terça-feira, 31 de maio de 2022

31.05.22 - FALTAM 99 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣9️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

🕰️🧐 Se pudéssemos voltar no tempo, há 200 anos, terminaríamos um mês de maio bastante tenso no Brasil a poucos meses de sua emancipação definitiva de Portugal. Começou o mês com o decreto do Cumpra-se, dia 4 de maio, que determinava que nenhuma ordem vinda de Lisboa teria validade no Brasil sem o consentimento de D. Pedro. O recado do príncipe-regente às Cortes de Lisboa, que o chamavam pejorativamente de "o Rapazinho", estava dado: quem mandava o Brasil era o filho deixado por D. João VI, como seu legítimo sucessor nos domínios do além-mar, e que nenhuma intromissão dos seus pares lusitanos seria tolerada. O gesto ousado e intrépido de D. Pedro agradou à Maçonaria, sociedade secreta presente nas grandes mudanças históricas do século XVIII e XIX, que juntamente com o Senado carioca articulou para que o príncipe-regente fosse agraciado com o título de "Defensor Perpétuo do Brasil" no dia 13 de maio, data de aniversário de seu pai, D. João VI, e que coincidentemente ficaria conhecida no futuro como o dia da libertação dos escravos, pois foi nesta data em 1888 que a princesa Isabel de Orleans e Bragança – neta de D. Pedro – assinou a Lei 3.353 imortalizada como Lei Áurea. Ainda em maio, no dia 23, Gonçalves Ledo pede a convocação de uma Assembleia Constituinte para dar ao Brasil um novo ordenamento jurídico-legislativo; enquanto isso no interior da província de São Paulo, divergências entre grupos que disputavam e dividiam o poder local culminam numa revolta conhecida como Bernarda de Francisco Inácio, colocando em xeque a autoridade do príncipe-regente e dos irmãos Andrada, seus aliados na província. D. Pedro não titubeou em usar da força militar para sufocar a revolta dos provincianos paulistas e fazer valer sua vontade. Um mês intenso, tenso e propenso! Os próximos meses seriam decisivos para os acontecimentos que culminariam com o Grito do Ipiranga no 7 de setembro. No entanto, muita água ainda haveria de passar pela ponte da liberdade que separava o sonho acalentado há anos por conjurados, revolucionários, rebeldes, insurgentes, e maçons que defendiam a separação definitiva entre colônia e metrópole. 👊💪👊

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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segunda-feira, 30 de maio de 2022

30.05.22 - FALTAM 100 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣0️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

📖✍️ Chegamos a centésima postagem, estamos a 100 dias da data histórica mais importante dos últimos anos desde 15 de novembro de 1989, quando comemoramos os 100 anos da proclamação da República; e 22 de abril de 2000, quando foram lembrados os 500 anos da chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral ao Brasil ao qual convencionou-se chamar equivocadamente de "descobrimento do Brasil". Faltam três meses e alguns dias para chegarmos ao Bicentenário da Independência, quando celebraremos a emancipação política do Brasil da sua metrópole portuguesa. 7 de setembro de 1822 não foi o início, nem o fim da Independência do Brasil, assim como D. Pedro não fez a Independência sozinho como um herói de filmes hollywoodianos. Ademais, diríamos que o sete de setembro foi apenas mais um capítulo, um dos principais diga-se de passagem, do longo e doloroso processo iniciado ainda no final do século XVIII e que custou a vida de centenas de pessoas, mas que injustamente apenas Tiradentes é lembrado; e que se prolonga até o último ato de D. Pedro I no Brasil, quando ele decide abdicar do trono em 7 de abril de 1831. Ao longo desses últimos 100 dias me debrucei sobre livros, artigos, revistas, sites para escrever sobre este fato histórico. São horas de pesquisa e estudo, dedicação e zelo para levar às pessoas os fatos, personagens, reflexões sobre a nossa Independência, aproveitando esta efeméride ímpar que vamos celebrar em 2022. Para quem não conseguiu acompanhar todas as postagens nas minhas redes sociais, elas estão agrupadas num blog chamado Contagem Regressiva para o Bicentenário. Metade do caminho foi percorrido, mas ainda temos muita história pra contar até 7 de setembro de 2022. 🇧🇷🧐⌛

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domingo, 29 de maio de 2022

29.05.22 - FALTAM 101 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣0️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

⚰️🖤 Quando morreu de tuberculose, em 24 de Setembro de 1834, a 18 dias de completar 36 anos, no mesmo quarto em que nasceu no palácio de Queluz em Lisboa, Dom Pedro havia conseguido a proeza de deixar a filha Maria II reinando em Portugal, e o filho, o imperador Dom Pedro II, no Brasil. Seu último pedido expresso em testamento: que seu coração fosse enterrado na cidade do Porto, em Portugal (onde governou como D. Pedro IV). Isso porque durante a guerra civil que o imperador travou contra o seu irmão D. Miguel, ele contou com a bravura dos habitantes daquele local, daí a cidade ser chamada de "A Invicta". O coração de D. Pedro I está guardado em um recipiente de vidro na igreja de Nossa Senhora da Lapa (fundada em 1779) desde 1837. A cada 10 anos, é trocado um líquido, com base em formol, que o mantém preservado. Para abrir o recipiente são necessárias cinco chaves. A primeira delas se presta a destrancar uma pesada placa de cobre. A segunda e a terceira removem duas proteções gradeadas de ferro. Agora, já se vê um cofre, e ele será aberto com a quarta chave. Mais uma fechadura. E eis que a quinta dá acesso a um vaso de prata no qual há um recipiente de vidro e, em seu interior, guarda-se o coração mumificado e conservado em alta concentração de formol, de Dom Pedro I. As chaves ficam guardadas com o presidente da Câmara do Porto (atualmente Rui Moreira), mas é a Venerável Irmandade da Lapa, quem tem a chave da Igreja onde se encontra guardada a preciosa relíquia. O coração foi visto publicamente pela última vez no dia 8 de janeiro de 1025, portanto há 7 anos. A Câmara da cidade, guardiã das cinco chaves imprescindíveis à transposição dos umbrais que o protegem, autorizou sua filmagem para um documentário "O Sentido da Vida" dirigido por Miguel Gonçalves Mendes. O corpo de D. Pedro I havia sido inicialmente sepultado no Panteão da Dinastia de Bragança, em Lisboa, mas foi transferido para o Brasil em 1972 como parte da celebração de 150 anos de Independência. Seus restos mortais repousam na cripta do Monumento à Independência, em São Paulo. O governo brasileiro manifestou interesse em trazer para o Brasil o coração de D. Pedro I, como parte das celebrações do Bicentenário da Independência. Mais detalhes, nas próximas postagens. Aguardem. 🤨😳

#coracaodedompedro
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sábado, 28 de maio de 2022

28 05.22 - FALTAM 102 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣0️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

🏛️⏳ A memória construída sobre o processo de emancipação política do Brasil incluí espaços públicos como o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, construído próximo ao local onde D. Pedro anunciou a Independência em 7 de setembro. O Museu do Ipiranga, cujo nome oficial é Museu Paulista da Universidade de São Paulo, foi inaugurado oficialmente em 7 de setembro de 1895. Foi o primeiro prédio de tijolos feito na cidade de São Paulo. Seus jardins foram projetados no século XX e inspirados nos jardins do palácio de Versalhes na França. O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal (CONDEPHAAT, CONPRESP E IPHAN) foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque da Independência, que abriga também a Casa do Grito, o Monumento da Independência e Cripta Imperial, onde estão os restos mortais de D. Pedro I e de suas duas esposas: Maria Leopoldina e Amélia de Leuchtenberg. No limites do parque, com seus aproximadamente 161.300 metros quadrados, temos também o Museu de Zoologia da USP. Concebido originalmente como um monumento à Independência, sob encomenda de D. Pedro I, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país, com um acervo de mais de 150 mil itens. A principal obra do acervo é sem dúvidas a tela “Independência ou Morte” do pintor Pedro Américo, que está "colada" nas paredes do museu e que teve que ser restaurada lá mesmo, sendo a primeira operação deste tipo num museu do mundo, uma vez que a estrutura do museu também está em reformas desde outubro de 2019. Desde 1963 o Museu está sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade. O Museu está fechado desde 2013 e a expectativa é que o museu seja reaberto em setembro de 2022, para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil. 👏👏👏

#museudoipiranga
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sexta-feira, 27 de maio de 2022

27.05.22 - FALTAM 103 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣0️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

🙋‍♂️🙋🏽‍♀️ Quem esperava grandes mudanças no Brasil pós-Independência deve ter se frustrado muito na época. A começar porque não foi um projeto de emancipação que viesse da base da pirâmide social, formada em sua maioria por analfabetos e escravizados, e que portanto não contemplava estes segmentos na pauta de suas reivindicações e reestruturações. O melhor exemplo disso é como o Estado construído a partir da transição da colônia para Império toca na questão da abolição dos escravos. Mesmo com as exigências dos ingleses para o reconhecimento externo da Independência e defendido por José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos principais articuladores junto a D. Pedro no processo ambulatório, o fim da escravidão foi adiado por anos, só concretizado oficialmente em 13 de maio de 1888 pela princesa Isabel de Orleans e Bragança, neta de D. Pedro. As mudanças sociais trazidas com a corte joanina no Brasil entre 1808 e 1821, na prática, beneficiaram apenas uma parcela ínfima da população, geralmente ligada às camadas médias urbanas da cosmopolita Rio de Janeiro do começo do século XIX. As disparidades regionais continuavam a ser o maior desafio para amalgamar o Estado-Nação que surgia sem que ele se fragmentasse em pequenas e independentes repúblicas seguindo o exemplo das ex-colônias da América Espanhola. 💥💣

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quinta-feira, 26 de maio de 2022

26.05.22 - FALTAM 104 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣0️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

🇺🇸🤝 Um dos mais importantes passos para o reconhecimento externo da emancipação política do Brasil foi dado num dia como hoje, 26 de maio, há exatos 198 anos, quando o diplomata José Silvestre Rebello (1777-1844) foi recebido pelo próprio presidente dos Estados Unidos da época, James Monroe (autor da Doutrina Monroe que defendia "A América para os Americanos", numa clara alusão de que os países do continente fossem governados pelos próprios americanos e não por europeus) com credenciais em nome do governo brasileiro. Rebello foi designado encarregado de negócios em Washington em 21 de janeiro de 1824, e  chegou ao seu futuro posto a três de abril do mesmo ano. Ele precisas instruções, dentre as quais se destacavam três principais objetivos: obter o reconhecimento formal do Império pelo governo norte-americano; sondar as possibilidades de um tratado de aliança defensiva e ofensiva entre os Estados Unidos e o Brasil, receoso de um conflito com Portugal; negociar a aquisição de navios para equipar a nascente armada nacional. Merece registro a forma como Silvestre Rebello procurou, logo ao chegar os Estados Unidos, estabelecer vínculos com entidades culturais e científicas. Como reflexo desta atividade, foi feito membro honorário do Columbia Institute, entidade científica depois absorvida pela Smithsonian Institution, ao qual fez doações de livros e coleções botânicas. Silvestre Rebello foi ainda membro da Maryland Academy of Sciences and Literature e da Maryland Agricultural Society. Fez doações de livros a várias instituições, inclusive à Biblioteca do Congresso Norte-Americano. De volta ao Brasil em 1829, foi membro da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e sócio fundador do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB). Faleceu em 1844, na cidade do Rio de Janeiro. Os Estados Unidos da América são a primeira nação a reconhecer a Independência e o Império do Brasil, conforme comunicado do plenipotenciário (embaixador) brasileiro datado de 31 de maio de 1824. 🙋‍♂️🇧🇷🙋🏽‍♀️

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi a de José Silvestre Rebello.

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quarta-feira, 25 de maio de 2022

25.05.22 - FALTAM 105 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣0️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

🙋‍♂️🙋🏽‍♀️ Após a emancipação política, dois passos importantes teriam que ser dados pelo recém formado governo imperial brasileiro: o reconhecimento da Independência dentro do próprio país, multifacetado em diversas regiões com suas especificidades locais, e fora dele, dentro da comunidade internacional, conquistando assim a chamada soberania no plano interno e externo. Não seria uma tarefa fácil, nem imediata, essa costura geopolítica que tinha como principal adversário o exemplo dado pelas ex-colônias da América Espanhola que fragmentaram-se em diversos países – Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Argentina, Chile, etc. – após suas respectivas emancipações, adotando inclusive um regime republicano, o que fazia do Império brasileiro uma espécie de "estranho no ninho". O protagonismo dos Estados Unidos da América no processo emancipatório (eles anunciaram sua independência dos britânicos em 7 de julho de 1775 e a conquistaram definitivamente em 3 de setembro de 1783 após uma guerra longa e sangrenta) deu-lhes as credenciais para ser uma futura potência hegemônica no continente, começando pela adesão de apoios dos novos países que se estabeleceram com as independências. Não foi por acaso que o primeiro país a reconhecer a emancipação brasileira de Portugal foram os Estados Unidos, na época governados por James Monroe, autor da famosa Doutrina Monroe, que pregava que a América deveria ser governada por pessoas nascidas ou que tivessem suas raízes aqui no outro lado do Atlântico, e não por europeus que estavam a centenas de quilômetros daqui. Seria ingenuidade pensar que os norte-americanos estivessem mesmo preocupados com o sucesso das emancipações das ex-colônias espanholas e portuguesas. Afinal, interesses econômicos e geopolíticos sempre pautaram as relações internacionais. E sabemos muito bem que eles queriam mesmo a América, mas para os americanos... do Norte! 😒😤

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terça-feira, 24 de maio de 2022

24.05.22 - FALTAM 106 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🏛️🗳️ A situação política da província de São Paulo, que até então acomodava dois grupos distintos, o de João Carlos Augusto de Oeynhausen e Francisco Inácio de Sousa Queirós; e o dos irmãos Andrada (José Bonifácio e Martim Francisco) e Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, entrou em convulsão quando Martim Francisco assumiu o cargo de presidente da Junta. O marechal de campo José Arouche de Toledo Rendon, que havia sido nomeado para o cargo de governador das armas, não pôde assumir, mas recebeu do ministro da Guerra a missão de destituir Martin Francisco e assumir seu posto, com a ajuda do corpo de artilharia de Santos e de dois corpos de milicianos, enviados do Rio de Janeiro. Sendo assim, foi determinado que lhe entregassem 10 mil cartuchos de espingarda e 2 mil de pistola. No dia 25 de maio de 1822, D. Pedro expediu decreto "para dar pronto remédio a tais desordens e atentados que diariamente vão crescendo" e destituiu o governo da Província paulista. Determinou ainda eleições para deputados à Assembleia Geral e Constituinte e a "nomeação de um governo provisório legítimo". Uma carta da mesma data ordenou aos membros da junta governativa de São Paulo que dessem pronta e fiel execução às ordens do príncipe regente. As tropas, vindas de Santos, foram hostilizadas pela população paulistana, e o comandante marechal Cândido Xavier de Almeida e Sousa resolveu recuar e aguardar os acontecimentos. Em 24 de julho de 1822, com a desistência do marechal Rendon de tomar posse, a nomeação do próprio Xavier de Almeida para esse cargo e com o retorno das tropas para Santos, a situação na capital normalizou-se. Alguns historiadores, como Arnaldo Contier, afirmam que o motim de Francisco Inácio pode ser considerado o primeiro movimento revolucionário ocorrido na província paulistana durante a crise do Antigo Sistema Colonial. 💣💥

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segunda-feira, 23 de maio de 2022

23.05.22 - FALTAM 107 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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💣💥 Num dia como hoje, 23 de maio de 2022, há 200 anos, explodia uma revolta na capital da província de São Paulo que entrou para a História com o curioso nome de Bernarda de Francisco Inácio (já vimos que bernarda era um termo antigamente usado para denominar revoltas e sedições). A Bernarda foi resultado de disputas entre dois grupos que compartilhavam o governo provisório da província: de um lado o grupo liderado por João Carlos Augusto de Oeynhausen (presidente da junta de governo paulista, afilhado de D. Maria I e ex-capitão general do Ceará, Mato Grosso e São Paulo) e o Francisco Inácio de Sousa Queirós (coronel de milícias e um dos mais abastados comerciantes de "fazendas secas). De outro lado estavam os irmãos Andrada – José Bonifácio e Martim Francisco (que fazia parte do governo provisório de São Paulo) – e o Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão. O estopim da revolta é a convocação de Oeynhausen e Francisco Inácio para comparecerem perante D. Pedro no Rio de Janeiro, feita no dia 10 de maio, o que então levaria Martim Francisco à presidência da Junta, contrariando o grupo adversário. Nesse mesmo dia 10, foi nomeado para governador das Armas o marechal de campo José Arouche de Toledo Rendon. A Câmara, que deveria destituir Martim Francisco e o brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão recusou-se a fazê-lo e a população, inconformada, invadiu o prédio obrigando os vereadores a demitir os dois. Francisco Inácio mobiliza parte da população no largo de São Gonçalo (atual Praça João Mendes), depondo Martim Francisco mantendo Oeynhausen à frente da junta, em desacordo com as ordens da Corte. Preso, Martim Francisco foi levado para o Rio de Janeiro e o brigadeiro Jordão para Santos. Existe uma hipótese aceita entre estudiosos de que Oeynhausen teria sido chamado ao Rio de Janeiro por instância de José Bonifácio, inspirado por Martim Francisco, que já estava interessado em assumir a chefia do governo provisório. Os ânimos se acirraram e a desordem correu solta assustando a sociedade paulistana. 😨😱

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domingo, 22 de maio de 2022

22.05.22 - FALTAM 108 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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😠😤 As tensões políticas de 1822 não estavam apenas nas relações externas entre a colônia brasileira e a metrópole portuguesa, mas também internamente, fruto das disputas entre grupos políticos locais que divergiam sobre os rumos que as Câmaras Municipais ou Assembleias Provinciais tomavam. A explosão da Bernarda de Francisco Inácio em São Paulo deflagrada em 23 de maio de 1822 foi um exemplo disso. O termo “bernarda”, atualmente em desuso, designa uma insurreição armada, uma sedição, e deriva-se da “Revolta da Maria Bernarda”, ocorrida em Braga em 15 de Setembro de 1862, e foi uma das várias revoltas por questões políticas e fiscais ocorridas em Portugal no início da década de 1860. Não há evidência histórica da existência real de Maria Bernarda, pois à altura e naquela região nomeava-se revoltas populares com nomes femininos. Tendo sido decretada a expulsão das irmãs de caridade e o aumento de impostos, os populares de Braga, onde deviam estar algumas freiras bernardas (da Ordem de São Bernardo) revoltaram-se e surgiram armados com as suas alfaias de lavoura. Após triunfarem em Braga foram dispersos pelo exército em Barcelos. O rei D. Luís, que ia casar em 10 de Outubro de 1862 com a princesa italiana Maria Pia, concedeu a anistia a todos os revoltosos da “Maria Bernarda”, com a exceção de Bernardino Pacheco Alves Passos, aclamado pela população como e “nomeado” chefe do distrito. Assim Bernarda, acabou ficando como significado de balbúrdia, desordem ou motim. E "armar uma bernarda" motivo para prisão, degredo ou pena de morte... 💀⚰️

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sábado, 21 de maio de 2022

21.05.22 - FALTAM 109 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🏛️🇵🇹 A seção de 21 de maio de 1822 da Assembleia Constituinte portuguesa, ou seja, das Cortes de Lisboa, que hoje completa seus 200 anos foi bastante conturbada. Deputados brasileiros e seus pares portugueses começaram a se estranhar porque viam que não estavam mais alinhados em relação aos destinos que cada grupo queria para o Brasil. Os Brasileiros defendiam a continuidade da política joanina, enquanto que os lusitanos queriam a volta da recolonização com a anulação da Abertura dos Portos de 1808 e da Elevação a Reino Unido de 1815. A menos de quatro meses da proclamação do Sete de Setembro, o deputado paulista Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva ainda negava a existência de um partido da Independência no Brasil. "Que haja um ou outro doido que pense nisso, pode ser, mas digo que não existe um partido da Independência", afirmou. "Estou plenamente convencido que Portugal ganha com a união do Brasil, e o Brasil com a de Portugal, por isso pugno pela união". As falas de Antônio Carlos não surtiram muito efeito para acalmar os ânimos dos deputados portugueses, tanto que José Joaquim Ferreira de Moura pediu mais tropas para a Bahia sob a alegação de que a população brasileira era "composta de negros, e de mulatos, e de crioulos e de europeus de diferentes caracteres, ou seja, gente de segunda classe, a ser tratada a pau e chicote". Como pode se perceber quanto mais se aproxima de setembro, mais aumentam as tensões entre os portugueses e os brasileiros. O que estava em jogo? A emancipação da colônia e quem capitanearia o processo. A escolha óbvia das oligarquias agrárias era o próprio D. Pedro, que estava como príncipe-regente. Daí a pressão das Cortes de Lisboa para que ele regressasse a Europa, e deixasse o caminho livre para a recolonização do Brasil. 😠😤

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sexta-feira, 20 de maio de 2022

20.05.22 - FALTAM 110 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

📖✍🏾 O escritor Lima Barreto, autor de obras como "Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) e "Triste fim de Policarpo Quaresma" (1915), que coincidentemente completará seus 100 anos de falecimento neste ano do Bicentenário da Independência (ele faleceu em 1° de novembro de 1922), escreveu que "o Brasil não tem povo, tem público". Aristides Lobo, jornalista que acompanhou o processo da queda da monarquia e instauração da República afirmou que "o povo assistiu bestializado" à tomada de poder por Deodoro e os militares positivistas em 15 de novembro de 1889. Quem se aventurar a procurar o povo no processo da emancipação política de 1822 por certo concordará com Barreto e Aristides quando ao papel das massas nesses processos de ruptura e mudança de regime político. Já comentamos que o liberalismo europeu não combinava com a estrutura social vigente na colônia em que a maioria da população era escravizada e a distribuição de terras estava concentrada nas mãos de poucos senhores abastados. A ideia da formação de uma república, seguindo o exemplo das ex-colônias das Américas Inglesa e Espanhola, não vingou na colônia, apesar dela estar presente na Conjuração Mineira de 1789, na Conjuração Baiana de 1798, e na Revolução Pernambucana de 1817 – sem esquecer do primeiro grito de república nas Américas dado por Bernardo Vieira de Melo no Senado de Olinda durante a Guerra dos Mascates em 10 de novembro de 1710. O mais próximo que se pode chegar desse segmento relevante da população (o povo), que era a maioria, mas não tinha vez, nem voz, é citarmos alguns dos personagens cujas propostas estavam mais alinhadas com os anseios populares. A tônica desse grupo, que dentro dessa conjuntura aparentemente revolucionária (mas essencialmente reacionária), pautava sua atuação seja nas Cortes de Lisboa ou nas Câmaras locais das províncias (após 1815, as Capitanias se transformaram em províncias) era a limitação do poder absoluto de D. Pedro, uma prerrogativa antiga dos Braganças, e mais autonomia para as casas legislativas com a descentralização do poder central, algo bem mais próximo do ideial iluminista deixado por Locke, Montesquieu e Rousseau. Quem foram esses jacobinos do "outro lado do Atlântico" nas terras brasilis? Cipriano Barata, Gonçalves Ledo, Muniz Tavares, etc. A versão nutella, como dizem os internautas, do liberalismo raiz, importado dos salões parisienses...  😕😒

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quinta-feira, 19 de maio de 2022

19.05.22 - FALTAM 111 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🧐❓Entre continuidades e rupturas viviam os protagonistas do processo de emancipação política brasileira no início do século XIX, pois entre eles não havia uma unanimidade em relação à forma de governo que deveria ser adotada quando a colônia finalmente se separasse da metrópole. A única coisa que os alinhava era o medo de uma revolta escrava nos moldes do Haiti, daí o nome haitianismo quando se tratava de mencionar os perigos de uma rebelião escrava que pudesse colocar em cheque a estrutura social vigente. O chamado liberalismo europeu exportado para o Brasil em meados do século XVIII esbarrava justamente nessas contradições. Dentre os liberais, havia um grupo que defendia a continuidade do príncipe-regente D. Pedro no poder, com sua liderança no processo de Independência. Entretanto, não era nenhuma novidade para eles o gostinho pelo absolutismo dos membros da Casa de Bragança, das quais D. Pedro era um dos membros. A solução encontrada seria a elaboração de uma Constituição, redigida com representantes da sociedade brasileira (exceto os escravos, obviamente), reunidos em Assembleia Constituinte, com cláusulas que limitassem o poder real, colocando-o sob tutela do parlamento (nome dado ao conjunto de senadores e deputados na época). O plano dos constitucionalistas, gestado nas lojas maçônicas – é impossível falar de Independência do Brasil sem citar a Maçonaria – tinha apoio das oligarquias rurais, donas de terras e escravos. Para eles era uma forma segura de fazer uma transição de colônia para Império sem provocar grandes, para não dizer nenhuma, mudança social. A frente deste grupo estava José Bonifácio de Andrada e Silva, homem letrado, de grande saber e com ideias visionárias para a época (ele já defendia a abolição muito antes disso virar modinha nos salões de leitura cariocas). José Bonifácio e seus irmãos, Antônio Carlos e Martins Francisco, foram lideranças importantes na Assembleia Constituinte de 1823, cujos trabalhos foram interrompidos na madrugada de 12 de novembro de 1823, quando o próprio D. Pedro I, já como Imperador, mandou dissolver – um eufemismo para fechar, encerrar, acabar – a reunião dos constituintes. Um ano depois (1824) ele mesmo outorgaria sua própria Constituição! José Clemente Pereira, que entregou a D. Pedro o abaixo-assinado no chamado dia do fico (9 de janeiro de 1822) também era constitucionalista. ⚖️📜

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quarta-feira, 18 de maio de 2022

18.05.22 - FALTAM 112 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

💁‍♂️🇵🇹 A presença portuguesa no Brasil remonta ao início do processo de colonização que se inicia em 1530 com a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza entre 1530 e 1532, que fundou a primeira vila que foi a de São Vicente em 22 de janeiro de 1532 e construiu o primeiro engenho de açúcar que foi o Engenho São Jorge em 1534. Antes disso, entre 1500 e 1530, havia uma presença portuguesa esporádica, afinal eles vinham extrair o pau-brasil e voltavam para Portugal, e daqueles que eram os chamados náufragos, que já viviam entre os indígenas, sendo os mais conhecidos o Diogo Álvares Correia (Caramuru) e João Ramalho. Os portugueses que vieram para o Brasil formavam um grupo heterogêneo, de variadas posições sociais. Havia desde criminosos até pessoas ricas e influentes: os fidalgos. Segundo Manuel Diegues Júnior, podemos classificar o elemento português que veio para o Brasil, no início da colonização, em cinco grupos principais: fidalgos e militares, sacerdotes católicos, degredados, criminosos fugitivos, e o dos lavradores, artífices e artesãos. A relação dos brasileiros com os portugueses nem sempre foi amistosa. Eles se confrontaram em Pernambuco em 1710 durante a Guerra dos Mascates – que aliás era uma forma pejorativa de se tratar os portugueses em Recife –, na Guerra dos Emboabas em 1708 na região que hoje é Minas Gerais, e no Maranhão durante a Revolta de Beckman em 1684. O antilusitanismo se expressava nas formas pejorativas com as quais os portugueses eram chamados pelos nativos da terra: pés-de-chumbo, marinheiros, branquelos, etc. No início do século XIX, basicamente estes portugueses exerciam três tipos de atividades: comerciantes, funcionários públicos da Coroa Portuguesa, e membros do Exército português aqui no Brasil. O que eles queriam? Aquilo que mais lhe convia, ou seja, a recolonização do país! A volta do modelo colonialista que havia sido abalado pelas medidas joaninas da Abertura dos Portos de 1808 e a da Elevação a Reino Unido em 1815. Quem eram seus principais representantes? Jorge de Avilez Zuzarte de Sousa Tavares, João José da Cunha Fidié, e Inácio Luís Madeira de Melo; todos militares ligados ao Exército português. 👨‍✈️🧑‍✈️

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terça-feira, 17 de maio de 2022

17.05.22 - FALTAM 113 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

📖🧐 Numa pesquisa em livros didáticos e paradidáticos de História encontramos várias denominações para os grupos que protagonizaram o rompimento entre a colônia brasileira e a metrópole portuguesa. São eles: partido brasileiro, partido português (embora já comentamos em postagens anteriores que não existiam partidos naquela época como hoje conhecemos - ver a postagem 114 dias), monarquistas constitucionais, liberais, liberais moderados, liberais exaltados, liberais republicanos, etc. Como se pode perceber não havia uma homogeneidade nesse grupo, mas uma diversidade de personagens que podem ser facilmente agrupados em: grupo dos portugueses, grupo dos monarquistas constitucionais, e grupo dos liberais republicanos. Algum espaço para a participação popular neles? Nenhuma! A Independência foi feita de cima para baixo, não tinha em seu cerne um projeto de mudança social. A maior prova disso foi a continuidade do escravismo – que só veio a ser abolido em 13 de maio de 1888, deixando o país como o último do continente americano a fazê-lo, e mesmo assim sem uma proposta efetiva de integração dos ex-escravos à sociedade, eles continuaram como párias indesejáveis, expostos à exclusão social e a toda forma de perseguição e discriminação. E vale lembrar que mesmo entre seus pares, as divergências existiam. Que o digam José Bonifácio de Andrada e Silva e Joaquim Gonçalves Ledo, ambos monarquistas constitucionais, mas que se estranharam várias vezes nas reuniões do Senado carioca, com as desavenças entre eles sendo noticiadas nos jornais da época, como o "Revérbero Constitucional Fluminense", "O Espelho", "A Malagueta", e o "Correio do Rio de Janeiro". 😠🧾🤬🧾

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segunda-feira, 16 de maio de 2022

16.05.22 - FALTAM 114 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

💪👊 O processo de emancipação política do Brasil tem particularidades que definitivamente a distinguem das demais independências de seus vizinhos americanos, como por exemplo, o fato de sermos a única monarquia das Américas que vingou no século XIX e de que um príncipe português, do mesmo país que nos dominava, ter sido colocado na liderança dos fatos que culminaram no 7 de setembro. Além disso, não existia uma coalização em torno do que seria a Independência do Brasil em termos de grupos ou partidos politicamente organizados. A própria menção de chamar estes grupos de partidos políticos é temerária, pois logo imaginamos agremiações organizadas com estatuto, chefes – os chamados caciques –, e é claro muitos eleitores a eles filiados. E nem de longe era isso o que existia. A começar que a participação nas decisões políticas era privilégio de poucos, geralmente dos mais ricos, dentre eles os donos de terras e de escravos, comerciantes bem sucedidos, e alguns que se sobressaíam da classe média. A maioria da população era escrava e analfabeta, logo, estava excluída do processo. Não havia entre os que defendiam a emancipação brasileira uma clareza em relação ao que defendiam para substituir o colonialismo português que já havia passado há mais de três séculos dominando hegemonicamente os destinos dos que viviam no Brasil, uma população tão heterogênea, quanto as ideias que defendiam. Cada grupo social tinha seus próprios interesses e demandas, e num momento de ruptura, como seria o fim do colonialismo, essas pautas iriam acabar explodindo em algum momento. Um exemplo disso é a questão da abolição da escravatura que ficava como um gargalo atravessado na garganta dos que se diziam liberais, mesmo aqueles que tinham ideias mais revolucionárias. Queriam mesmo eles uma mudança na estrutura social? Ou apenas mudar para deixar do jeito que está?🤔❓

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domingo, 15 de maio de 2022

15.05.22 - FALTAM 115 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

🫅👸 D. João e sua esposa Carlota Joaquina fracassaram nas tentativas de anexar os territórios das chamadas regiões platinas, mais precisamente a margem esquerda do rio da Prata, por meios digamos... pacíficos (o governo de Buenos Aires recusou as propostas de acordo dos dois governantes portugueses), restando-lhes o uso da força militar. Além do ressentimento de D. João pelo fato da Espanha ter aliando-se à França – os franceses jamais teriam chegado ao território português sem a Espanha ter assinado o Tratado de Fontainebleau (1807) – havia também o desejo do Brasil de controlar o acesso aos rios da região, que eram os caminhos para as províncias do centro-oeste, como Goyaz (grafia da época, hoje Goiás). A estratégia de ocupar militarmente a região platina foi um desastre. José Gervasio Artigas, comandante de milícias, e depois general, assumiu o comando da chamada Banda Oriental com o apoio dos campesinos pobres e dos indígenas remanescentes das antigas missões jesuítas, que eram liderados por Andresito. Artigas embora fosse um grande proprietário de terras prometeu fazer uma ampla reforma agrária e conquistou o apoio da população. Juntos, Argentina e Brasil, mandaram forças para combatê-los. Artigas e Andresito foram derrotados em abril de 1820 pela expedição comandada pelo general português Francisco Frederico Lecor e seus "dragões" paulistas. O território ocupado pelos portugueses passou a se chamar Província Cisplatina. Liderados por João Antonio Lavalleja e um grupo conhecido como 33 orientais, com a intenção de declarar independência ou se unir as Província Unidas, a população da Cisplatina se revoltou em 12 de outubro de 1825. A Argentina contribuiu com suprimentos, armas e apoio político visando no futuro anexar a região. Dom Pedro I declarou guerra aos insurgentes e à Argentina, se envolvendo num conflito com enormes gastos e prejuízos para a coroa e terríveis derrotas militares aos brasileiros nas batalhas de Rincão das Galinhas (setembro de 1825), Juncal (8 e 9 de fevereiro de 1827), e Ituzaingó (20 de fevereiro de 1827). Como potência mundial da época a Inglaterra atuou como mediadora do conflito porque possuía interesses econômicos na região. Após a assinatura da Convenção Preliminar da Paz de 27 de agosto de 1828 o Brasil aceitou sua derrota militar e declinava suas pretensões territoriais na região. Nascia a República Oriental do Uruguai independente da Argentina e do Brasil. 🙋‍♂️🇺🇾

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sábado, 14 de maio de 2022

14.05.22 - FALTAM 116 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

😠💣 A região platina situada no chamado "cone sul" das Américas – hoje formado pela Argentina, Paraguai e Uruguai – sempre foi alvo de disputada entre portugueses e espanhóis. Vários acordos e tratados tentaram, em vão, solucionar as questões limítrofes nessa região: Madri (1750), Santo Ildefonso (1777) e Badajoz (1801), este último estabelecia a posse dos Sete Povos das Missões para Portugal e a Colônia do Sacramento para a Espanha. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808 e a conquista de toda a península ibérica pelos espanhóis o cenário para novas configurações na região platina estava favorável. O plano de D. João era expandir as fronteiras brasileiras até a margem esquerda do rio da Prata com o apoio dos ingleses. Em 15 de março de 1810, D. João enviou um emissário para Buenos Aires oferecendo proteção anglo-portuguesa contra uma possível invasão francesa na América. O governo de Buenos Aires, representado pelo Cabildo (Câmara Municipal) recusou a proposta e a população agitada expulsou as autoridades ligadas aos franceses do país. Aliás, 1810 ficou conhecido como o "fatídico ano 10", pois todos os governos espanhóis da América acabaram sendo depostos, assinalando assim o fim do colonialismo espanhol no continente americano. Mas não era apenas D. João que tinha interesse sobre esta região. Carlota Joaquina, sua esposa, também manifestou seu desejo de ter seu próprio Império. E argumentando ser irmã de Fernando VII, rei espanhol destronado por Napoleão Bonaparte, ela reivindicou para si o trono espanhol e por conseguinte os domínios espanhóis no cone sul! Mesmo apelando para o embaixador inglês lord Strangford e para o almirante sir Sidney Smith, o plano de Carlota Joaquina não colou! A desconfiança dos espanhóis (afinal ela era casada com um príncipe português) foi maior do que a vontade deles terem uma nova rainha. 🤦‍♂️👸

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sexta-feira, 13 de maio de 2022

13.05.22 - FALTAM 117 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

📜🤴 O mês de maio de 1822 foi decisivo para os acontecimentos que culminariam na emancipação política do brasil que seria oficializada em 7 de setembro como o famoso "grito do Ipiranga". Ainda no começo do mês, dia 4, D. Pedro sanciona uma lei que estabelecia que nenhuma ordem vinda de Lisboa teria validade no Brasil sem o seu consentimento. O ato que ficou conhecido como o "Cumpra-se", foi mais um passo rumo à Independência, que se somou à decisão de D. Pedro a permanecer na colônia atendendo a um abaixo-assinado com 8000 assinaturas organizado pelo senador José Clemente Pereira; mesmo com a exigência das Cortes portuguesas para que ele retornasse à Lisboa, feito este acontecido no dia 9 de janeiro de 1822, intitulado na historiografia como sendo o "dia do fico". No dia anterior ao "Cumpra-se" (3 de maio), membros da maçonaria carioca decidiram condecorar o D. Pedro com o título de "Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil". O príncipe-regente aceitou parcialmente a homenagem (ele recusou o título de protetor) como relata em carta enviada a seu pai, D. João VI: "Honro-me e orgulho-me do título que me confere este povo leal e generoso; mas não o posso aceitar tal como se me oferece. O Brasil não precisa de proteção de ninguém, protege-se a si mesmo. Aceito porém o título de Defensor Perpétuo e juro mostrar-me digno dele enquanto uma gota de sangue correr nas minhas veias". E num dia como hoje, 13 de maio, há exatos 200 anos, D. Pedro recebia de José Bonifácio de Andrada e Silva, grão-mestre da loja Grande Oriente do Brasil, o título conferido pelo Senado da Câmara. A data foi escolhida por ser o aniversário de seu pai, D. João VI, que naquele dia completava seus 55 anos (ele viria a falecer 4 anos depois em 10 de março de 1826). O intempestivo mês de maio teria novos capítulos, como a proposta de convocação de uma Assembleia Constituinte para o Brasil, feita por Gonçalves Ledo no dia 23. Não por acaso, os três nomes citados, José Clemente, José Bonifácio, e Gonçalves Ledo são maçons, o que comprova a presença marcante da Maçonaria no processo de emancipação política do Brasil. Curiosamente, no mesmo dia 13 de maio, mas 66 anos depois, uma princesa-regente, neta de D. Pedro I, assinaria uma lei (Nº 3.353 de 13/05/1888) que acabaria com a escravidão no Brasil: a Lei Áurea. 💪🏿🧑🏾🧑🏾‍🦱🧓🏾👊🏾

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quinta-feira, 12 de maio de 2022

12.05.22 - FALTAM 118 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

🤦‍♂️🎶🤦🏽‍♀️ Apesar de não ser tão conhecido quanto o Hino Nacional, a Independência do Brasil também tem seu hino, cujo refrão é: "Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre. Ou morrer pelo Brasil", e cujos versos foram escritos por Evaristo Ferreira da Veiga e Barros, que era poeta, jornalista, político e livreiro. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 8 de outubro de 1799. No mesmo ano da Independência (1822) Evaristo da Veiga compôs a letra do Hino da Independência, que ele chamou de "Hino Constitucional Brasiliense", e anos mais tarde seria musicalizado pelo próprio imperador. No ano seguinte inaugura sua livraria, na rua da Quitanda. Publica seus primeiros versos. Sua Livraria, não era apenas uma livraria, mas se tornou um ponto de reunião e debate. Para o desgosto dos liberais, a Constituição de 1824 dera ao imperador excessiva autoridade, e as discussões eram frequentes. Em 1827 ingressou no jornal “Aurora Fluminense”, de oposição ao governo, difusor de ideias constitucionalistas e liberais. Logo tornou-se proprietário, escrevendo todos os artigos. Nesse mesmo ano casa-se com Ideltrudes d'Ascensão. Em 1831 foi eleito deputado pela província de Minas Gerais, sendo reeleito por três mandatos. Fez oposição aos irmãos Andradas e apoiou a nomeação de Diogo Antônio Feijó, como Ministro da Justiça, indicado pelo partido Liberal. Evaristo da Veiga foi membro fundador da Sociedade Defensora da Liberdade e da Independência Nacional, precursora do Partido Moderado. Foi membro do Instituto Histórico de França e da Arcádia de Roma. Em 1937 voltou ao Rio de Janeiro. Fechou seu jornal, passando a se dedicar à literatura, tornando-se um dos precursores do Romantismo no Brasil. Suas poesias só foram publicadas em 1915, nos anais da Biblioteca Nacional, vol. XXXIII. Evaristo da Veiga é o patrono da cadeira n° 10 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Rui Barbosa. Seu falecimento ocorreu em 12 de maio de 1837, completando na data de hoje, seus 185 anos de partida. 😓🖤⚰️

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quarta-feira, 11 de maio de 2022

11.05.22 - FALTAM 119 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣9️⃣ 🎉🇧🇷

💣💥 Revanchismo, expansionismo e colaboracionismo são as três palavras que podem resumir a política externa adotada por D. João em relação à França, Espanha e Inglaterra, respectivamente, após instalar a corte portuguesa no Brasil em 1808. As questões de limites brasileiros já haviam sido discutidas e definidas em acordos internacionais anteriores como os tratados de Madri (1750), de Santo Ildefonso (1777), de Utrecht (1713), o que não impediu D. João de querer expandir as fronteiras da colônia. Em 1º de maio de 1808, já instalada no Brasil a sede do Reino, que pretendia ser "um império poderoso, cheio de prestígio e que garantisse a segurança de seus súditos," D. João declarou guerra a Napoleão e aos franceses e considerou nulos os tratados assinados anteriormente com aquele país. Com o objetivo de ampliar seu Império na América, eliminar a ameaça francesa e, ao mesmo tempo, vingar-se da invasão napoleônica em Portugal, D. João resolveu ocupar a Guiana Francesa, incorporando-a aos seus domínios. Para tanto, enviou uma força militar com o objetivo de restabelecer os limites entre o Brasil e a Guiana. Recebendo reforço naval da Inglaterra, as forças portuguesas partiram para o ataque e, em janeiro de 1809, tomaram posse da Colônia em nome de D. João. A permanência portuguesa em Caiena foi breve, pois o principal objetivo da invasão era usar a cidade em negociações com os franceses como moeda de troca por Olivença – que até hoje é motivo de litígio entre Espanha e Portugal, por ela estar sob território espanhol. Em 1815, com a derrota de Napoleão, a posse da Colônia voltou a ser reivindicada pelo Governo francês, agora sob o domínio de Luís XVIII. Como os termos da proposta francesa não foram aceitos por D. João, a questão passou a ser discutida pelo Congresso de Viena, no mesmo ano. Nessas conversações a França concordou em recuar os limites de sua Colônia até a divisa proposta pelo Governo português. Entretanto, somente em 1817 os portugueses deixaram Caiena, com a assinatura de um convênio entre a França e o novo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Vieram da Guiana Francesa, duas espécies vegetais que tiveram relevância na composição da economia brasileira a partir do século XIX: a cana caiena, que se adaptou às regiões açucareiras substituindo com sucesso as variedades tradicionais por ser mais doce; e as primeiras mudas de café, trazidas pelo sargento-mor Francisco de Mello Palheta (após seduzir a esposa do governador de Caiena) e que logo se expandiram pelo Brasil se fixando principalmente no oeste paulista, região onde predomina a chamada "terra roxa". Vale salientar que o café passou a ser o principal produto de exportação brasileira no período imperial e em boa parte do período republicano também. 🎋☕😋

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terça-feira, 10 de maio de 2022

10.05.22 - FALTAM 120 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷

🌳🍃 A diversidade e a riqueza naturais do Brasil sempre despertaram a curiosidade dos estrangeiros e viajantes durante o período colonial. Não foi por acaso que no dia 15 de julho de 1817 chegou ao Brasil uma Missão Científica, vinda da Áustria, Baviera, e Boêmia, patrocinada pela princesa Maria Leopoldina, esposa de D. Pedro, e também naturalista – o interesse dela na parte de botânica era bem visível na coleção de espécies que ela mantinha no palácio imperial. Vieram nesse grupo os naturalistas bávaros Carlos Felipe von Martius e João Baptista von Spix, que estudaram a natureza do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. Ambos, publicaram obras resultantes desses estudos (Martins publicou mais, pois Spix morreu precocemente em 14 de março de 1826). Além de pesquisas botânicas e zoológicas, Spix e Martius deixaram escritos sobre a sociedade colonial da época, que ainda hoje servem como fontes documentais para os historiadores. João Emanuel Pohl, natural da Boêmia, revelou a riqueza botânica e mineral de Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Pará. Outros cientistas viajantes também estiveram no Brasil no início do século XIX, como por exemplo, o russo Von Langsdorff, que veio em 1825 para fazer um levantamento científico das regiões de Mato Grosso e Amazonas, mas foram vencidos pelas doenças tropicais e o próprio Langsdorff voltou mentalmente perturbado para a Rússia, e seus arquivos guardados no museu Hermitage em São Petersburgo ainda hoje são estudados. Outros cientistas, naturalistas e botânicos que singraram as matas, rios e florestas brasileiras nessa época foram: Henry Koster, John Mawe, John Luccok e Auguste Saint Hilaire. Eles deixaram um legado que até hoje serve de consulta para pesquisadores e interessados em conhecer a História da Botânica brasileira. 🧐🔬🌱

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segunda-feira, 9 de maio de 2022

09.05.22 - FALTAM 121 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷

👨‍🎨🇫🇷 As ligações entre o Rio de Janeiro e os franceses remontam aos tempos coloniais do século XVII, quando liderados por Nicolau Durand Villegaignon e com o apoio do Almirante Gaspar Coligny tentaram fundar uma colônia francesa na Guanabara com o nome de França Antártida, um reduto de huguenotes que fugia das guerras religiosas europeias entre protestantes e católicos. Com o apoio dos Tamoios, cujos caciques Aimberê e Cunhambebe lutaram a favor dos franceses, eles conseguiram se estabelecer entre 1555 e 1560 quando foram definitivamente expulsos pelos portugueses chefiados por Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral Mem de Sá, que era a autoridade mais importante no Brasil Colonial (acima dele, só o rei de Portugal). Derrotados pelas armas, os franceses voltaram ao Rio de Janeiro em 1816, mas dessa vez convidados por António de Araújo e Azevedo, Conde da Barca, simpatizante dos franceses, com uma missão de criar uma academia de Artes e Ciências no Brasil, algo que não conseguiram sucesso. Composta por pintores, escultores, arquitetos e artífices – dentre eles os talentosos Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay – a Missão Artística francesa conseguiu documentar através da arte aspectos relevantes da vida cotidiana no Rio de Janeiro e no resto do país. Coube também aos franceses organizar e ornamentar as grandes celebrações que a Casa de Bragança faria na colônia, dentre elas o casamento de D. Pedro e Maria Leopoldina, e o aniversário, a aclamação e a coroação de D. João VI, com a contrapartida de serem custeados pelos cofres do reino. No campo da arquitetura, a Missão Artística Francesa desenvolveu aqui o estilo neoclássico, abandonando os princípios barrocos. Alguns artistas voltaram à Europa depois de um curto período, outros ficaram por mais tempo ou morreram cedo. O legado deixado pela Missão Artística Francesa foi publicado na Europa sob a forma de livros e álbuns, que inspiraram novos artistas e mostraram aos europeus novas facetas da colônia brasileira, cujos registros escritos e iconográficos se resumiam a relatos de viajantes ou às icônicas obras do artista holandês Albert Eckhout, que viveu no século XVII, algumas delas hoje se encontram em exposição permanente no Instituto Ricardo Brennand no bairro da Várzea, em Recife, capital de Pernambuco. ⚔️ 🖼️ 🛡️

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domingo, 8 de maio de 2022

08.05.22 - FALTAM 122 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣2️⃣ 🎉🇧🇷

🤴⚜️ A lista de realizações da administração joanina no Brasil chega a dar inveja a alguns governantes do presente. Se formos parafrasear o lema do plano de metas de Juscelino Kubitschek (presidente do país entre 1956 e 1960), diríamos que D. João fez uma versão tipo "130 anos em 13". As medidas mais lembradas são, sem sombra de dúvidas, a abertura dos portos de 1808 e a elevação à reino unido de 1815, mas não ficou só nisso a gestão do príncipe-regente na colônia brasileira. D. João criou o Banco do Brasil (12 de outubro), uma tipografia e o primeiro jornal oficial, a Gazeta do Rio de Janeiro, ainda em 1808. Dentre as realizações joaninas podemos mencionar: a criação da Biblioteca Real (28 de outubro de 1810), do Museu Nacional (6 de junho de 1818) – que sofreu um incêndio em 2 de setembro de 2018 destruindo boa parte de seu acervo –, da Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios (12 de agosto de 1816) – que se tornou a Academia Imperial das Belas Artes a partir de 1826 –, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (13 de junho de 1808), e do Observatório Astronômico (15 de outubro de 1827). Escolas de Medicina foram criadas em Salvador (18 de fevereiro de 1808, a mais antiga do Brasil) e no Rio de Janeiro (5 de novembro de 1808). Cursos como Agricultura, Cirurgia, Química, e Desenho Técnico foram instalados e autorizados. Foi criado também um Museu de Mineralogia e uma fábrica de pólvora. Com o intuito de fomentar a cultura e a modernização do Brasil, D. João trouxe da França artistas liderados pelo museólogo Joaquim Lebreton. A iniciativa ficou conhecida como Missão Artística Francesa e dela fizeram parte os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny. Vale lembrar que a maioria dessas medidas não beneficiaram a maioria da população brasileira, que continuava, em sua maioria, cativa dos grandes escravocratas. Eram medidas destinadas à satisfação das elites sociais, cujo objetivo era europeizar o Brasil, prevalecendo a mentalidade colonialista da oligarquia latifundiária. 😒😠

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07.05.22 - FALTAM 123 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣3️⃣ 🎉🇧🇷

🌊⛵ A abertura dos portos às nações amigas assinada em 28 de janeiro de 1808 por D. João beneficiou principalmente a Inglaterra, que abocanhou o mercado interno brasileiro como potencial consumidor de seus produtos industrializados, embora alguns deles fossem inúteis para um país tropical, como por exemplo, patins que acabaram virando trincos de portas! Como se não bastasse a abertura dos portos, os ingleses ainda conseguiram negociar um Tratado de Comércio, Navegação e Amizade em 1810, que fixava em 15% a tarifa alfandegária (ad valorem) sobre os produtos ingleses importados para o Brasil. Os demais países pagavam uma taxa de 24% e Portugal pagava 16%. Como se pôde perceber as diferenças alfandegárias privilegiavam os produtos ingleses, que conseguiam concorrer com os demais por causa da baixa taxação, com preços menores sobre os demais. Sem uma política protecionista, o Brasil perdeu muito de seu (reduzido) mercado interno para os britânicos, que por sua vez, defendiam a abolição dos escravos, não por razões humanitárias, mas obviamente econômicas – em vez de escravos teríamos trabalhadores assalariados com poder de compra para adquirir os produtos ingleses. Somente em 1816 é que ocorreu a equiparação das taxas alfandegárias inglesas e portuguesas, mas já era tarde demais: os portugueses não tinham condições de competir com o exitoso esquema mercantil-industrial britânico. 💸😥

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sexta-feira, 6 de maio de 2022

06.05.22 - FALTAM 124 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣4️⃣ 🎉🇧🇷

➕⏳✖️ Cada povo conta a sua História. E a História é cheia de contas... Quando D. João veio (ou fugiu) para o Brasil trouxe consigo aproximadamente 15000 pessoas, que navegaram 54 dias numa esquadra portuguesa formada por 8 naus, 3 fragatas, 2 brigues, 1 escuna e 1 charrua, acompanhada por 4 naus inglesas e mais 30 navios mercantis. Ao chegar no Rio de Janeiro encontraram uma cidade com aproximadamente 60000 habitantes, sendo 20000 deles escravizados; aliás de cada 3 brasileiros, 2 eram escravizados. Da chegada de Pedro Álvares Cabral até a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves (que legalmente pôs fim à condição de colônia em nosso país) foram 315 anos – seriam mais 7 a frente para a emancipação definitiva – durante os quais o Brasil expandiu-se territorialmente para mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, ao qual caberiam 93 vezes a capital portuguesa, Lisboa. Apesar do tamanho continental, o Brasil em 1821 acumulava uma dívida de 9800 contos de réis, cerca de 1,9 milhão de libras esterlinas (600 milhões de reais atuais), consequência da retirada do capital do Banco do Brasil por D. João VI quando ele voltou para Portugal, após 13 anos de permanência no Brasil. Do dia 9 de janeiro de 1822, quando D. Pedro após receber um abaixo-assinado com aproximadamente 8000 assinaturas decidiu ficar no Brasil, até o dia 7 de setembro de 1822, quando decidiu romper definitivamente com Lisboa às (quase) margens do riacho Ipiranga com uma comitiva de aproximadamente 40 pessoas, se passaram 241 dias. Contar Histórias sempre foi uma prerrogativa dos historiadores, mas quantificar, estabelecer estatísticas, calcular índices, formular tabelas, etc... isso é uma dádiva dos matemáticos! E hoje, aniversário de nascimento de Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan (127 anos), autor da obra "O Homem que Calculava", ficou sendo Dia Nacional da Matemática. História e Matemática que sempre dialogam entre si. Dizem que quem conta um conto, aumenta um ponto. E é nesse ponto que entra a pesquisa histórica para distinguir o que é História com H de Estória com E, separando ficção do que é imaginação. 📖✒️🧐

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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quinta-feira, 5 de maio de 2022

05.05.22 - FALTAM 125 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

👮‍♂️🇫🇷 Napoleão Bonaparte pode ser considerado o personagem francês no enredo da Independência. O general que chegou ao poder após o golpe de 18 brumário, tornando-se um dos membros mais importantes do Consulado, conseguiu acumular poderes até chegar a ser coroado, ou melhor, se autocoroar, imperador. A França napoleônica expandiu seus domínios sobre a Europa, destronando reis e ocupando territórios com um poderoso exército. Nem mesmo a coalização austro-prussiana, sob a liderança dos Habsburgos, uma das casas dinásticas mais reacionárias da Europa, conseguiu barrar seus ímpetos imperialistas. O único país europeu que conseguiu rivalizar com Napoleão foi a Inglaterra, e isto graças a uma dádiva da natureza: o canal da mancha que separa os dois países no mar do Norte, que era guardado pela poderosa marinha de guerra britânica. O melhor exército não era páreo para a melhor marinha, e Bonaparte sabia disso, tanto que preferiu estrategicamente derrotar os ingleses não pela força das armas, mas com o peso de um embargo comercial que ficaria conhecido como bloqueio continental. Foi quando a História do Brasil se cruzou com a conturbada História da Europa no começo do século XIX. A coroa portuguesa, na época ocupada por D. João, na condição de príncipe-regente, preferiu manter-se neutro em relação às rivalidades franco-britânicas. As ligações comerciais entre Portugal e Inglaterra, desde os tempos do Tratado de Methuen (1703), eram mais fortes do que a ameaça de uma invasão francesa, que estava cada vez mais evidente. E para salvar a coroa e a Casa dos Braganças, D. João negociou secretamente com os ingleses uma retirada estratégica da corte portuguesa para sua colônia além-mar. Alguns chamaram isso de "vinda da família real portuguesa para o Brasil". Mas até a própria rainha-mãe, D. Maria I, a qual chamavam de "A Louca" admitiu que aquilo estava mais para uma fuga mesmo! E de quem eles estavam fugindo mesmo? De Napoleão Bonaparte, o mais francês dos franceses no processo da emancipação política, embora não tenha sido o único francês que dela participou – lembremos do comandante Pierre Labatut, por exemplo. Napoleão também esteve nos planos dos revolucionários pernambucanos de 1817 que pretendiam libertá-lo da sua prisão na Ilha de Santa Helena e trazê-lo para o Brasil. Durante anos, o exército napoleônico redesenhou o mapa geopolítico europeu; mas o personagem que fez História foi mais uma vez derrotado por uma condição da Geografia: o "general inverno russo". Desterrado para a ilha de Elba, como uma fênix, ele renasce para uma última empreitada de 100 dias, mas a derrota em Waterloo encerra a carreira militar de Napoleão. Seus últimos dias são vividos no exílio na ilha de Santa Helena, onde veio a falecer em 5 de maio de 1821, portanto há 201 anos. 😓🖤

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quarta-feira, 4 de maio de 2022

04.05.22 - FALTAM 126 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣6️⃣ 🎉🇧🇷

🤴📜 As relações entre o príncipe-regente D. Pedro e as Cortes de Lisboa ficavam cada vez mais tensas à medida que a Assembleia Constituinte portuguesa reivindicava o retorno dele para Portugal e a anulação das medidas joaninas que privilegiavam o Brasil, ou seja a Abertura dos Portos às Nações Amigas de 1808 (que na prática acabou com o monopólio colonial) e a Elevação à Reino Unido a Portugal e Algarves (que na prática dava à ex-colônia mais autonomia político-administrativa), com o claro intento de recolonizar o Brasil. É nesse contexto que no dia 4 de maio de 1822, portanto há exatamente 200 anos, D. Pedro toma a decisão de sancionar o decreto do "cumpra-se", que determinava que a partir daquela data, nenhuma ordem vinda de Lisboa teria validade no Brasil sem o consentimento do príncipe-regente. Foi um dos atos mais corajosos de D. Pedro, pois externava claramente que não estava alinhado com os propósitos de seus pares lusitanos, e que discordava das decisões vindas de Lisboa. O "cumpra-se" de D. Pedro teve o mesmo peso político do dia do fico (9 de janeiro de 1822) quando ele decidiu permanecer no Brasil atendendo a um pedido de várias lideranças políticas, expresso num abaixo-assinado organizado por José Clemente Pereira, e da concessão do título de defensor perpétuo do Brasil, proposto por políticos ligados à maçonaria e concedido em 13 de maio de 1822, data do aniversário de D. João VI, pai de D. Pedro. A partir do "cumpra-se", D. Pedro passa a assumir o comando do processo que viria a culminar no grito do Ipiranga em 7 de setembro de 1822, resultando na emancipação política-administrativa do Brasil, sem ocorrer a fragmentação territorial do país e mantendo o "status quo" das oligarquias rurais, proprietárias de terras e de escravos. 😕🙁

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terça-feira, 3 de maio de 2022

03.05.22 - FALTAM 127 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣7️⃣ 🎉🇧🇷

⚖️📜 Após a emancipação política de 7 de setembro de 1822, o recém criado país precisava de um novo ordenamento jurídico em substituição às leis portuguesas que vigoravam desde os tempos coloniais. Foi dessa necessidade que em 3 de maio de 1823, completando hoje 199 anos, começaram os trabalhos legislativos da primeira Assembleia Constituinte brasileira, cuja finalidade era elaborar a primeira Constituição do país. Vale lembrar que os revolucionários pernambucanos de 1817 já haviam feito uma Constituição para Pernambuco e as províncias que aderiram ao movimento revolucionário, mas isso era algo bem localizado, não pensado para o país como um todo. Esta assembleia havia sido convocada em 3 de junho de 1822 pelo próprio D. Pedro I, atendendo a um pedido de Gonçalves Ledo feito em 23 de maio, e deixando enfurecido José Bonifácio de Andrada, ao qual se atribuí a seguinte frase: "Hei de enforcar esses constitucionais na praça da Constituição". No entanto, embora contrário à convocação da Constituinte, Bonifácio acabou por aceitá-la. A Assembleia Constituinte conseguiu reunir 84 de seus 100 deputados, de 14 províncias. Representava a elite política e intelectual da época, composta de magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e professores. As províncias do Pará, Maranhão, Piauí e Cisplatina (hoje Uruguai) não se fizeram representar por estarem envolvidas nas guerras de independência. Teve como relator o deputado Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva (SP) que apresentou um projeto de Constituição com 272 artigos. A Assembleia Constituinte entrou em confronto com o imperador D. Pedro I, que não aceitou a tentativa de redução do seu poder e a dissolveu em 12 de novembro de 1823. O imperador nomeou em seguida um Conselho de Estado para elaborar uma Constituição que lhe deu amplos poderes, outorgada em 25 de março de 1824. 🤴⚜️

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segunda-feira, 2 de maio de 2022

02.05.22 - FALTAM 128 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 1️⃣2️⃣8️⃣ 🎉🇧🇷

🤴🏘️ Podemos dizer, resguardando as devidas proporções de tempo e espaço, que D. João está para o Rio de Janeiro, assim como Maurício de Nassau está para Recife. Quem estuda História sabe que estabelecer comparações é um terreno denso e ao mesmo tempo perigoso, porque a linha entre os dois objetos que são comparados pode ser tênue demais e esconder elementos que fazem a diferença. Além de se ter que se respeitar o contexto histórico de cada época. Vejamos então, quais as semelhanças entre o Maurício de Nassau que chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637 e o D. João que desembarcou no Rio de Janeiro em 22 de janeiro de 1808. Ambos encontraram cidades que ansiavam por um processo de (re)urbanização, seja a Recife que recebeu os holandeses no século XVII ou o Rio de Janeiro da corte joanina. A chegada desses novos governantes, Nassau na condição de contratado da Companhia das Índias Ocidentais para administrar os domínios conquistados pela Holanda no nordeste brasileiro, ou D. João, enquanto príncipe-regente da corte portuguesa, trouxe um dinamismo urbano nunca antes visto nessas duas cidades. Nassau remodelou o Recife, construindo palácios, pontes e jardins. Mandou trazer da Europa, pintores, cientistas e astrônomos. Garantiu a liberdade e tolerância religiosas. E financiou os engenhos destruídos após a guerra contra os invasores. Seus interesses eram prioritariamente econômicos, bem distintos dos de D. João, que militava mais no campo político-administrativo. O Rio de Janeiro não ficou isento das mudanças provocadas pela presença da corte. E igual à Veneza brasileira – título pelo qual se conhece Recife – recebeu mudanças urbanísticas como a construção do Jardim Botânico, e a construção de prédios que deveriam abrigar os novos projetos que a Coroa tinha para o Brasil, como por exemplo, a criação do do Banco do Brasil e a fundação da Academia Militar e do Hospital Militar. Novos tempos aguardavam o Rio de Janeiro joanino. Mas seria o começo do fim do período colonial brasileiro. 🙄😮

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🖼️ A imagem escolhida para retratar o post foi "Casario" (1816), de Jean Baptiste Debret, pintada em aquarela sobre papel.

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domingo, 1 de maio de 2022

01.05.22 - FALTAM 129 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🧑🏾‍🦱🧓🏾 No dia em que se celebramos o dia dos trabalhadores, impossível não se lembrar da principal mão-de-obra quando o Brasil se tornou independente: a escrava. Não existem registros precisos dos primeiros escravos negros que chegaram ao Brasil. A tese mais aceita é a de que em 1538, Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, teria traficado para a Bahia os primeiros escravos africanos. Eles foram literalmente arrancados de sua terra natal, sendo a maior migração forçada da História, postos em navios negreiros e trazidos em condições miseráveis e sub-humanas. A mortalidade na viagem da África para o Brasil era alta. Os que sobreviviam eram logo separados do seu grupo lingüístico e cultural africano e misturados com outros de tribos diversas para que não pudessem se comunicar. A partir de agora, sua existência se resumia ao trabalho desgastante e exaurido para enriquecer seus senhores. Quem se revoltasse, era submetido à castigos cruéis e desumanos. O escravo tornou-se a mão-de-obra fundamental nas plantações de cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão, nos engenhos, e mais tarde, nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de gado. Além de mão-de-obra, o escravo representava riqueza: era uma mercadoria, que, em caso de necessidade, podia ser vendida, alugada, doada e leiloada. O comércio de escravos entre a África e o Brasil tornou-se um negócio muito lucrativo. O apogeu do afluxo de escravos negros pode ser situado entre 1701 e 1810, quando 1.891.400 africanos foram desembarcados nos portos coloniais. Nem mesmo com o processo de emancipação política do Brasil eles foram beneficiados. Apenas Tiradentes, da Conjuração Mineira de 1789 defendia abertamente a abolição. Os conjurados baianos de 1798 foram mais abolicionistas que seus pares mineiros, e em Pernambuco durante a Revolução de 1817 o assunto voltou à pauta, mas quando os negros começaram a cobrar esta promessa, os grandes senhores de engenho se retiraram da revolta. Sobre o Brasil de 1822 pairava o medo de uma grande revolta negra liderada pelos escravos. O Haitianismo tirava o sono dos escravistas. Aos negros escravizados devemos a riqueza produzida no Brasil colonial. Aos seus descendentes devemos respeito e sobretudo uma postura antirracista, contrária ao preconceito e à segregação racial que durante anos prevaleceu na sociedade brasileira. 💪🏽👊🏿

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06.09.22 - FALTA 1 DIA PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣0️⃣1️⃣ 🎉🇧🇷 📖✍️ E assim chegamos ao fim de uma jornada – que começou em 19 de fevereiro de 2022. Foram 200 dias de estudo, leit...