quarta-feira, 3 de agosto de 2022

03.04.22 - FALTAM 35 DIAS PARA O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

🇧🇷🎉 0️⃣3️⃣5️⃣ 🎉🇧🇷

😠🏛️ Apesar de ser uma irmandade, a Maçonaria brasileira estava dividida quanto ao processo de emancipação política em 1822. O ponto de convergência entre os irmãos maçônicos era a necessidade de separar o Brasil (na época já alçado a condição de Reino Unido a Portugal e Algarves desde 1815) de Portugal, manter privilégios conquistados durante o período joanino – a abertura dos portos de 1808 e a autonomia político-administrativa de 1815 – e evitar uma possível recolonização, que era preterida pelas Cortes de Lisboa, como forma de sanear as finanças portuguesas abaladas após a invasão de Portugal pelos franceses em 1807. A divergência era em relação à forma de governo que seria adotada após a emancipação. Basicamente, havia dois grupos bem distintos: um que defendia a manutenção do Reino Unido, mas com a prevalência do princípio federativo, não ficando nenhuma das partes subordinada a outra, liderado pelo grão-mestre do Grande Oriente Basílico (atual Grande Oriente do Brasil) José Bonifácio de Andrada e Silva; e outro que defendia princípios republicanos liderado pelo jornalista e Primeiro Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo. No desenrolar do processo, ambos concordaram com a adoção de uma monarquia constitucional com o princípe-regente D. Pedro no trono, mas nem mesmo assim acabaram se entendendo, pois Bonifácio apoiava as ideias centralizadoras de D. Pedro e Gonçalves Ledo queria uma Constituição que limitasse os poderes do futuro imperador. Os dois grupos, o de Bonifácio e o de Ledo, disputaram entre si, quem atraíria mais para si a influência de D. Pedro, que era uma peça fundamental para o tabuleiro de poder que estava se formando com a proximidade cada vez mais evidente de uma separação política. Foi Ledo (juntamente com Januário Barbosa) quem redigiu o famoso discurso de 13 de maio que concedia a Dom Pedro o título de Defensor Perpétuo do Brasil, mas quem iniciou o princípe-regente na Maçonaria em 2 de agosto na Loja Comércio e Artes foi José Bonifácio. Na "corrida pela Independência" (com o perdão do trocadilho), Ledo também saiu na dianteira quanto à convocação da primeira Assembleia Constituinte brasileira, no dia 23 de maio, justamente no dia em que explode a Bernarda de Francisco Inácio, uma pequena revolta no interior da província de São Paulo contra... seu desafeto: José Bonifácio! A desavença entre ambos vai sair das reuniões secretas maçônicas e ser reverberada nos jornais que ambos publicavam (Revérbero Constitucional Fluminense, do grupo ligado a Ledo; "O Espelho" e o "Regulador Brasílico-Luso" do grupo ligado a Bonifácio), o que socialmente falando pouco influenciava uma vez que mais de 80% da população era analfabeta. A grande cartada de Gonçalves Ledo foi conseguir destituir José Bonifácio do cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente Basílico e colocar o próprio Dom Pedro em seu lugar no dia 4 de outubro. Há quem diga que foi um autêntico "golpe maçônico" de Ledo; mas não pensem que ele fez isso de graça: queria o juramento prévio de D. Pedro a Constituição e assinatura de três papéis em branco. A relação entre D. Pedro e Ledo estava apenas começando a azedar... 😒👑

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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