Independências da América Espanhola foram cuidadosamente capitaneadas pelos chamados criollos, que era a elite descendente de espanhóis, excluída dos altos cargos dirigentes, mas dona de grande poder econômico nas colônias espanholas. 🤑💰

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quarta-feira, 20 de julho de 2022

20.07.22 - FALTAM 49 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣4️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

🇪🇸⛵ A maior parte do continente americano foi colonizada pelos espanhóis, que reivindicam também o título de serem os primeiros europeus a chegarem nessas terras, mais precisamente em 12 de outubro de 1492 quando a expedição comandada pelo navegador genovês (e não espanhol, como alguns supõem) Cristóvão Colombo chegou às Ilhas Guanahani, uma ilha localizada no Caribe, após, contrariando a todos, navegar no sentido oeste-leste para atingir às Índias, nome dado na época ao continente asiático. Colombo conseguiu provar na prática a esfericidade do planeta Terra, e teria até chegado às Índias se não houvesse um continente entre a Europa e a Ásia – ao qual injustamente foi dado o nome de América em referência ao navegador espanhol Américo Vespúcio. Vale lembrar que desde 1494, a maior parte do território americano já estava sob domínio espanhol de acordo com o Tratado de Tordesilhas, do qual uma pequena parte era concedida aos portugueses, o que equivale hoje a um terço do Brasil. Após conquistarem as Américas com navegadores cruéis e sanguinários como Hernán Cortés, que atacou e destruiu a Civilização Asteca no México, e Francisco Pizarro, que exterminou a Civilização Inca nos Andes peruanos, os espanhóis dividiram seus domínios em quatro vice-reinos: o Vice-reino da Nova Espanha (hoje correspondem os Estados de Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo México e Utah nos Estados Unidos até à Costa Rica na América Central, tendo como capital a Cidade do México), o Vice-reino do Peru (se estendeu do istmo do Panamá à Patagônia e do oceano Pacífico à floresta amazônica e ao oceano Atlântico), o Vice-reino da Nova Granada (correspondendo principalmente aos atuais Panamá, Colômbia, Equador, e Venezuela), e o Vice-reino do Prata (continha os territórios da atual Argentina, Paraguai, Uruguai, e pequenas partes dos territórios que atualmente pertencem ao Brasil e à Bolívia). Além dos Vice-Reinos haviam também quatro Capitanias Gerais: Guatemala, Cuba, Venezuela e Chile. Ao contrário dos portugueses, que só descobriram ouro e metais preciosos no século XVIII, os espanhóis descobriram minas de ouro e já no início da colonização. Eles também praticaram a monocultura com uso de mão-de-obra escrava em grandes extensões de terras, sistema esse chamado de plantation. 🎋🍃🌱

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terça-feira, 19 de julho de 2022

19.07.22 - FALTAM 50 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣5️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

🕰️📆 Estamos a cinquenta dias para o sete de setembro de dois mil de vinte e dois, data em que comemoraremos a efeméride dos duzentos anos da Independência do Brasil, ou melhor, da emancipação política do Brasil. Ao longo desses 150 dias, venho postando diariamente aspectos desse processo histórico, cujas origens podem ser pautadas tanto em 1808, quando da chegada da família real portuguesa ao Brasil, que veio fugindo da invasão napoleônica das tropas de Junot em Portugal, quanto na crise do sistema colonial europeu no final do século XVIII, provocado por uma série de fatores, que vão desde fatores econômicos, como a Revolução Industrial Inglesa e a consequente expansão do capitalismo industrial, até motivações ideológicas como por exemplo a Filosofia das Luzes, o Iluminismo europeu, que contestava aspectos do chamado Antigo Regime, do qual o colonialismo, enquanto forma de exploração econômica transcontinental fazia parte. Os colonos norte-americanos deram o primeiro exemplo em 4 de julho de 1776 no Segundo Congresso Continental na Filadélfia de que era possível uma "América para os Americanos", como diria James Monroe, autor da famosa doutrina que leva seu nome. A Revolução Francesa de 1789 com seus ideias de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" inspiraram baianos e pernambucanos a sonharem com repúblicas independentes em suas capitanias, enquanto nas lojas maçônicas, estudantes egressos de Coimbra e Lisboa, comerciantes, advogados, militares, religiosos, conspiravam contra a Coroa Portuguesa. A volta de D. João VI para Portugal após a Revolução Liberal do Porto de 1820 e a regência de D. Pedro aqui no Brasil, agora Reino Unido de Portugal e Algarves desde 1815, foi mais um capítulo de um processo sem volta. A liberdade comercial cedida em 1808 com a abertura dos portos às nações amigas e a autonomia administrativa, prerrogativa da elevação a Reino Unido, eram privilégios dos quais os colonos brasileiros não cederiam, mesmo sob pressões das Cortes de Lisboa, que pretendiam a volta de D. Pedro e a recolonização do Brasil. Além do mais, exemplos de revoltas populares como a do Haiti, provocavam medo nas oligarquias rurais, proprietárias de terras e escravos, para as quais interessava uma mudança de regime sem grandes mudanças na estrutura social. E a pessoa mais propícia para capitanear tudo isso seria D. Pedro, que nos 50 dias que antecederam ao "Grito do Ipiranga" viveu momentos de indecisão, medo, impulsividade, e rebeldia. Serão 50 dias de muita história pra contar... ⏳❤️⌛

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segunda-feira, 18 de julho de 2022

18.07.22 - FALTAM 51 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣5️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

🤴👋 Após a abdicação de D. Pedro I em 7 de abril de 1831, durante dez anos o poder foi exercido pelos regentes, enquanto Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon não atingisse a idade mínima para ser coroado, que seria de dezoito anos completos. A instabilidade política e a convulsão social, agravadas com a explosão de várias revoltas de norte a sul do país ameaçavam a continuidade da unidade territorial brasileira, o que levou políticos de diferentes partidos a unirem-se em torno da pauta da antecipação da maioridade do jovem Pedro de Alcântara, numa manobra política-judiciária conhecida como Golpe da Maioridade, concretizada em 23 de julho de 1840 pela Assembleia Nacional que reconheceu como apto ao trono Pedro de Alcântara, então com 14 anos e sete meses. A coroação, entretanto, aconteceu somente em 18 de julho de 1841, portanto há 181 anos completados hoje. Seus longos preparativos deixaram o Rio de Janeiro e os diplomatas estrangeiros boquiabertos. Os trabalhos para a cerimônia foram febris e deixaram o jovem imperador entusiasmado. No dia 16 de julho, o cortejo se dirigiu à cidade do Rio de Janeiro. Junto ao cortejo, iam a cavalaria, a fanfarra e todos aqueles que teriam alguma função no evento. O Cortejo, direcionado para a Capela Imperial, foi ovacionado ao passar pelas ruas do Rio de Janeiro que estavam cobertas de folhas e flores. As sacadas das casas da cidades estavam enfeitadas de bandeiras e colchas coloridas. Estiveram presentes na cerimônia personagens influentes da corte, como o Bispo Romualdo Antonio de Seixas que corou Dom Pedro II, o jovem Luis Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias, as Princesas d. Francisca e d. Januária, Francisco Vilela Barbosa, marquês de Paranaguá, Dona Mariana Carlota Verna de Magalhães Coutinho, Condessa de  Belmonte, o Mordomo Paulo Barbosa da Silva, e Frei Pedro de Santa Mariana e Sousa, João de Deus Mena Barreto, Miguel Calmon du Pin de Almeida, e Guilhermina Adelaide Carneiro Leão. Após três horas de cerimônia, D. Pedro II, finalmente pôde aparecer entre as colunas da capela para ser apresentado ao povo agora como o novo imperador do Brasil. 👑🫅⚜️

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domingo, 17 de julho de 2022

17.07.22 - FALTAM 52 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🕰️🧐 A viagem no tempo pela gênese do processo de emancipação política do Brasil nos leva hoje à Banda Oriental do Uruguai, ou La Banda Oriental, como era chamado antigamente o território do império colonial espanhol do Cone Sul localizado a leste rio Uruguai, desde a costa dos atuais estados de Paraná e Santa Catarina até o trajeto final do curso do rio que o leva a desembocar no Rio da Prata, abarcando a área do atual Estado de Rio Grande do Sul e da atual República Oriental do Uruguai. Há exatos 211 anos, D. João autorizou as tropas portuguesas, lideradas por D. Diogo de Souza, capitão-general do Rio Grande do Sul, a adentrarem nos territórios orientais em direção à Montevidéu, dando início às chamadas Guerras Cisplatinas, onde o que estava em disputa era o controle da bacia fluvial do rio da Prata, escoadouro natural das riquezas do interior do continente. Vale lembrar que a província Cisplatina foi anexada ao Brasil por D. João em 31 de julho de 1821, como forma de retaliação ao apoio espanhol durante as Guerras Napoleônicas, sem o qual seria impossível as tropas de Junot conquistarem o território luso em 30 de novembro de 1807. Ainda em 1811, as tropas do general José Gervasio Artigas sitiaram Montevidéu, onde o vice-rei espanhol Francisco Javier de Elío estava refugiado. D. João aproveitou-se disso para mandar suas tropas para a frente oriental com o pretexto de socorrer o vice-rei, o que não convinha aos ingleses, que logo trataram de intermediar um acordo entre as partes envolvidas. Com a intermediação do embaixador inglês Lord Strangford, Elío assinou um armistício com a Junta Revolucionária de Buenos Aires, ainda em 1811, estipulando a retirada das tropas portuguesas no ano seguinte. A região platina será palco de violentas disputas e conflitos militares ao longo de todo o século XIX, desde a Batalha do Passo do Rosário (também conhecida como Batalha de Ituzaingó), em 20 de fevereiro de 1827 até a Guerra do Paraguai, de 1864 a 1868. 😥😢😭

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sábado, 16 de julho de 2022

16.07.22 - FALTAM 53 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣5️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

👦🍺 Era uma vez um garoto pobre, filho de um tanoeiro, que vendia canecas nas ruas do Recife. Seu nome era Joaquim. O menino pobre queria ser padre, mas sem posses, isso era bastante difícil no Brasil do final do século XVIII. Os carmelitas, que coincidentemente hoje celebram sua padroeira, Nossa Senhora do Carmo, adotaram e patrocinaram a formação eclesiástica do então jovem Joaquim. O rapaz surpreendia pela inteligência e sagacidade e logo conseguiu concluir seus estudos e se formar sacerdote. Joaquim do Amor Divino Rabelo incluiu a palavra "caneca" em seu nome (lembrança dos tempos de pobreza) e virou FREI CANECA. Egresso do Seminário de Olinda e iniciado na Maçonaria na Loja Academia de Suassuna, Frei Caneca virou professor, escritor, jornalista e revolucionário. Esteve entre os revolucionários de 1817, mas acabou sendo preso na Bahia. Ao ser libertado, em 1821, um ano antes da Independência do Brasil, recomeçou a lutar pela independência republicana. Fundou um jornal, o Typhis Pernambucano, no qual publicava artigos em que criticava a dissolução da Assembleia Constituinte por D. Pedro I, em 1823, e a imposição da Constituição de 1824. Quando Manoel de Carvalho Pais de Andrade proclamou Confederação do Equador em 2 de julho de 1824 Frei Caneca aderiu ao movimento e se colocou como um de seus mais ardorosos defensores. Mesmo após a capitulação (rendição) em 17 de setembro de 1824, Frei Caneca liderou um Exército de resistência chamado Divisão Constitucional da Confederação do Equador. Após dois meses de lutas e escaramuças pelo interior nordestino, com seus 3000 soldados, Frei Caneca acabou entregando-se aos seus algozes em 29 de novembro na Fazenda do Juiz, de propriedade dos beneditinos. A comissão militar presidida por Francisco de Lima e Silva iniciou seus trabalhos em 20 de dezembro, e três dias depois sentenciava Frei Caneca à morte por enforcamento. A pena foi cumprida em 13 de janeiro de 1825, mas teve que ser comutada às presas, porque três carrascos se recusaram a matar o frei. Caneca acabou sendo arcabuezado (erroneamente se diz fuzilado) aos pés da força ao lado do Forte das Cinco Pontas no Recife. Seu corpo foi sepultado nas dependências da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em local até hoje desconhecido. Sua frase ainda hoje ecoa entre os libertários pernambucanos: "quem bebe de minha caneca, sente fome de liberdade". 📝💪👊

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sexta-feira, 15 de julho de 2022

15.07.22 - FALTAM 54 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🤴⚜️ A reação de D. Pedro I à proclamação da Confederação do Equador por Manoel de Carvalho Paes de Andrade em 2 de julho de 1824, conclamando as províncias do Nordeste a formarem uma federação republicana nos moldes norte-americanos foi imediata. Logo que soube o imperador baixou um decreto estabelecendo o estado de sítio e suspendendo as liberdades individuais em Pernambuco. Ordenava também que os chefes da rebelião fossem processados sumariamente por uma comissão militar. Ainda em julho de 1824, D. Pedro I já havia decretado o desmembramento do território pernambucano, retirando dele a Comarca de São Francisco e anexando ela à província de Minas Gerais (em 1827 essa comarca foi parcialmente incorporada à Bahia). Para presidir a Comissão Militar e chefiar as forças de repressão, o imperador nomeou Francisco de Lima e Silva, pai de Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, conhecido por reprimir revoltas populares como a Balaiada no Maranhão, e por cometer atrocidades junto com o conde d'Eu na Guerra do Paraguai (fora o massacre dos negros em Porongos durante a Guerra dos Farrapos). Em 2 de agosto de 1824 saiu do Rio de Janeiro uma divisão naval composta pelos navios D. Pedro I, Carioca, Maranhão, Harmonia e Caridade. A esquadra era comandada pelo lorde Cochrane, almirante inglês contratado pelo governo imperial. A bordo de um dos navios estava Francisco de Lima e Silva, à frente do Exército Cooperador da Boa Ordem, com 1200 homens. O brigadeiro e suas tropas desembarcaram em Jaraguá, na divisa entre Alagoas e Pernambuco. Enquanto Cochrane bloqueava os portos de Recife por mar, e ameaçava bombardear a cidade, Lima e Silva enviou a Pais de Andrade e ao governador das Armas, Falcão Lacerda, um ultimato para a rendição! No dia 12 de setembro a cidade de Recife foi invadida pelas tropas de Lima e Silva e o Exército constitucional derrotado. Pais de Andrade refugiou-se à bordo da corveta inglesa Tweed, de onde partiu para o exílio na Inglaterra. O Senado da Câmara de Olinda, reunido em 14 de setembro, decidiu pôr fim à luta dos confederados, pois não via chances de vencer as tropas realistas petrinas. E em 17 de setembro assinaram a rendição. Acabava assim a Confederação do Equador. 😞😓😔

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quinta-feira, 14 de julho de 2022

14.07.22 - FALTAM 55 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣5️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

🇫🇷💣 Quando populares invadiram a velha prisão da Bastilha em 14 de julho de 1789 eles não imaginavam que aquele ato de rebeldia iria influenciar no grito do Ipiranga dado por D. Pedro em 7 de setembro de 1822. Aliás, não apenas na emancipação política do Brasil, mas também na independência das ex-colônias da América Espanhola, inclusive do Haiti, que era uma colônia francesa no Caribe. A Revolução Francesa de 1789 é uma das principais revoluções burguesas do século XVIII. Foi um movimento de massa que contou com a participação de vários grupos sociais: a população miserável das cidades, os pequenos produtores e comerciantes, os camponeses explorados pela servidão, etc. Sua importância se deu no fato de ter conseguido abolir os resquícios do Feudalismo e do Antigo Regime. Até hoje a Historiografia tradicional considera-a como marco inicial da Idade Contemporânea. As ideias de "liberdade, igualdade, fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité) ultrapassaram o oceano Atlântico e nas lojas maçônicas fomentaram várias duas revoltas coloniais brasileiras: a Conjuração Baiana de 1798 e a Revolução Pernambucana de 1817. Além disso qual foi o motivo da vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1807? A invasão de Portugal pelas tropas francesas de Junot a mando de Napoleão Bonaparte, que chegou ao poder após o golpe de 18 Brumário (9 e 10 de novembro de 1799), que finalizou o processo revolucionário francês. Bonaparte iniciou um processo de expansionismo conquistando vários países, mas não conseguiu vencer os ingleses. Para enfraquecer economicamente a Inglaterra, ele impôs um embargo comercial chamado Bloqueio Continental, que D. João não obedeceu por causa dos laços comerciais entre lusos e britânicos. Apesar da distância geográfica, é impossível não relacionar os acontecimentos de 1822 no Brasil com os de 1789 na França. São fatos históricos que dialogam entre si e que possuem uma relação de causa e efeito. Ao final desse longo processo, pode-se dizer que a Revolução Francesa levou a burguesia ao poder. O privilégio de nascimento da nobreza foi abolido. Mas, em seu lugar, a burguesia colocou o privilégio social do dinheiro. 💰💲

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quarta-feira, 13 de julho de 2022

13.07.22 - FALTAM 56 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣5️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 Os primeiros meses de 1824 foram bem tensos em Pernambuco, pois D. Pedro I queria a todo custo garantir a posse de Francisco Pais Barreto, e mandou as fragatas Niterói e Piranga sob o comando do capitão-de-mar-e-guerra John Taylor, mercenário inglês contratado pelo governo imperial, para Recife. A cidade foi sitiada e ameaçada de bombardeio, mas ainda assim a oligarquia pernambucana não cedeu aos desejos de sua Majestade, que radicalizou e nomeou em 20 de maio de 1824 José Carlos Mayrink da Silva Ferrão para presidente da província, o que feria a autonomia provincial acordada desde 1821 na Convenção de Beberibe. No dia 11 de junho de 1824, D. Pedro I alertou que Portugal estava preparando uma grande invasão ao Brasil para anular a Independência e determina que as tropas brasileiras se concentrem no Rio de Janeiro. Cada província que se virasse com sua própria defesa. Para piorar ainda mais a situação pairava a suspeita de que D. Pedro I estaria negociando a entrega para Portugal das províncias do norte-nordeste em troca do reconhecimento da Independência das províncias mais ao sul. A sensação de abandono por parte do imperador inflamou ainda mais a revolta dos pernambucanos, que liderados por Manoel de Carvalho Paes de Andrade proclamaram em 2 de julho de 1824 uma república federativa chamada Confederação do Equador, inspirada na experiência federativa dos Estados Unidos e das ex-colônias espanholas. O movimento contou com a adesão das seguintes províncias: Paraíba, Ceará, e Rio Grande do Norte. A Constituição de 1824 foi suspensa e enquanto uma nova não era elaborada foi adotada provisoriamente a Constituição da Colômbia. Para organizar o Estado que surgia convocou-se uma Assembleia, que elaborou um projeto constitucional que priorizava o Poder Legislativo. O tráfico negreiro foi suspenso no porto do Recife. A viajante inglesa Maria Graham relata em suas memórias que o ambiente na província pernambucana, guardadas as proporções, era semelhante ao que se sentia na França no tempo da Revolução Francesa: "muitos olhos espreitavam e muitos ouvidos permaneciam atentos, pelos cantos, sempre à espera de armadilhas e traições". A Confederação do Equador, no entanto, padecia do mesmo calcanhar de Aquiles de sua antecessora, a Revolução de 1817: à medida que se tomavam posições mais populares e favoráveis aos pretos, mulatos e escravos, mais os senhores de engenho deixavam de apoia-la, fragilizando o movimento. 😞😓😔

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terça-feira, 12 de julho de 2022

12.07.22 - FALTAM 57 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🤴⚜️ Se D. Pedro I achava que a única dor de cabeça que ele teria com os pernambucanos foi o levante dos mestiços, pardos e negros liderado por Pedro Pedroso em setembro de 1823 no Recife, ele estava enganado. Em bom pernambucanês, podemos dizer que os pernambucanos são bons de arenga! Arenga para quem desconhece é o mesmo que briga, peleia, conflito, etc... Basta lembrar quem botou para correr os holandeses do Nordeste em 1654! E a verdade é que os pernambucanos estavam às turras com sua Majestade por causa do fechamento da Assembleia Constituinte de 1823 e a imposição da Carta Constitucional de 1824. Ressentimentos esses alimentados desde 1817, quando D. João VI (pai de D. Pedro I) reprimiu com violência o levante dos pernambucanos e ainda tirou a comarca de Alagoas da província. São feridas abertas, mal resolvidas, que de um conflito mal solucionado, acabam descambando para novas guerras e revoltas (quem já estudou sobre as duas Guerras Mundiais percebe claramente isso). À tensão que já existia na província se some a falta de habilidade política de D. Pedro I na hora de estabelecer as articulações entre o poder central que estava no Rio de Janeiro e os poderes locais de cada província – em sua maioria formada por grandes proprietários de terras e de escravos. A nomeação de Francisco Pais Barreto para presidente da província pelo próprio imperador acirrou os ânimos em Pernambuco. Vale lembrar que a oposição local não poupava críticas à política petrina, e aí se juntam Cipriano Barata, com o Sentinella da Liberdade da Guarita de Pernambuco e Frei Caneca, com o Typhis Pernambucano. Coincidentemente, Caneca e Barata eram maçons! A maçonaria sempre esteve presente nas principais revoltas pernambucanas (e nordestinas também). Os pernambucanos apoiavam o liberal Manoel de Carvalho Pais de Andrade. Esperavam apenas uma brecha para colocá-lo no poder. E essa chance veio em 13 de dezembro de 1823 quando Pais Barreto não aguentou a pressão e pediu para sair! Foi a deixa que os liberais precisavam para encaixar Pais de Andrade no vácuo de poder deixado. O problema é que D. Pedro I não gostou nem um pouquinho da ideia e mandou que Pais de Andrade fosse reconduzido ao poder. A arenga dos pernambucanos com o imperador estava apenas começando. 😠💥😡

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segunda-feira, 11 de julho de 2022

11.07.22 - FALTAM 58 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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📚🧐 Dificilmente você vai encontrar alguma referência à Pedrosada nos livros didáticos que são usados nas escolas brasileiras (o que não surpreende porque também não existem registros da Revolta do Caldeirão, de Ronco da Abelha, do massacre da CSN, e de várias revoltas populares). O fato é que nos dias 21, 22 e 28 de fevereiro de 1823, Pedro Predosa, o Pardo do Recife, sublevou dois batalhões de caçadores, o esquadrão de cavalaria de primeira linha, o batalhão dos Bravos da Pátria, os Monta Brechas, e os Intrépidos. Foi maciça a participação de mulatos, negros e mestiços pobres livres e libertos, os quais saíram das ruas da Ilha de Santo Antônio, onde buscaram implantar um governo que os representassem, um governo de negros. Aos gritos de "Marinheiros e Caiados / todos devem se acabar / porque só pardos e pretos / o país hão de habitar" os pretos e mestiços tomaram as ruas da Ilha de Santo Antônio, no Recife, das quais destacam-se: Rua São Francisco, rua da casa da Cadeia, o Beco do Ouvidor, rua Florentina, rua do Hospital do Paraíso, o segundo Beco da rua Nova de quem vem da Ponte da Boa Vista, no primeiro Beco da rua Matriz e na rua do Cabugá. A Pedrosada, porém, foi abafada, e Pedroso despachado para o Rio de Janeiro. E lá estava preso quando os pernambucanos rebelaram-se mais uma vez, em 1824, na Confederação do Equador. Então, sabendo da liderança que ele exercia sobre o povo pobre daquela província, D. Pedro I lhe ofereceu anistia e o comando das tropas de volta, em troca do seu apoio. O outrora revolucionário Pardo do Recife volta para Pernambuco, mas desta vez, como um soldado reacionário comandando um batalhão para combater a Confederação do Equador. O personagem ambíguo, que ora defendeu a Revolução Pernambucana de 1817, sendo uma de suas lideranças mais radicais, que pegou em armas para fazer uma revolta à moda haitiana em Recife em 1823, e que terminou sua trajetória como um defensor da coroa petrina, voltaria a aparecer na historiografia em 1824, desta vez reivindicando que o primeiro grito de independência fora dado por ele mesmo no Recife antes mesmo de José Bonifácio de Andrada. Pedroso morreu de velhice no Rio de Janeiro em 1849. 😓🖤

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domingo, 10 de julho de 2022

10.07.22 - FALTAM 59 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣5️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

⏳📆 Ás vésperas do sete de setembro de 1822 a situação da província de Pernambuco era bastante estável politicamente falando. O comerciante Gervásio Pires Ferreira estava como presidente da província após a vitória do pleito de 26 de outubro de 1821, após a saído da general Luiz do Rego Barreto, algoz da Revolução Pernambucana de 1817 da qual Gervásio havia sido um dos participantes. A chegada de Gervásio Pires foi um dos desdobramentos do acordo conhecido como Convenção de Beberibe, assinado em 5 de outubro de 1821, e que na prática deu aos pernambucanos a autonomia político-administrativa antes da separação definitiva às (quase) margens do Ipiranga no sete de setembro. O arranjo político poderia até durar se não fosse a atuação de Antônio de Menezes Drummond, agente do ministro José Bonifácio, que cooptou para si o capitão mulato Pedro Pedroso, chamado de "o Pardo do Recife". Pedroso aderiu à ideia de conspirar contra Gervásio (desafeto de Bonifácio) em troca de promessas de melhorias de vida para o povo e aumento de soldo para os militares. No dia 16 de setembro de 1822, um novo pleito foi realizado para escolher os deputados que deveriam participar da Assembleia Constituinte de 1823 (dos 13 escolhidos, apenas 4 tinham participado dos eventos de 1817) e foi nesse dia que Pedroso aproveitou para se auto-proclamar Governador das Armas e instaurar a Junta dos Mulatos, depondo então Gervásio Pires, como queriam os partidários de José Bonifácio na corte instalada no Rio de Janeiro. Mas o novo governo formado por senhores de terras e escravos também não nutria grande simpatia pelas causas abolicionistas e populares. Restava para o Pardo do Recife dar a última cartada, um xeque-mate de mestre nas elites pernambucanas. Apoio popular não lhe faltava. Experiência militar, também. Era a vez dos marinheiros (como eram chamados os portugueses) e caiados (senhores de terras) pagarem suas dívidas com a maioria da população escravizada da província, pelo menos nos planos do Pedro, que ao contrário do seu homônimo bíblico, não negou, nem traiu suas origens! 💪🏿👨🏾‍🦱👊🏿

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09.07.22 - FALTAM 60 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣6️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

📖🧐 Quando estudamos a Independência do Brasil, ou melhor, o processo de emancipação política do Brasil, termo mais adequado ao fato histórico, a ausência de nomes de personagens negros é bem evidente. Não apenas por ter sido um movimento eminentemente branco e construído das elites oligárquicas para as camadas populares, mas também por puro desconhecimento do papel exercido por pessoas como o capitão Pedro da Silva Pedroso, o Pardo do Recife. Ele exerceu a função de Capitão de Artilharia da Tropa de Primeira Linha do Recife e chegou a tornar-se Governador das Armas. Como militar conseguiu um grande prestígio entre a população pobre, composta em sua maior parte por pessoas negras, pardas e mestiças, como também em meio a elite provinciana, tanto a revolucionária quanto a realista. Pedroso foi um ativo integrante dos principais acontecimentos da Revolução Pernambucana de 1817 como dos demais episódios políticos da província de Pernambuco, onde demonstrou atitudes radicais que renderam-lhe a designação de o Roberspirerre Pernambucano (à semelhança do líder revolucionário francês). Dentre suas ações estão: o fuzilamento do coronel Tomás de Aquino, enviado pelo governador português Caetano Pinto para parlamentar com os militares rebelados em 1817 e ameaçou de morte o advogado José Luís Mendonça que preparava uma proposta de conciliação com D. João VI; além de por conta própria, fuzilar três desertores da tropa rebelde em praça pública. Após a anistia de 1821, ele não foi libertado com os outros e sim enviado para Portugal, acusado de mandar matar o coronel Aquino. Mas foi perdoado e voltou para sua terra. E aqui estava, em fevereiro de 1822, quando foi procurado por Antônio de Menezes Drummond, agente do ministro José Bonifácio de Andrada e Silva, o principal articulador da Independência do Brasil. Bonifácio estava contra Gervásio Pires, na época o presidente da província, pois ambos defendiam pontos de vista político diferentes. Ter Pedroso do lado dos partidários de D. Pedro era importante para Bonifácio derrubar Gervásio Pires. A bomba para mais uma revolta em Pernambuco estava armada. Faltava apenas o estopim para explodi-la. 💣💥

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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sexta-feira, 8 de julho de 2022

08.07.22 - FALTAM 61 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🙋‍♂️🙋🏽‍♀️ O Estado de Pernambuco, ou melhor a província de Pernambuco, usando a denominação adequada ao período, teve um papel de destaque no processo de emancipação política do Brasil que culminou com o grito às (quase) margens do riacho Ipiranga dado por D. Pedro, então príncipe-regente do país, em 7 de setembro de 1822, completando daqui a dois meses seu bicentenário. Ademais, os pernambucanos também teriam um capítulo especial no desenrolar do chamado primeiro reinado (1822-1831) quando se rebelaram contra a imposição da Carta Constitucional de 1824 e iniciaram a Confederação do Equador em 2 de julho de 1824, liderada por nomes como Frei Caneca, Cipriano Barata e Manoel de Carvalho Pais de Andrade. Coincidentemente, 2 de julho, é a data de outro importante fato relacionado com a emancipação política do Brasil: a Independência dos Estados Unidos! Pernambuco se fez presente durante a Independência do Brasil em três momentos importantes: na Revolução Pernambucana de 1817 – que aliás foi a única revolta colonial que conseguiu chegar ao poder durante 75 dias –, durante a formação da Junta Governativa de Goiana em 29 de agosto de 1821 e na Convenção de Beberibe assinada em 5 de outubro de 1821, que na prática pôs fim ao domínio português sobre a província, com a instauração de um governo autônomo para os pernambucanos, antecipando em onze meses o processo de emancipação política. Apesar dos grandes feitos e protagonizar eventos importantes e decisivos para a nossa Independência, as revoltas e movimentos dos pernambucanos são negligenciados na maioria dos livros didáticos que chegam às nossas escolas. A própria historiografia oficial, em sua maioria, produzida por acadêmicos do centro-sul, subestimam a importância de Pernambuco no processo da emancipação brasileira. Pernambuco foi o berço de Gervásio Pires, Antônio Gonçalves da Cruz (Cruz Cabugá), José de Barros Lima (Leão Coroado), Maria Teodora da Costa (a Noiva da Revolução), Pedro da Silva Pedroso (o Pardo do Recife), Bárbara Pereira de Alencar (a primeira prisioneira política do Brasil), e de Joaquim do Amor Divino Rabelo, que entrou para a História como Frei Caneca, um dos maiores revolucionários brasileiros. O atual Estado de Pernambuco por causa de sua ousadia e coragem revolucionárias perdeu os territórios de Alagoas em 1817 e da Comarca de São Francisco, uma gigantesca faixa de terra de 173 mil km2, transferida a princípio para Minas Gerais e depois para a Bahia em 7 de julho de 1824 (há 198 anos na data de ontem). Não por acaso, até hoje, Pernambuco é conhecido como o Leão do Norte! 💪🦁👊

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👉 Para saber mais sobre as principais revoltas pernambucanas relacionadas com a Independência do Brasil, acesse:





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quinta-feira, 7 de julho de 2022

07.07.22 - FALTAM 62 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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💣💥 A guerra pela Independência dos Estados Unidos teve início com a Batalha de Lexington, em 19 de abril de 1775. Nesse dia, tropas inglesas comandadas pelo general Thomas Gage tentaram destruir um depósito de armas controlado pelos rebeldes americanos. O destacamento inglês encontrou severa resistência das tropas coloniais semi-improvisadas. Em 10 de maio de 1775 realizou-se o Segundo Congresso de Filadélfia, que conclamou os cidadãos às armas e nomeou George Washington comandante das tropas americanas. No dia 4 de julho de 1776, surgiu a declaração oficial da independência dos Estados Unidos, cujo principal redator foi Thomas Jefferson. A Declaração de Independência dos Estados Unidos, inspirada nos ideais iluministas, defendia a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano – embora não tocasse na questão da escravidão. A partir desse momento, a guerra prolongou-se por sete anos de sangrentos confrontos, que provocaram a morte de cerca de 70 mil combatentes americanos. No dia 19 de abril de 1781, o último exército inglês foi derrotado em Yorktown. Era o fim da guerra. Mas somente em 3 de Setembro de 1783, dois anos depois, é que a Inglaterra reconheceu (admitiu e aceitou perante outras nações) oficialmente a independência das colônias americanas através do Tratado de Paris. No plano interno, a independência não significou a liberdade de todos os que viviam nos Estados Unidos. A escravidão negra, por exemplo, foi mantida, e sua abolição só ocorreria por meio da Guerra de Secessão (1861-1865). No plano externo, os Estados Unidos sempre procuraram apresentar-se como defensores da democracia e da liberdade mundial. No entanto, foram assumindo, na prática, uma política imperialista de dominação, que representava a negação dos valores que defendiam. Como primeira nação do continente americano a romper com a dependência colonial, os Estados Unidos serviram como exemplo para a Independência do Brasil em 1822. 🙋🏽‍♂️🙋‍♀️

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quarta-feira, 6 de julho de 2022

06.07.22 - FALTAM 63 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🤔❓ Além do desejo de separar a colônia da metrópole, o que temos em comum entre Benjamin Franklin, Thomas Jefferson e George Washington, personagens da Independência dos Estados Unidos, com José de San Martín, Simón Bolívar, Bernardo O'Higgins, protagonistas das emancipações na América Espanhola, e José Clemente Pereira, Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrada e Silva, e D. Pedro I, que articularam e capitanearam o processo de emancipação política do Brasil? Todos os personagens citados foram ligados à uma sociedade secreta – que atualmente substituí o termo secreta por discreta – chamada de MAÇONARIA! Não estamos falando de meras coincidências, mas de fatos concretos e fartamente abalizados pela literatura acadêmica na área de ciências históricas. Eles estão nos principais acontecimentos que mudaram os rumos da humanidade desde o século XVI. E longe de análises rasas que flertam com teorias da conspiração, que não agregam para o debate histórico, não existe um plano maçônico de dominação mundial, mas uma instituição que durante séculos navegou sob águas revoltas e ares revolucionários, forjando homens e feitos que até hoje deixaram suas marcas na História Mundial. A América que surgiu após 1776 nos Estados Unidos carrega em seu DNA a Maçonaria. Só para se ter uma ideia, dos 46 presidentes norte-americanos empossados até hoje, pelo menos 14 foram... maçons! A cidade de Washington, a capital administrativa dos Estados Unidos, esconde numerosos símbolos maçônicos. Alguns estudiosos do assunto afirmam que até a planta da cidade foi pensada para homenagear a Maçonaria. De acordo com essa tese, alguns prédios estão dispostos de modo a formar um compasso e esquadro imaginários. E na ilustração da nota de um dólar, a asa direita da águia tem 32 penas, que representariam os 32 níveis da maçonaria escocesa. Do lado esquerdo, há uma pena a mais. A penugem extra significaria um tipo de bônus que pode ser alcançado por bons serviços. Já as nove penas do rabo fariam referência aos nove degraus da maçonaria de York. E é claro não poderia faltar o "olho que tudo vê", uma clara referência maçônica. 👁️🏛️

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terça-feira, 5 de julho de 2022

05.07.22 - FALTAM 64 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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💪😠 🍵 O evento histórico conhecido como Festa do Chá de Boston aconteceu em 16 de Dezembro de 1773 na cidade de mesmo nome, nos Estados Unidos. A ação foi um protesto executado pelos colonos do país contra os altos impostos cobrados pelo governo britânico. Naquele dia, eles lançaram o carregamento de chá de três navios pertencentes à Companhia Britânica das Índias Orientais às águas do Porto de Boston. O incidente é considerado como um evento-chave no desenrolar da Revolução Americana. Os colonos disfarçaram-se de índios para invadir os navios da Companhia e atirar a carga de chá ao mar. Os homens que participaram do protesto foram imitados em muitas outras cidades do país e acabaram ficando conhecidos como os primeiros heróis do movimento pela independência dos Estados Unidos. Após a revolta, o governo inglês puniu severamente os habitantes de Boston, fechando o porto da cidade. Três anos depois, 13 colônias declararam independência e fundaram os Estados Unidos da América. A Independência dos Estados Unidos serviu de inspiração e exemplo para outras emancipações, inclusive a brasileira, que este ano completará seus duzentos anos. 🇺🇸 🇺🇸 🇺🇸

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segunda-feira, 4 de julho de 2022

04.07.22 - FALTAM 65 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

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💰💸 Se imposto fosse bom, não teria esse nome, que lembra o verbo "impor", embora podemos substituir imposto por tributo, que aliás, existe desde os primórdios da civilização. Os impostos são uma fonte de renda para a manutenção do Estado e deveriam ser revertidos em obras para o bem estar social, embora nem sempre a teoria seja aplicada na prática. A questão tributária sempre foi um gargalo nas relações entre os países colonizados (colônias) e os países colonizadores (metrópoles). A verdade é que ninguém pagava satisfeito para bancar os luxos de uma corte opulenta que estava no outro lado do oceano. Isso aparece nas revoltas da Conjuração Mineira de 1789, da Conjuração Baiana de 1798 e na Revolução Pernambucana de 1817. É também o ponto nevrálgico de tensão que vai impulsionar o processo de emancipação política das colônias americanas do norte, que hoje, 4 de julho de 2022, completa seus 246 anos. Após o final da guerra dos sete anos Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a Inglaterra reforçou os laços de dominação colonial sobre os colonos norte-americanos, criando novas formas de taxação sobre produtos e serviços. Cobranças sobre a proibição da importação do rum estrangeiro e taxas sobre a importação de açúcar (melaço) que não viesse das Antilhas britânicas; taxa sobre os diferentes documentos comerciais, sobre jornais, livros, anúncios, etc.; e o golpe final que foi a concessão do monopólio da venda do chá nas colônias à Companhia das Índias Orientais estimularam os colonos a se revoltarem contra a coroa britânica e exigirem sua imediata separação. 😠😤

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domingo, 3 de julho de 2022

03.07.22 - FALTAM 66 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA


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🌊⛵ A Expansão Marítima Comercial realizada  por navegadores europeus no século XVI trouxe como uma de suas consequências a ocupação dos territórios americanos pelas potências capitalistas europeias da época, processo que chamamos de Colonialismo. Vale salentar que o Colonialismo era uma das características do Mercantilismo, a política econômica adotada polas monarquias absolutistas europeias para viabilizar economicamente seus respectivos reinos e cortes. O continente americano foi colonizado predominantemente pela Espanha, cujos domínios se estendiam desde o atual México até o sul da Patagônia, na Argentina, uma consequência direta da divisão estabelecida em  Tordesilhas no ano de 1494, que estabelecia uma linha demarcatória de até 370 leguas a oeste do arquipelágo de Cabo Verde para os portugueses e o resto ficaria para para os espanhóis (Francisco I, da França morreu sem saber a resposta de seu questionamento sobre o "Testamento de Adão", do qual ele perguntava em qual cláusula estaria que o mundo seria dividido entre espanhóis e portugueses?). A América Espanhola teve concorrência, em termos territoriais, com a portuguesa, que hoje corresponde a uma parte do atual Brasil. O restante do continente for colonizado, ou melhor ocupado, invadido, dominado pela Inglaterra, França e Holanda. A colonização inglesa concentrou-se na América do Norte, onde hoje são os Estados Unidos da América. Questões de ordem geográfica como por exemplo, o mesmo clima da metrópole inglesa - e histórica - a maioria dos colonizadores não pretendiam retomar para a Inglaterra pois estavam fugindo das guerras religiosas entre católicos, anglicanos e puntanos - fizeram com que a chamada América Inglesa desenvolvesse uma forma diferenciada de colonização, ao qual chamamos de colônias de povoamento (em contraposição às colônias de exploração que predominavam na América espanhola e portuguesa). A opção por priorizar a produção manufatureira, com o uso de mão-de-obra livre, e incentivar a produção agrícola om minifúndios, fez dos colonos ingleses do norte ricos e prósperos comerciantes, que se valiam da negligência da Coroa britânica para furar o monopólio comercial imposto pelo Colonialismo. Tudo bem, até que a Inglaterra brigou (e perdeu) com os franceses na disputa pelo território onde hoje é o Canadá. Alguém tinha que pagar e pato e os custos da guerra também! Adivinha para quem sobrou?🤔😤

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sábado, 2 de julho de 2022

02.07.22 - FALTAM 67 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🎋🌞 Quando amanheceu o dia 2 de julho de 1823 e as tropas brasileiras puderam entrar em Salvador após a saída da esquadra que estava sob o comando do brigadeiro Ignácio Luís Madeira de Melo se consolidou aquilo que costumeiramente os livros de História chamam de "Independência do Brasil", ao qual prefiro por razões metodológicas, e até didáticas, denominar como processo de emancipação política brasileira. A versão oficial de que o grito de D. Pedro foi o suficiente para romper os laços que nos ligavam à metrópole portuguesa e que esta separação se deu de forma pacífica e sem grandes conflitos não condizem com os fatos narrados nos últimos dias nessas postagens, quando enumeramos vários aspectos da Guerra pela Independência na Bahia desde a sedição da Câmara da Vila de Cachoeira (25 de junho de 1822), sem esquecer que esta contagem regressiva para os 200 dias que antecedem o sete de setembro começou justamente em 19 de fevereiro, data em que completou neste ano de 2022 os 200 anos do assassinato de Joana Angélica, sóror do Convento de Nossa Senhora da Lapa, morta pelas tropas portuguesas a golpes de baioneta por tentar impedir que eles adentrassem e violassem as noviças. Foi a primeira mártir da guerra pela Independência na Bahia, uma guerra que se arrastou por 21 meses e que custou mais de duas mil vidas,  a maioria voluntária que abraçou a causa emancipacionista, mesmo sabendo que pouco teriam a ganhar com ela. A mesma Bahia que recebeu os primeiros portugueses em 22 de abril de 1500, que abrigou a primeira capital brasileira em 1549, e que foi o berço da única revolta colonial cuja base estava na população escravizada, a Revolta de Búzios de 1798, viu também o desfecho de um processo que começou longe, muito longe, quando um príncipe português decidiu fugir de Lisboa e instalar sua corte no outro lado do Atlântico. A entrada triunfal de um exército cujas fileiras abrigavam nomes como Maria Quitéria de Jesus Medeiros, o corneteiro Luís Lopes, a negra marisqueira Maria Felipa, faz a gente encher o peito de orgulho por saber que não só os ricos e poderosos protagonizam os feitos históricos, mas gente simples, do povo, às vezes até anonimamente, está por trás de acontecimentos que mudarão os rumos de uma nação. A grande lição dessa guerra é que um povo não adormece sossegado enquanto sua liberdade estiver ameaçada. "Com tiranos não combinam, brasileiros, brasileiros corações". O refrão do Hino ao Dois de Julho é um eloquente manifesto que serve até mesmo para os dias atuais, quando a democracia é ameaçada e tempos tenebrosos são evocados por grupos que flertam com o neofascismo e o autoritarismo. 🙅‍♂️🙅🏾‍♀️

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06.09.22 - FALTA 1 DIA PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣0️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷 📖✍️ E assim chegamos ao fim de uma jornada – que começou em 19 de fevereiro de 2022. Foram 200 dias de estudo, leit...