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🤔❓ O que faz tanta gente ir às ruas em Salvador anualmente a cada dois de julho? Por que para esta gente baiana o dois de julho tem mais sentido e significado do que o sete de setembro? A verdade é que existe uma grande diferença entre os dois tipos de comemorações que são feitas nas duas datas citadas. Enquanto que no sete de setembro nos acostumamos com os desfiles cívico-militares com escolas e as forças armadas nas ruas em fileiras perfiladamente organizadas e com gestos repetitivos, ao som de bandas e fanfarras; nos desfiles do dois de julho, é a multidão que protagoniza o espetáculo. Ali não predomina a figura de um príncipe montado numa garboso cavalo (que aliás já sabemos que nem num cavalo ele estava naquela ocasião), mas de personagens ligados ao povo, às suas lutas, aos seus anseios e dores, cujos valores vão além do mero e alienado patriotismo. Ali estão presentes o caboclo, Maria Quitéria, Maria Felipa, a memória de Joana Angélica e do corneteiro Lopes, pessoas iguais aos que pegaram em armas e deram suas vidas para a liberdade do povo baiano e consolidando a emancipação política do país. Não é mera casualidade que o dois de julho tenha muito mais apelo popular do que o sete de setembro nas comemorações da Independência da Bahia. E que se registre aqui a grande injustiça e incoerência históricas quando se trocou o nome do aeroporto de Salvador – que desde 1955 já se chamava dois de julho – pelo nome de um influente político baiano. Salve dois de julho. E que os ecos do hino da Bahia não sejam esquecidos: "com tiranos não combinam... brasileiros, brasileiros... CORAÇÕES!!! 👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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