🇧🇷🎉 1️⃣1️⃣0️⃣ 🎉🇧🇷
📖✍🏾 O escritor Lima Barreto, autor de obras como "Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) e "Triste fim de Policarpo Quaresma" (1915), que coincidentemente completará seus 100 anos de falecimento neste ano do Bicentenário da Independência (ele faleceu em 1° de novembro de 1922), escreveu que "o Brasil não tem povo, tem público". Aristides Lobo, jornalista que acompanhou o processo da queda da monarquia e instauração da República afirmou que "o povo assistiu bestializado" à tomada de poder por Deodoro e os militares positivistas em 15 de novembro de 1889. Quem se aventurar a procurar o povo no processo da emancipação política de 1822 por certo concordará com Barreto e Aristides quando ao papel das massas nesses processos de ruptura e mudança de regime político. Já comentamos que o liberalismo europeu não combinava com a estrutura social vigente na colônia em que a maioria da população era escravizada e a distribuição de terras estava concentrada nas mãos de poucos senhores abastados. A ideia da formação de uma república, seguindo o exemplo das ex-colônias das Américas Inglesa e Espanhola, não vingou na colônia, apesar dela estar presente na Conjuração Mineira de 1789, na Conjuração Baiana de 1798, e na Revolução Pernambucana de 1817 – sem esquecer do primeiro grito de república nas Américas dado por Bernardo Vieira de Melo no Senado de Olinda durante a Guerra dos Mascates em 10 de novembro de 1710. O mais próximo que se pode chegar desse segmento relevante da população (o povo), que era a maioria, mas não tinha vez, nem voz, é citarmos alguns dos personagens cujas propostas estavam mais alinhadas com os anseios populares. A tônica desse grupo, que dentro dessa conjuntura aparentemente revolucionária (mas essencialmente reacionária), pautava sua atuação seja nas Cortes de Lisboa ou nas Câmaras locais das províncias (após 1815, as Capitanias se transformaram em províncias) era a limitação do poder absoluto de D. Pedro, uma prerrogativa antiga dos Braganças, e mais autonomia para as casas legislativas com a descentralização do poder central, algo bem mais próximo do ideial iluminista deixado por Locke, Montesquieu e Rousseau. Quem foram esses jacobinos do "outro lado do Atlântico" nas terras brasilis? Cipriano Barata, Gonçalves Ledo, Muniz Tavares, etc. A versão nutella, como dizem os internautas, do liberalismo raiz, importado dos salões parisienses... 😕😒
#independenciadobrasil
#110diasparaobicentenariodaindependencia
#contagemregressivaparaobicentenariodaindependencia
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
Sem comentários:
Enviar um comentário