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💪👊 A emancipação brasileira de Portugal e a emancipação das colônias hispânicas nas Américas guardam entre si o desejo de romperem os laços de dominação colonial que as ligava às casas dinásticas europeias (Braganças e Bourbons, respectivamente). Entretanto, foram processos carregados de particularidades, e cujos desmembramentos foram bastante distintos. A priori, vamos lembrar que apenas o Brasil manteve a forma monárquica após a emancipação (com exceção do México, mas apenas alguns meses), e os demais formaram repúblicas. A grande disposição territorial – afinal, estamos falando de um continente – já deixava claro que seria improvável a unificação do antigo Império Colonial Espanhol num único país, como almejava Simon Bolívar, feito este que o Brasil conseguiu, mesmo que ao longo do período imperial (e até mesmo antes da Independência) várias províncias ensaiassem tentativas separatistas, mas sem sucesso. É claro que ambas as emancipações, brasileira e hispânica, estão inseridas num contexto maior que é a crise do sistema colonial no século XVIII, e entrelaçadas num mesmo fato histórico: a Revolução Francesa de 1789, da qual surgiu um personagem protagonista de dois fatos que influenciaram as duas emancipações, o general Napoleão Bonaparte. Foi ele quem tirou do trono o rei espanhol Fernando VII em 1808, colocando em seu lugar José Bonaparte, seu irmão. E foi também Napoleão quem ordenou a invasão a Portugal em 1807. A prisão de Fernando VII fragilizou a resistência da Coroa aos movimentos emancipatórios que explodiram nas Américas, enquanto que a invasão francesa em Portugal forçou a transferência da Corte para o Brasil, e ambos os fatos impulsionaram as Independências no continente americano. Há mais um ponto que não pode ser esquecido: a ausência das populações afrodescendentes na emancipação brasileira, e a das populações ameríndias nas emancipações da América Espanhola (salvo algumas exceções), não porque os negros e indígenas estivessem satisfeitos com a forma como se deu a colonização, mas sim porque as classes dominantes não arriscaram municiar de armamentos e delegar poderes militares à grupos que, porventura, viessem a reivindicar mudanças no status quo desses países. A Independência do Brasil foi um processo controlado pela oligarquia agrária, latifundiária e escravista, enquanto que as Independências da América Espanhola foram cuidadosamente capitaneadas pelos chamados criollos, que era a elite descendente de espanhóis, excluída dos altos cargos dirigentes, mas dona de grande poder econômico nas colônias espanholas. 🤑💰
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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