segunda-feira, 15 de agosto de 2022

15.08.22 - FALTAM 23 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

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🙋‍♂️🙋🏼‍♀️ Os paraenses comemoram hoje, 15 de agosto, sua data magna – aquela que é mais importante para cada Estado da Federação –, é o dia da Adesão do Pará à emancipação política do Brasil em relação a Portugal (expressão que melhor define o que a maioria chama de "Independência do Brasil". O Pará, ou melhor, Grão-Pará, era a única província que não reconhecia a Independência do Brasil no segundo semestre de 1823 (os baianos haviam expulsado as tropas de Madeira de Melo de Salvador em 2 de julho, após acirrada resistência que culminou numa guerra que durou mais de um ano). As demais províncias que haviam se rebelado (Maranhão, Piauí, Cisplatina) já haviam sido derrotadas pelas tropas legais ao recém-criado Império Brasileiro, que contava com mercenários estrangeiros em suas fileiras, como Pierre Labatut, Lord Cochrane, e John Grenfell. E foi justamente este último que no dia 11 de agosto de 1823 desembarcou em terras paraenses trazendo consigo um documento ameaçando bombardear Belém com uma esquedra ancorada em Salinas e sitiar seu porto, caso resistisse à emancipação brasileira. Receosas de um ataque fatal para a cidade, as autoridades locais, sentindo-se intimidadas preferiram assinar o documento de adesão, embora tudo não passasse de um blefe de Grenfell: não havia nenhuma esquadra pronta para atacar a província. Tarde demais para os paraenses, que no dia 15 de agosto de 1823, portanto há 199 anos completados hoje, assinaram o documento de adesão no Palácio Lauro Sodré, que era a sede da colônia portuguesa na época. Após a assinatura da adesão, que mais soou para a população local como um ato covarde de rendição, o povo se revoltou e três meses depois houve uma manifestação, onde atualmente é a praça Dom Frei Caetano Brandão. A principal reivindição era a igualdade de direitos entre os brasileiros e portugueses. Grenfell não teve habilidade política para lidar com a situação e recorreu ao autoritarismo militar. Várias prisões foram feitas, mesmo que fossem pessoas sem nenhuma relação com o levante, bastava ser suspeito de participar dela. Nem o cônego Batista Campos escapou da repressão, sendo amarrado a boca de um canhão, e ameaçado de ser destroçado aos pedaços, pois Grenfell acredita que ele era o líder da revolta. Após sucessivos apelos da população, o cônego foi solto, mas uma tragédia maior ainda estava por acontecer. Na Baía do Guajará, 256 manifestantes foram aprisionados no porão de um navio e morreram asfixiados. A embarcação ficou conhecida como Brigue Palhaço, por conta da fisionomia dos manifestantes mortos ali no porão, com os rostos esbranquiçados que lembravam palhaços. Grenfell foi julgado e inocentado desse massacre. Treze anos depois, os paraenses pegariam em armas novamente contra o governo central que ficava no Rio de Janeiro. Era a Revolta da Cabanagem, uma das mais populares do período regencial brasileiro. Por ser a última província a aderir à Independência, a estrela que representa o Pará na bandeira do Brasil, é a única que fica acima da faixa com a inscrição "ordem e progresso". ⭐🇧🇷

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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