quinta-feira, 31 de março de 2022

31.03.22 - FALTAM 160 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

🏛️❌ O fechamento da Assembleia Constituinte em 1823 e a imposição da Constituição de 1824 foram a primeira grande decepção dos liberais brasileiros com D. Pedro I. É óbvio que não podemos medir na mesma régua o liberalismo clássico, gestado nos salões parisienses pelos filósofos iluministas, com o liberalismo dos trópicos brasileiros, uma vez que os nossos liberais eram, em sua maioria, membros da oligarquia rural, proprietária de terras e de escravos, e que defendiam o liberalismo econômico sem mudanças na estrutura da sociedade. A eles, convinha uma Constituição que limitasse os poderes do imperador e assegurasse a unidade territorial do recém independente Brasil sem haver uma revolução vinda das camadas mais baixas da sociedade, como a que aconteceu no processo emancipatório do Haiti. A frase dita 108 anos depois por Antônio Carlos de Andrada (por sinal, parente de José Bonifácio de Andrada, o patriarca da Independência) "façamos a revolução antes que o povo a faça" caí com uma luva nesse cenário do 7 de setembro de 1822. Reescrita, assim ficaria: "Façamos a INDEPENDÊNCIA, antes que os ESCRAVOS E COLONOS a façam"! E os liberais apostaram no príncipe-regente D. Pedro como a pessoa certa no momento certo para capitanear o processo de libertação da colônia. Esperavam que D. Pedro I atendesse às suas expectativas no exercício do mandato, mas não foi o que aconteceu. O absolutismo monárquico estava no D.N.A. da Casa dos Braganças. E se em Portugal, D. João VI aceitou assinar uma constituição, foi para não ser deposto após a Revolução do Porto de 1820. D. Pedro I no Brasil, foi mais ágil: se antecipou, mandou fechar e prender os membros liberais da Constituinte durante a famosa "noite da agonia" (12 de novembro de 1823). Nem os Andradas escaparam da repressão pedrina. O estrago estava feito. A oposição ao Imperador ainda teria muito motivos para se manifestar nos próximos anos do seu reinado. 😒😠😤

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quarta-feira, 30 de março de 2022

30.03.22 - FALTAM 161 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

💪👑 O poder de um monarca, seja ele rei, príncipe ou imperador é hereditário e vitalício, ou seja, passa de pai para filho e é exercido por toda a vida. Entretanto, o governo de D. Pedro I durou apenas 9 anos, de sua coroação em 1° de dezembro de 1822 até sua abdicação em 7 de abril de 1831. Como explicar um período tão curto em se tratando de um regime monárquico? Só para fins de comparação, seu filho, D. Pedro II reinou durante 49 anos. Existem vários fatores que explicam isso, e todos eles convergem para a falta de habilidade política de D. Pedro I para lidar com as questões relacionadas à administração de um país territorial como o Brasil. Ele teve que lidar com questões pontuais de revoltas, internamente, como a Confederação do Equador em Pernambuco (1824), e externamente, a Guerra da Cisplatina (1825-1828); com a frustração dos liberais com a Constituição imposta em 1824; com a oposição cada vez mais ruidosa nos jornais; e o clima ficou ainda pior quando D. Pedro I interveio na sucessão do trono português, do qual tinha abdicado em favor de sua filha Maria da Glória, mas que teria sido usurpado por D. Miguel, seu irmão, com o apoio de Carlota Joaquina, mãe de ambos (os brasileiros temiam uma recolonização do Brasil caso D. Pedro I se tornasse rei nos dois países). A vida pessoal do Imperador também não era das melhores, dividido entre a esposa oficial e dezenas de amantes, sendo a Marquesa de Santos a principal delas. A economia ia mal, a política nem se fala, e a maioria da população continuava escrava, analfabeta e sem direitos políticos. Não é de se estranhar que D. Pedro I tivesse ficado tão pouco tempo sob o trono do recém-criado Império Brasileiro. 🤦‍♂️⚜️🤦‍♀️

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terça-feira, 29 de março de 2022

29.03.22 - FALTAM 162 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

🇧🇷 🇵🇹 Após as sucessivas derrotas das tropas portuguesas em território brasileiro ficava mais que necessário que a antiga metrópole reconhecesse formalmente a emancipação brasileira após o 7 de setembro de 1822. A Inglaterra, através de seu diplomata George Canning, serviu como mediadora do processo, cujas negociações se arrastaram por quase três anos, entre Londres, Lisboa e o Rio de Janeiro. A corte de Lisboa se recusava a aceitar que havia perdido o controle de sua ex-colônia, até que em 29 de agosto de 1825, Portugal assinou o acordo de reconhecimento, no entanto, exigiu o pagamento de uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas, e a concessão a D. João VI do título de Imperador Honorário do Brasil. Como o Brasil não dispunha de recursos financeiros para pagar o que foi exigido, D. Pedro I recorreu a banqueiros ingleses para conseguir emprestada esta quantia. O dinheiro, sequer precisou sair de Londres, pois foi usado para saldar dívidas que os portugueses haviam contraído com os ingleses. Assim nascia o Brasil: um país com a maioria da população escravizada e analfabeta, dominado por uma oligarquia fundiária, e devendo grandes somas de dinheiro aos banqueiros britânicos. A emancipação política estava demasiado longe da independência econômica que se esperava de uma nova nação independente. 💸 🇬🇧 💸

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segunda-feira, 28 de março de 2022

28.03.22 - FALTAM 163 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

🇺🇸 🇬🇧 O reconhecimento externo da emancipação política do Brasil foi conquistado a partir de acordos e tratados nem sempre favoráveis ao recém criado país. A maioria dos países que reconheceram nossa Independência exigiram em troca vantagens comerciais na entrada de produtos estrangeiros e até mesmo indenizações, como no caso de Portugal, nossa ex-metrópole. Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer nossa Independência em 26 de maio de 1824, e o fizeram baseados na chamada Doutrina Monroe que pregava "A América para os Americanos", uma forma de dizer que os destinos políticos do continente deveriam ser geridos pelos americanos. O que não se suponha, pelo menos na época, era que o verdadeiro motivo da frase era o desejo expansionista dos Estados Unidos em exercer sua hegemonia em todo o continente. Reescrevendo a frase, ficaria "A América para os americanos do norte"! A Inglaterra também fez suas exigências. Na sua pauta estavam a renovação dos Tratados de Comércio, Navegação e Amizade de 1810, que davam privilégios alfandegários aos produtos ingleses, que entravam no mercado brasileiro pagando menos impostos que os dos demais países (apenas 15%, enquanto que Portugal pagava 16% e os demais países 24%) e a abolição dos escravos, algo impensável para um Império cuja produção agroexportadora estava ancorada no cultivo de um único produto (monocultura) em grandes extensões de terras (latifúndios) com mão-de-obra escrava. Sem contar que a oligarquia rural, que controlava os principais cargos do governo, era formada por donos de... escravos! A questão abolicionista será um ponto de tensão entre brasileiros e ingleses durante o período imperial. 💪🏿👱🏿‍♂️👊🏿

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domingo, 27 de março de 2022

27.03.22 - FALTAM 164 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 Após a declaração de Independência às margens, ou melhor, quase às margens do riacho Ipiranga por D. Pedro, era preciso que a emancipação política fosse reconhecida dentro e fora das fronteiras brasileiras, uma tarefa nada fácil. Os militares e comerciantes portugueses que controlavam o comércio local nas províncias do norte e do nordeste revoltaram-se contra a Independência e dediciram pegar em armas para manter os antigos laços coloniais. A falta de um exército preparado para combater os revoltosos fez com que D. Pedro contratasse militares mercenários estrangeiros, apoiado inclusive pelos grandes proprietários rurais do centro-sul. Foi assim que nomes como lorde Cochrane, John Grenfell, Pierre Labatut, James Norton, John Taylor e Thomas Crosbie entraram nas Guerras pela Independência do Brasil, que durante meses encharcou de sangue e lágrimas as províncias da Bahia, Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Cisplatina. Apesar da resistência lusitana ser forte e aguerrida, as tropas imperiais brasileiras conseguiram vencer as principais batalhas, dentre as quais a de Jenipapo no Piauí (13 de março de 1823) e a de Pirajá na Bahia (8 de novembro de 1822), e em meados de 1823, todo o país estava sob o comando de D. Pedro I. Faltava agora o reconhecimento internacional da emancipação brasileira. 🇺🇸 🇬🇧 🇵🇹

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sábado, 26 de março de 2022

26.03.22 - FALTAM 165 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

🤴⚜️ O personagem principal do processo de emancipação política do Brasil é, sem sombra de dúvidas, Pedro de Alcântara Bragança e Bourbon, que seria coroado em 1° de dezembro de 1822 como D. Pedro I. A sua vida pessoal já foi amplamente devassada em várias obras ao longo dos anos. Sabemos, por exemplo, que ele era epiléptico. O fato inclusive foi retratado na minissérie "Marquesa de Santos" produzida e e exibida pela extinta Rede Manchete em 1984. Segundo o escritor e biógrafo de D. Pedro I, Paulo Rezutti, "no caso de d. Pedro, era comum que as crises epilépticas fossem divulgadas pelo Diário Fluminense. Quando d. Leopoldina desembarcou no Brasil, já sabia das crises epilépticas do marido, e no quarto deles havia um sofá específico para ele repousar após um ataque. Um dos mais graves foi em 13 de maio de 1816, numa cerimônia pública em Niterói durante o embarque das tropas para a Campanha da Cisplatina. Após quatro horas sob o sol, d. Pedro caiu e teve convulsões. Foi levado para uma casa próxima para descansar e aliviar a dor de cabeça, quando então pôde ser levado para repousar no Rio de Janeiro. Era o sexto ataque público do jovem de 16 anos". Além de D. Pedro I, outras personagens importantes da História epilépticos foram o pintor Vincent van Gogh, a heroína da Guerra dos Cem Anos Joana D'Arc, o escritor russo Fiódor Dostoiévski, o fundador da Academia Brasileira de Letras e considerado o maior dos escritores brasileiros Machado de Assis, e o inventor e cinetista sueco Emanuel Swedenborg. Para conscientizar as pessoas sobre a epilepsia e diminuir o estigma em relação à doença foi criado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, celebrado anualmente na data desta postagem: 26 de março. 👍📅

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sexta-feira, 25 de março de 2022

25.03.22 - FALTAM 166 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

📜🤴 A primeira Constituição brasileira foi outorgada num dia como hoje, 25 de março de 1824, portanto há 198 anos, por D. Pedro I. Atendia à necessidade de estruturar juridicamente o recém emancipado Império brasileiro. Não foi a Constituição dos sonhos liberais dos irmãos Andradas, muito menos uma ode à democracia. Elaborada por quatro pessoas de confiança de sua majestade, não se podia esperar muito, se não um documento que legitimasse o absolutismo monárquico que durante anos a Casa de Bragança carregava em seu D.N.A. A Constituição de 1824 adotou o princípio da tripartiçao dos poderes idealizado por Montesquieu, mas não abriu mão do poder Moderador, que estava acima dos demais e era exclusivo do imperador, o que na prática, dava-lhe poderes absolutos. As relações entre a Igreja Católica e o Estado monárquico ficaram engessadas pelo regime do Padroado, e o direito à votar ou ser votado condicionado à renda da pessoa, segregando a maioria da população do processo eleitoral. Vale lembrar que analfabetos também estavam excluídos das eleições, e estes eram a maioria da população. Sobre a abolição dos escravos ou reformas sociais, nenhuma linha. A Constituição de 1824 atendia aos interesses da oligarquia agrária, donas de terras e escravos. Ficou vigente durante 67 anos (até 1891 quando foi promulgada a primeira Constituição republicana) e sofreu alterações importantes em 1832 – o chamado Ato Adicional – que ampliou a autonomia das províncias e criou a regência una em substituição à regência trina. Foi a mais longa Constituição vigente no Brasil. 🇧🇷⚖️🇧🇷

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quinta-feira, 24 de março de 2022

24.03.22 - FALTAM 167 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

📜⚖️ O Brasil livre e emancipado de Portugal precisava de novas leis que lhe garantissem um ordenamento jurídico, uma vez que deixou de ser uma colônia e ganhou autonomia administrativa. Já vimos nas postagens anteriores que a monarquia ficou sendo o regime político adotado após a Independência, mas não bastava apenas isso, era preciso uma lei superior, que estivesse acima das demais, mais precisamente de uma Constituição. Antes mesmo do "grito do Ipiranga", o então príncipe-regente D. Pedro convocou uma Assembleia para elaborar a primeira Constituição brasileira, isto em 3 de junho de 1822, mas por vários motivos, dentre eles a dificuldade de comunicação, a Assembleia só veio a se instalar em 3 de maio de 1823, dando início ao trabalho de elaboração do projeto constitucional. A oligarquia agrária, dona de terras e de escravos, sob a liderança de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (irmão de José Bonifácio de Andrada), conquistou a hegemonia dentro da Assembleia Constituinte, e pautou seu projeto de Constituição na firma oposição aos portugueses (anticolonialismo), na preocupação em reduzir e limitar os poderes do imperador (antiabsolutismo) e em blindar o poder político apenas para os grandes proprietários rurais (classismo). O voto censitário – baseado na renda pessoal do indivíduo – estabelecia que apenas quem tivesse uma renda anual igual ou superior a 150 alqueires de mandioca teria direito a votar, o que na prática excluía a maioria da população e até mesmo os ricos comerciantes portugueses, que tinham dinheiro, mas não alqueires de mandioca (daí surgiu o nome "Constituição da Mandioca"). Como o anteprojeto apresentado diminuía os poderes do imperador, D. Pedro I ficou insatisfeito, e a partir daí surgiu uma relação conflituosa entre os parlamentares e o imperador que culminaria na chamada "noite da agonia" (12 de novembro de 1823) quando as tropas imperiais cercaram o prédio em que se reuniam os constituintes e dissolveram a Assembleia, prendendo inclusive os irmãos Andrada (José Bonifácio, Martim Francisco, e Antônio Carlos), principais opositores de D. Pedro I. O desejo de uma Constituição liberal que limitasse o absolutismo dos Braganças acabava de morrer naquela noite. E sob o parto do despotismo, nasceria a primeira Constituição brasileira! 😳😨😤

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quarta-feira, 23 de março de 2022

23.03.21 - FALTAM 168 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

🤨🧐 A formação do chamado Estado brasileiro pós-independência vai encontrar alguns entraves mal resolvidos deixados ainda do período colonial. A questão da Cisplatina vai ser um deles. Fundada por portugueses, mas colonizada por espanhóis, a Colônia do Sacramento pertencia à Espanha desde a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso (1777), acordo este ratificado em 1801, pelo Tratado de Badajós. Como forma de retaliação à Espanha, que permitiu a passagem das tropas napoleônicas de Junot para invadir Portugal (Tratado de Fontainebleau), D. João VI, que já se encontrava no Brasil, enviou tropas à cidade de Montevideu, ocupando militarmente a região. O território foi anexado ao Brasil com o nome de Província Cisplatina, mas a maioria da população possuía idioma e costumes muito diferentes dos brasileiros, e portanto não aceitou a ocupação lusitana. Em 1825, os rebeldes cisplatinos, liderados por João Antônio Lavalleja, assumiram o controle militar da Província Cisplatina e, como primeira medida, declararam-se separados do Brasil. Estrategicamente, declararam que a província deveria pertencer à República das Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A reação de D. Pedro I, já como Imperador brasileiro foi declarar guerra à Argentina. Começava a Guerra da Cisplatina, que se arrastou por três anos, provocou gastos desnecessários para o recém criado Império, ceifou vidas, e contribuiu para desgastar a imagem política de D. Pedro I. Em 1828, os cisplatinos conquistaram sua emancipação definitiva com um novo país: a República Oriental do Uruguai. 💪🇺🇾👊

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terça-feira, 22 de março de 2022

22.03.22 - FALTAM 169 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣6️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

💪😌 Um dos méritos do processo de emancipação política do Brasil foi conseguir manter a unidade territorial mesmo sem um projeto de nacionalidade definido na época do famoso "grito do Ipiranga". Não é por acaso que estudiosos e historiadores afirmam que "primeiro se fez o Estado, depois se construiu a nação brasileira". Com uma grande extensão territorial, é de se esperar que o habitante das províncias do sul-sudeste não se identificasse com aqueles que moravam mais ao norte ou ao nordeste. O que vai dar amálgama a esse multifacetado mosaico de diversidades locais e regionais é a construção de símbolos e identidades que fará essa população dispersa sentir-se brasileira. Para facilitar este entendimento, seguem alguns conceitos básicos que ajudam a compreender isso. Um deles é o de país, que é o território ocupado por uma determinada população, é o espaço geográfico que uma população habita. Já o conceito de Pátria se refere ao país onde nascemos e ao qual estamos emocionalmente ligados; é o pedaço do mundo ao qual nos sentimos unidos por um forte sentimento de amor ao povo, à terra e às tradições históricas e culturais. Nação é o povo socialmente organizado e consciente de seus objetivos comuns, é o povo e o conjunto de suas instituições sociais, língua, uso e costumes. E Estado é a nação politicamente organizada em um território (país), através de um governo soberano. Apesar de serem bastante parecidos, cada conceito desse tem suas particularidades. 🤔🗾🧐

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segunda-feira, 21 de março de 2022

21.03.22 - FALTAM 170 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

🖼️🖌️👨‍🎨 São muitas as inconsistências apresentadas na obra de Pedro Américo sobre o "Grito do Ipiranga". A começar pelos animais utilizados na comitiva do príncipe-regente, mostrados como cavalos, mas que na verdade eram mulas, uma vez que era o mais indicado para subir as íngremes estradas que circulavam a Serra do Mar, rumo à cidade de Santos, interior paulista. A indumentária dos soldados também é idealizada, afinal trajes de gala não combinavam com uma viagem por estradas sujas, empoeiradas e ladeadas por matas e florestas. Aliás, até a quantidade de pessoas que assistiram ao grupo foi aumentada pelo pintor (a comitiva que assistiu ao "grito" era bem menor, segundo os relatos de testemunhas oculares da época – vamos falar delas mais adiante). Não há comprovações de que a Casa do Grito, representada na tela, existia na época. Seu primeiro registro é de 1884, 62 anos após a Independência. E finalmente, o famoso "grito" não foi bem às margens do riacho do Ipiranga, pois D. Pedro estava mesmo em cima de uma colina com uma crise de diarreia, provocada provavelmente pelo consumo de água contaminada em Santos. Não por acaso, Américo teria afirmado que "por motivos de nacionalidade, destruí a geografia", algo que soa perdoável quando lembramos que as obras de arte podem se valer de um recurso chamado "liberdade poética". Por isso um quadro, por exemplo, não mostra fielmente o que aconteceu, mas sim a visão que determinado pintor, muitas vezes influenciados por uma ou mais escolas artísticas, tem sobre os fatos históricos. A cena do filme "Independência ou Morte (Direção: Carlos Coimbra. Brasil, 1972) em que D. Pedro dá o famoso "grito" reproduz fielmente a famosa tela de Pedro Américo, que ficou no imaginário coletivo como uma espécie de "foto oficial" do momento da Independência, reproduzida em dezenas de livros didáticos e demais produções artísticas e/ou literárias sobre o tema.  ⚜️🤴⚜️

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domingo, 20 de março de 2022

20.03.22 - FALTAM 171 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

👸🌊⛵ Num dos momentos mais dramáticos da História portuguesa, na madrugada de 27 de novembro de 1817, quando todos apressadamente corriam para os navios que deveriam levar a Corte portuguesa para o Brasil, antes da chegada das tropas napoleônicas do General Junot, num momento de insanidade, aquela a quem chamavam de "a Louca", foi quem teve a lucidez de falar a verdade: "não corram, não corram, vão pensar que estamos fugindo". A fala é de Maria Francisca Isabel Josefa Antônia Gertrudes Rita Joana de Bragança, que durante 38 anos (1777-1815) reinou sobre Portugal, sendo a primeira mulher a conquistar este feito. D. Maria I não conseguiu lidar com os sucessivos lutos de filhos, do esposo e de aliados próximos, e aos poucos foi entrando num processo depressivo, que a incapacitou de continuar no trono. Ela foi declarada oficialmente incapacitada em 10 fevereiro de 1792, passando o trono a ser exercido pelo seu filho: D. João (pai do futuro D. Pedro). A historiadora Mary del Priore contesta que D. Maria I tenha sido mesmo louca, mas era vítima de profunda depressão, na época confundida com melancolia e insanidade. A vinda da família real para o Brasil piorou ainda mais o estado de saúde de D. Maria I. Aqui, ela permaneceu oito anos, terminando seus dias no Convento do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro. O seu corpo foi sepultado no Convento da Ajuda também no Rio de Janeiro. No ano de 1821, com o regresso da Família Real Portuguesa para Portugal, os seus restos mortais foram levados para a Basílica da Estrela em Lisboa. Um provérbio muçulmano diz que Alá (Deus, na religiosidade islâmica) teria roubado a sanidade dos loucos para que eles não pecassem. E sendo a mentira um dos pecados mais cometidos, não se pode culpar D. Maria I de dizer a verdade na hora da fuga para o Brasil, embora todos jurassem se tratar de apenas uma mera transferência da corte para a colônia. 😞😓😥

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sábado, 19 de março de 2022

19.03.22 - FALTAM 172 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

🖼️🤔 As semelhanças entre as obras "Independência ou Morte" de Pedro Américo e "1875: Friedland" de Louis Ernest Meissonier são bem visíveis. Nas duas telas os personagens apresentam a mesma disposição frontal, em círculo. Tanto D. Pedro quanto Napoleão estão em uma elevação do terreno, ligeiramente acima do restante da comitiva, artifício que remete à "exaltação do herói guerreiro". Os dois fazem o mesmo gesto: o francês com o chapéu, o português com a espada. Ambos aparecem ladeados por sua comitiva e são saudados pela cavalaria, que forma sua entusiasmada plateia. Os cavalos impressionam pelo movimento e são os pontos altos das duas obras: cenas com cavalos eram comuns nas telas que retratavam batalhas, mas Meissonier tinha predileção em pintar esses animais. Se a polêmica sobre a originalidade do quadro já abre margem para debates acalorados, vale lembrar que a tela do pintor paraibano não conseguiu retratar fielmente o que de fato aconteceu naquela longínqua tarde de 7 de setembro de 1822. 😮😳🥺

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sexta-feira, 18 de março de 2022

18.03.22 - FALTAM 173 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

📺👴 Quando vivo, o conhecido apresentador e comunicador Chacrinha dizia que "em televisão, nada se cria, tudo se copia". Será que a máxima do "Vellho Guerreiro", como ele ficou conhecido, se aplica também ao mais famoso quadro sobre a Independência do Brasil? Há quem diga que sim! Para alguns historiadores, Pedro Américo teria buscado inspiração (um eufemismo para plágio) para sua versão da Independência em uma tela concluída treze anos antes, em 1875: Friedland, do francês Louis Ernest Meissonier (reproduzida na imagem que acompanha esta postagem), que ganhou fama por retratar as façanhas de Napoleão Bonaparte. O quadro mostra a vitória de Napoleão na batalha de Friedland. Não foi a primeira vez que Pedro Américo foi acusado de plágio. A obra "A Batalha do Avaí", de 1877, que descreve um dos episódios da Guerra do Paraguai, também apresenta elementos supostamente copiados de outras obras. Coincidência ou não, é provável que certos traços ou detalhes de obras de uma mesma escola artística possam mesmo aparecer em mais de um quadro pintado por pintores diferentes. Ao que parece a linha entre originalidade e plágio é mais tênue do que se imagina. 😮😨😒

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quinta-feira, 17 de março de 2022

17.03.22 - FALTAM 174 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

👨‍🎨🖼️ O autor do quadro mais famoso sobre a emancipação política do Brasil se chama Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905), natural de Areia, na Paraíba. Pintor, desenhista, professor, caricaturista, escritor. Considerado um talento precoce, em 1852, aos 9 anos de idade, foi incorporado como desenhista auxiliar na expedição científica do naturalista francês Jean Brunet ao Nordeste do Brasil. Por volta de 1855, muda-se para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio Pedro II, e no ano seguinte matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes aos 13 anos. Entre 1859 e 1864, com bolsa concedida pelo imperador dom Pedro II (1825-1891), estuda na Escola Nacional Superior de Belas Artes de Paris. A obra "Independência ou Morte" foi encomendada pela comissão responsável pela construção do Monumento do Ipiranga, no local do grito, onde poderá ser visto daqui a alguns meses (o quadro está sendo cuidadosamente restaurado) no salão nobre do Museu Paulista da USP, também conhecido como Museu do Ipiranga ou Museu Paulista. A obra se insere no gênero de pintura histórica, caracterizada por telas de grandes dimensões que representam cenas de batalhas e a vida de personagens célebres. São obras produzidas em total comprometimento com objetivos políticos. O gênero ganhou notoriedade a partir do século XVII e foi impulsionado pela Revolução Francesa. Pedro Américo é também autor do quadro "A Batalha do Avaí (1873-1877), que retrata uma cena da Guerra do Paraguai. 💣💥⚔️

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quarta-feira, 16 de março de 2022

16.03.22 - FALTAM 175 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

👨‍🎨🖼️ Se alguém perguntasse como imagina que tenha sido a Independência do Brasil, a primeira imagem que viria à mente seria a do quadro "Independência ou Morte", ou "O Grito do Ipiranga", retratado na imagem que segue esta postagem. A enorme pintura à óleo, de 4,15 X 7,60 metros, é de autoria do pintor paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Melo, um dos maiores pintores do século XIX, e só foi pintada 66 anos depois do dia em que D. Pedro anunciou a emancipação do Brasil em relação à Portugal (se demorasse mais um ano, a celebração do maior feito da monarquia brasileira ficaria pronta depois do advento da República). Pedro Américo era um bolsista que estudava pintura em Florença, na Itália; e foi nessa cidade que o quadro foi apresentado ao Imperador D. Pedro II em 1888. Evidentemente que o quadro não é uma representação real e fidedigna do "Grito do Ipiranga" (aliás, nenhuma grande pintura histórica o é), pois toda obra segue valores estéticos de alguma escola de pintura. A obra de Pedro Américo, por exemplo, tem traços do Neoclassicismo, que influenciaram a composição de sua famosa tela sobre o 1822. 🎨🖌️

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terça-feira, 15 de março de 2022

15.03.22 - FALTAM 176 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

🧐🤔 Algumas comparações entre as Independências das colônias nas Américas merecem ser lembradas. As emancipações nas Américas Inglesa e Espanhola foram mais violentas e sanguentas do que a emancipação brasileira (não que a Independência do Brasil tenha sido um mar de rosas, mas que houve menos guerras e menos mortes que nos seus vizinhos, houve). As colônias inglesas das Américas e a colônia portuguesa brasileira conseguiram manter a sua unidade territorial após as Independências, ao contrário da América Espanhola, que se fragmentou e ficou dividida em dezenas de países: Venezuela, Colômbia, Perú, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai, etc... Todos os países americanos adotaram como forma de governo a República após suas emancipações, com exceção do Brasil e do México, mas a monarquia mexicana não durou sequer três meses, e o país aderiu à República. A forma de organização do Estado que prevaleceu foi o Federalismo, sendo os Estados Unidos seu melhor exemplo. A maioria dos países independentes mantiveram a estrutura social e econômica, em sua maioria, baseada na agroexportação de matérias-primas e bens primários cultivados em grandes extensões de terras com uso de mão-de-obra escrava. A exceção a essa regra ficaram com as colônias do norte dos Estados Unidos, já bem mais avançadas em alguns aspectos: economia manufatureira, uso de mão-de-obra livre e assalariada, e uma divisão de terras mais equilibrada e equitativa em minifúndios. 🌱🌱🌱

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segunda-feira, 14 de março de 2022

14.03.22 - FALTAM 177 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

😳🙄 A princípio não nos parece conveniente chamar o Brasil pós Independência de Império brasileiro, uma vez que o regime instituído está muito mais para um reino do que para um Império. Normalmente um reino é uma entidade político-administrativa mais estável, enquanto o império se caracteriza por uma constante tentativa de expansão. Não existia um projeto expansionista, do ponto de vista territorial, nem da parte de D. Pedro I, muito menos de D. Pedro II, o que já seria suficiente para chamar de Reino brasileiro ao Estado pós-1822. Existem duas explicações plausíveis que podem justificar a denominação de Império: existência de várias etnias no território nacional convivendo pacificamente e interagindo culturalmente. A outra explicação seria o fato de que o Império Brasileiro é um desdobramento do grande Império colonial português, do qual os Braganças D. Pedro I e D. Pedro II são herdeiros. A memória trazida dos feitos colonizadores lusitanos ficou entronizada até no nome do país, mesmo sendo ele emancipado das Cortes de Lisboa. Ao se tornar um Império, o Brasil deixava claro que não tinha interesse em manter seus laços dinásticos com a sua antiga metropole, embora após a morte de D. João VI, D. Pedro I tenha sido aclamado rei em Portugal com o título de D. Pedro IV, e renunciado em favor de sua filha, D. Maria da Glória, que na época tinha apenas 7 anos de idade. ⚜️👧👑

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domingo, 13 de março de 2022

13.03.22 - FALTAM 178 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 Um dos mitos mais difundidos sobre a Independência do Brasil é que ela se deu de forma pacífica e ordeira, sem guerras ou grandes derramamentos de sangue ao contrário do que aconteceu nas colônias norte-americanas que durante cinco anos tiveram que enfrentar as tropas inglesas em sangrentos combates. A resistência dos portugueses em aceitar a emancipação brasileira explodiu em várias províncias: Bahia, Piauí, Grão-Pará; e houve também a luta dos espanhóis para libertar a província Cisplatina do Império brasileiro. Várias lutas aconteceram para consolidar a Independência e a Batalha de Jenipapo foi uma delas. Em 13 de março de 1823, portanto há 199 anos, uma coalização formada por cearenses, maranhenses e piauienses, em sua maioria formada por pessoas simples, lavradores, artesãos, escravos, roceiros, vaqueiros, etc; enfrentram as tropas portuguesas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié às margens do Rio Jenipapo, onde atualmente encontramos a cidade de Campo Maior, no Piauí. As motivações para o conflito estavam no plano de Cunha Fidié em manter o domínio português na região. A batalha de Jenipapo é conhecida como uma das mais sangrentas batalhas realizadas no solo brasileiro, isso se deve ao fato de que os brasileiros não foram para a luta com armas de guerra, e sim com facões, machados, porretes e armas artesanais. Cerca de 200 brasileiros foram mortos e outros 542 foram feitos prisioneiros por Portugal, enquanto 116 portugueses morreram e 60 ficaram feridos. A Batalha de Jenipapo foi importante porque conseguiu impedir que os portugueses tomassem a capital da província. Em 1973 foi criado um monumento na cidade de Campo Maior para homenagear as pessoas que se sacrificaram na Batalha do Jenipapo, um feito épico que infelizmente é esquecido nas aulas e livros de história do ensino fundamental e médio. 😞😓😥

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sábado, 12 de março de 2022

13.03.22 - FALTAM 179 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣7️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

🎸🎼 "Que país é esse?" Cantava a plenos pulmões os fãs da Banda Legião Urbana no final da década de 80 do século passado. A música, escrita por Renato Russo em 1978 (mas que só foi lançada em 1987), se tivesse sido escrita em 1822, ano da emancipação política do Brasil, teria respostas muito distintas, algumas até inacreditáveis. A população brasileira da época era formada por 1 milhão de brancos, 1,2 milhões de negros, 800 mil índigenas, e 1,5 milhão de mulatos, pardos, caboclos e mestiços, em sua maioria analfabetos (mais de 90%). Era uma população pobre e carente de tudo. O Rio de Janeiro, capital do recém-criado Império, tinha 110 mil habitantes. A economia brasileira girava em torno da agricultura de exportação, cujos principais produtos eram o algodão, o açúcar e o café, cultivados em grandes propriedades rurais (latifúndios), com uso de mão-de-obra escrava. A dívida externa girava em torno dos 600 milhões de reais (em valores atualizados). O regime político estabelecido foi a monarquia constitucional, embora com traços do absolutismo europeu (vale lembrar que o poder moderador, que estava acima dos demais, permitia ao imperador fazer o que bem quisesse). 😒😠😤

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sexta-feira, 11 de março de 2022

11.03.22 - FALTAM 180 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

👑🏛️ Monarquia e República são regimes políticos distintos e com características próprias. Na monarquia, o poder é exercido por um monarca, que pode ser um rei, um príncipe ou um imperador; sendo hereditário (passa de pai para filho) e vitalício (por toda a vida). Na República, o poder é exercido por um presidente da república, escolhido através do voto para exercer o poder por um período determinado. A palavra República tem origem latina (vem de res publica) e pode ser traduzida como "coisa pública, embora sua instauração no Brasil foi feita não foi feita pelo povo, mas por membros da oligarquia rural e setores do Exército, que embora defendessem interesses distintos, se uniram num projeto político comum para derrubar o Império. Tanto a monarquia, quanto a república, podem ser parlamentarista. No Parlamentarismo, existe a figura do primeiro-ministro, que é escolhido pelo Parlamento entre os membros do partido que tem maioria nele. O primeiro-ministro é chefe de governo, ou seja, exerce o poder executivo. Em 1847, foi criado o cargo de presidente do Conselho de Ministros, assinalando o começo do parlamentarismo no Segundo Reinado. Entretanto, o imperador podia demitir o gabinete escolhido pelo primeiro-ministro e dissolver a Câmara. Isto podia acontecer porque D. Pedro II tinha o Poder Moderador. Por isso ficou conhecido como "parlamentarismo às avessas". 🤨😒😠

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quinta-feira, 10 de março de 2022

10.03.22 - FALTAM 181 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

🤴⚜️ Não se pode falar do processo de emancipação brasileira sem citar João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança, coroado como D. João VI em 6 de fevereiro de 1818, e que morreu há exatamente 196 anos completados hoje (10/03/22). D. João não foi dos mais afortunados reis portugueses. Seu casamento com Carlota Joaquina (da casa dinástica dos Bourbons) foi um desastre, pois ela queria unificar as duas coroas (espanhola e portuguesa). Suspeitas de adultério e tentativas de golpe fizeram o casal a chegar a morar em lugares diferentes (ele no Palácio de Mafra, e ela no Palácio de Queluz). D. João teve que lidar com a doença mental de sua mãe, a rainha D. Maria I, tornando-se então príncipe-regente num dos momentos mais tensos da História da Europa: durante o expansionismo francês de Napoleão Bonaparte. Apresentado em filmes como um obeso preguiçoso que guardava coxas de galinha nos casacos, ao qual não condiz com a realidade dos fatos. Estrategicamente, adiou o quanto pôde a fuga estratégica da corte portuguesa para o Brasil (o próprio Napoleão escreveu em suas memórias: "Dom João foi o único monarca que conseguiu me enganar"). Para seus compatriotas foi um "rei fujão e covarde", mas para os brasileiros foi um dos personagens principais para impulsionar o processo que levaria ao famoso "Grito do Ipiranga", dado por seu filho: Pedro de Alcântara Bragança e Bourbon. 🙅‍♂️🇧🇷🙅‍♀️

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quarta-feira, 9 de março de 2022

09.03.22 - FALTAM 182 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

🏛️🗳️ Com exceção do México, todos os países americanos adotaram a República como forma de governo após suas emancipações das metrópoles europeias (embora no México a monarquia não passou de três meses). No caso do Brasil, é curioso lembrar que a ideia do republicanismo esteve muito mais presente nas revoltas coloniais emancipacionistas, que queriam separar o Brasil de Portugal, do que a ideia de uma forma monárquica de governo, o qual na prática, seria uma continuidade do governo dos Braganças, casa dinástica portuguesa da qual vieram D. Maria I, D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, os dois últimos imperadores do Brasil. Coube a Bernardo Vieira de Melo, membro do Senado de Olinda, dar o primeiro grito de República no Brasil, em 10 de novembro de 1710, em meio às agitações da Guerra dos Mascates, conflito que opôs a oligárquica Olinda ao lusitano Recife. Não se tratava de uma República nos moldes da América do Norte, é óbvio; mas algo mais próximo das repúblicas italianas. (mais precisamente a República de Veneza), não tocando na questão escravista, nem na concentração fundiária. Seu feito ficou imortalizado na letra do Hino de Pernambuco, composto em 1908 por Oscar Brandão da Rocha, quando lembra que "a República é filha de Olinda"! As ideias republicanas também apareceram nas Conjurações Mineira de 1789 e Baiana de 1798; e na Revolução Pernambucana de 1817. 🙋‍♀️🇧🇷🙋‍♂️

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terça-feira, 8 de março de 2022

08.03.22 - FALTAM 183 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

💪🙋‍♀️ A participação das mulheres no processo de emancipação política do Brasil é bastante significativa, embora seja um fato histórico predominantemente de personagens masculinos, haja vista que a maioria dos seus atores serem ligados à Maçonaria, uma sociedade secreta da qual somente homens podiam participar. Cabe, porém, destacar o papel desempenhado por quatro mulheres: uma imperatriz, uma freira, uma camponesa e uma negra marisqueira; respectivamente, estamos falando de Maria Leopoldina, Joana Angélica, Maria Quitéria e Maria Felipa. As três últimas estão relacionadas com as guerras pela independência na Bahia, reduto dos portugueses, que empreenderam uma longo conflito iniciado em 19 de fevereiro de 1822 com a tomada de Salvador pelas tropas do general Inácio Luís Madeira de Melo  e cujo término se deu em 2 de julho de 1823, após intensas batalhas em Pirajá, Cabrito e Itaparica. Maria Quitéria e Maria Felipa tomaram à frente no combate com as tropas lusitanas, da qual lograram a vitória das forças baianenses. O soldado "Medeiros" como ficou conhecida Maria Quitéria de Jesus Medeiros teve que fugir de casa para se alistar no Batalhão dos Periquitos, vestida com trajes masculinos, tal qual Mulan, lenda chinesa popularizada no filme da Disney. Maria Felipa era negra, ex-excrava e marisqueira. Conseguiu impôr uma derrota aos portugueses que queriam tomar a ilha de Itaparica, fazendo uso até de urtigas para atacar os lusos. A valentia de Maria Quitéria, a rebeldia de Maria Felipa, junte-se à coragem de Joana Angélica, sóror do Convento da Lapa, que sozinha se colocou à frente de um batalhão de soldados portugueses que queriam invadir o convento, pagando com a própria vida pelo feito, assassinada à golpes de baioneta. Mulheres guerreiras, lutadoras incansáveis, donas de seu próprio destino, que ousaram lutar numa sociedade machista, que lhes ignorava os direitos mínimos, como por exemplo, de escolher seu cônjuge. Condição a qual, nem a mais abastada delas, escapou: o casamento de D. Pedro e Maria Leopoldina foi mais um das dezenas de matrimônios que selavam as alianças entre diferentes casas dinásticas. Culta e letrada, dona de grande sensibilidade artística e científica, coube à Leopoldina interceder para que D. Pedro rompesse de vez com Lisboa. Suas cartas chegaram num momento crucial do dia 7 de setembro de 1822. Mulheres que tiveram sua participação nos feitos da Independência. Seja lutando no front, ou negociando nos gabinetes, elas também tiveram seu papel na História da Independência do Brasil. 👏👏👏

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segunda-feira, 7 de março de 2022

07.03.22 - FALTAM 184 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

🌊⛵ 214 anos nos separam daquele 7 de março de 1808 quando a família real portuguesa desembarcou no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, a capital da colônia (até 1763 era Salvador quem tinha esse privilégio). As circunstâncias da transferência da sede da Coroa portuguesa para o Brasil não eram das mais favoráveis, pois eles vinham foragidos das tropas napoleônicas comandadas pelo General Junot. Após quase dois meses de uma turbulenta viagem pelo oceano Atlântico, escoltados pela marinha britânica, e às voltas com falta de provisões nos navios e uma praga de piolhos (que fez as mulheres chegarem aqui com as cabeças raspadas e muitas perucas); enfim a família real pôde pôr os pés no Brasil. Fato inédito, afinal era a primeira vez que um rei transferia a sua corte para uma colônia. Logo na primeira parada, em Salvador, D. João, então princípe-regente, assina a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, (28 de janeiro de 1808) pondo fim ao monopólio comercial lusitano, e favorecendo os comerciantes ingleses que ganharam um novo mercado consumidor. Ao chegar ao Rio de Janeiro se depararam com uma cidade cuja população está estimada em 60 mil habitantes, formada em sua maioria por escravos (20 mil pessoas), sem planejamento urbano e com vários problemas por resolver, sendo um deles a questão da moradia para os 15000 pessoas que vinheram com a Corte portuguesa. A solução encontrada foi confiscar as residências dos cariocas, escolhidas a dedo para abrigar os portugueses fugitivos. As casas escolhidas (mais de 10000) recebiam uma inscrição com as iniciais P.R., que significavam "Propriedade Real", mas a população local as traduziu como "prédio roubado" ou "ponha-se na rua". A vinda da corte portuguesa para o Brasil acabou por acelerar o processo de emancipação da colônia brasileira. 🙋‍♀️🇧🇷🙋‍♂️

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domingo, 6 de março de 2022

06.03.22 - FALTAM 185 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

💪🎼 "Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais"... Tão pernambucana quanto os versos da canção "Anunciação" gravada por Alceu Valença era a certeza de que o domínio colonial estava com seus dias contados. Os pernambucanos estavam cansados de sustentarem o luxo da corte joanina que se instalara no Rio de Janeiro em 1808, pagando altos impostos para a Coroa. Ademais, as tensões sociais entre os "marinheiros", pés de chumbo", "mascates" (como eram chamados os portugueses) e os "mazombos" ou "pés rapados" (como os portugueses chamavam os nativos da terra) já vinham sendo gestados desde os tempos da Guerra dos Mascates (1710-1711) quando os senhores de engenho residentes em Olinda entraram em conflito com os comerciantes portugueses que moravam em Recife). Voltando à música, os pernambucanos aguardavam apenas um sinal para começar uma revolta. E este veio no dia 6 de março de 1817 quando o capitão José de Barros Lima (o Leão Coroado) matou à golpes de espada o brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de Castro, no forte das Cinco Pontas. Foi o estopim para a única revolta do período colonial que conseguiu passar do plano da conspiração para a ação propriamente dita: a Revolução Pernambucana de 1817. E nos próximos 75 dias, Pernambuco seria um país livre e independente, com leis próprias, tratamento igual para todos, liberdade religiosa para os africanos, emissários enviados para outros países e províncias. Infelizmente, os pernambucanos foram traídos pelas suas próprias contradições, o liberalismo brasileiro esbarrava, como sempre, na questão de libertar os escravos. Sem o apoio da oligarquia rural, dona de terras e escravos, não foi difícil para D. João VI sufocar o movimento rebelde. Os patriotas, como eles mesmos se chamavam, acabaram presos, muitos foram executados, mas nem por isso aparecem nos livros como "mártires da independência". A anunciação da Independência nunca foi tão forte quanto em Pernambuco, naquele longínquo ano de 1817. 💪🤨👊

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sábado, 5 de março de 2022

05.03.22 - FALTAM 186 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥🔥 As Conjugações Mineira de 1789 e Baiana de 1798, esta também chamada de Revolta dos Alfaiates ou Revolta de Búzios, foram as primeiras revoltas coloniais que defenderam o fim do pacto colonial com a emancipação da colônia brasileira da metrópole portuguesa. Foram duas revoltas republicanas, influenciadas pelo Iluminismo europeu, e alinhadas com a pauta de libertar o Brasil do jugo imposto pelos portugueses. Contaram com o apoio das Lojas Maçônicas, espaços ideais para que homens letrados pudessem conspirar secretamente contra o sistema colonial, o que não eliminava o risco de serem denunciados e condenados por crime de lesa-majestade. Apesar das semelhanças entre as duas conjuras, seus protagonistas foram bem distintos. Se na Conjuração Mineira, os principais atores foram membros das elites da sociedade mineira, em sua maioria homens livres, com posses e diplomas, o mesmo não se pode dizer da Conjuração Baiana, apoiada por negros escravos e forros, militares de baixa patente e alfaiates. Enquanto que os baianos já sinalizavam com a causa abolicionista, os mineiros sequer colocavam isso na mesa de discussões - Tiradentes foi um dos poucos que a defenderam. As duas revoltas foram sufocadas, e a repressão aos envolvidos encheu de violência as cidades de Vila Rica e de Salvador. O alferes Joaquim José da Silva Xavier, cuja alcunha era Tiradentes, foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792, e anos mais tarde seria alçado ao título de "mártir da Independência" pelos republicanos. O que não se lembra, propositadamente ou não, é que Tiradentes não foi o único que morreu pela liberdade do Brasil. Os principais líderes da Conjuração Baiana, Manuel Faustino dos Santos, João de Deus Nascimento, Lucas Dantas de Amorim, Luís Gonzaga das Virgens, também foram enforcados, mas nem assim, receberam a mesma menção honrosa e homenagens do dentista mineiro. Afinal, Tiradentes liderou uma revolta de homens brancos livres para homens livres brancos, diferentemente da Revolta dos Alfaiates, que sonhava com uma sociedade livre para todos, independente da cor da pele ou da condição social. ⚔️ 💒💣 👦🏽👨🏽‍🦱👨🏾‍🦰💣💒⚔️

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sexta-feira, 4 de março de 2022

04.03.22 - FALTAM 187 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

💣⚔️⚜️ A instalação das Casas de Fundição (1719) na capitania de São Paulo e Minas foi o estopim para a explosão da Revolta de Vila Rica (1720), liderada pelo minerador Felipe dos Santos Freire. O contrabando de ouro e a evasão fiscal fizeram o Conde de Assumar a proibir a circulação de ouro em pó e obrigar os mineradores a levarem o ouro para as casas de Fundição, onde seria transformado em barras e extraído a quinta parte como tributo para a Coroa portuguesa. Na véspera das festas de São Pedro (28 de junho de 1720), populares desceram o morro do Arraial do Ouro Podre e tomaram a cidade. O conde de Assumar estava ausente, mas se dispôs a negociar com os revoltosos. A negociação foi mera retórica para ganhar tempo e organizar a repressão. Felipe dos Santos e outros líderes foram perseguidos e presos. As casas dos populares do morro do Arraial do Ouro Podre foram incendiadas. Felipe dos Santos foi condenado à morte por enforcamento e executado em 18 de julho de 1720, suas últimas palavras foram "jurei morrer pela liberdade, cumpro minha palavra". A repressão à Revolta de Vila Rica é citada por Cecília Meirelles no V Romance do Romanceiro da Inconfidência e musicalizado por Sueli Costa. A gravação de "Dorme, Meu Menino, Dorme" foi feita pelo Quarteto em Cy. A Revolta de Vila Rica não conseguiu acabar com as casas de Fundição, mas provocou a divisão da Capitania de Minas, separada de São Paulo em 2 de dezembro de 1720. 😒🙁😠

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quinta-feira, 3 de março de 2022

03.03.22 - FALTAM 188 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

💪💰👊 Chama a atenção que das sete revoltas colonais, três delas estão diretamente relacionadas com o chamado "ciclo da mineração", período em que a economia colonial esteve centralizada na extração de ouro e pedras preciosas, como esmeraldas. O controle sobre as áreas mineradoras e a política fiscal da metrópole, cada vez mais sedenta de aumentar seus ganhos, colocavam em lados opostos mineradores e a Coroa portuguesa. Os conflitos na região das Minas começaram em 1707 com a chamada Guerra dos Emboabas, quando os paulistas, que haviam sido os primeiros a encontrarem ouro nessa região reivindicaram para si a posse e o controle da produção aurífera disputada pelos que vinham de fora, apelidados pejoricamente de emboabas pelos paulistas. Os emboabas dominaram a região das minas e os paulistas se refugiaram na área do Rio das Mortes, onde aconteceu um dos episódios mais sangrentos desse conflito: o Capão da Traição, quando cerca de 300 paulistas, chefiados pelo bandeirante Manuel de Borba Gato já batiam em retirada, quando receberam a promessa de Bento do Amaral Coutinho, comandante do exército emboada, de uma rendição honrosa, caso entregassem as armas. Os paulistas acenaram para o armísticio e se desfizeram do armamento, mas Bento do Amaral não cumpriu sua parte do acordo, e mandou executar toda a tropa rival. A contenda entre paulistas e emboabas resultou na criação da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro em 1709, sendo os bandeirantes paulistas, expulsos da região das Minas Gerais, e foram procurar ouro nas regiões de Goiás e Mato Grosso. A tensão entre mineradores e a Coroa portuguesa estava apenas começando e novas revoltas não tardariam por explodir. 😵💥🔫

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quarta-feira, 2 de março de 2022

02.03.22 - FALTAM 189 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣8️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

🪙💰 Os colonizadores europeus buscavam também ouro e prata nas terras americanas durante a Expansão Marítima Comercial, ao qual muitos conhecem como "os Grandes Descobrimentos". O desejo de encontrar novos minérios para cunhar moedas se chamava bulionismo, e era uma das três características do Mercantilismo, a política econômica adotada pelas monarquias nacionais europeias da época. Nesse quesito, os espanhóis tiveram mais sorte do que os portugueses, pois logo no início da colonização encontraram minas abundantes de prata nas regiões sulistas da América do Sul – não por acaso, "plata" se refere à dinheiro no idioma espanhol, e os rios Paraguai, Uruguai e Paraná, usados para escoar a produção até o litoral, formam a bacia platina. Os portugueses só conseguiram este feito em meados do século XVII e por mérito dos bandeirantes paulistas, que desbravando os sertões conseguiram descobrir onde se localizava este tesouro, concentrado principalmente na região das Gerais (atual Minas Gerais). Com novas riquezas a explorar, mais impostos seriam cobrados pela Coroa portuguesa – embora desde os tempos da criação das Capitanias Hereditárias, os donatários já eram obrigados a enviar vinte por cento do ouro ou metais preciosos que fossem encontrados – e mais revoltas explodiriam aumentando a tensão nas relações entre colônia e metrópole. 😠⚔️😤

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terça-feira, 1 de março de 2022

01.03.22 - FALTAM 190 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣9️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

😤👊 Os colonos brasileiros estavam insatisfeitos com os rumos da política econômica imposta pela metrópole portuguesa durante o século XVIII. As reivindicações vinham de vários motivos: questionavam o monopólio das Companhias de Comércio, a falta de autonomia para as Câmaras Municipais, o desabastecimento de mão-de-obra escrava africana, e principalmente os altos impostos cobrados pela Coroa. Revoltas estouraram em vários pontos da colônia. Os pernambucanos se dividiram na briga entre a oligárquica Olinda, então capital da Capitania, e a portuária Recife, reduto dos comerciantes lusitanos. A Guerra dos Mascates, que durou de 1710 a 1711, não teve vencedores, nem vencidos, mas Olinda perdeu o posto de capital para Recife. No Maranhão, os irmãos Manuel e Tomás Beckman se insurgiram contra a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão, mas sem sucesso. Ambos acabaram enforcados. Ainda é cedo para dizer que estas revoltas assinalavam com o rompimento definitivo do pacto colonial imposto pela Coroa portuguesa, mas deixava claro que as relações entre colonos, portugueses, e a corte de Lisboa estavam ficando cada vez mais tensas. E que novas revoltas não tardariam a acontecer. 💣💥😨

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

06.09.22 - FALTA 1 DIA PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣0️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷 📖✍️ E assim chegamos ao fim de uma jornada – que começou em 19 de fevereiro de 2022. Foram 200 dias de estudo, leit...