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🧐🤥 O chanceller alemão Otto von Bismarck dizia que "nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada". E foi com uma mentira que capitão inglês John Pascoe Greenfell conseguiu a rendição de Belém, capital da província do Grão-Pará em 15 de agosto de 1823, após uma assembleia no Palácio Lauro Sodré, sede da Colônia Portuguesa à época, atual sede do Governo do Pará. Num dia como hoje, 11 de agosto, há exatos 199 anos, Greenfell ancorou seu navio – o mesmo brigue São Miguel que fora capturado em São Luís no Maranhão e rebatizado com o nome de Maranhão – na baía do Guajará em frente à cidade de Belém. Ele mandou um emissário ao governo paraense com um ofício de Thomas Cochrane, almirante escocês que havia debelado a resistência no Maranhão, ameaçando bombardear a cidade de Belém e sitiar o seu porto. Os portugueses que resistiam à Independência no Grão-Pará ficaram apreensivos das consequências caso desobedecem às intimidações de Greenfell e Cochrane; mas o que eles não sabiam era que apenas um navio estava mesmo em Belém (os demais tinham ficado para trás, no Maranhão). A capitulação (rendição) veio quatro dias depois, mas teve um preço amargo e cruel. A instabilidade política na província provocou uma convulsão social e Belém mergulhou numa caos com cenas de vandalismo por toda a cidade. Nem Greenfell escapou da violência, sendo esfaqueado nas costelas por um português (ele sobreviveu ao atentado). Mas um dos episódios mais fatídicos da Guerra pela Independência no Grão-Pará se deu em 20 de outubro de 1823, quando 256 pessoas foram presas pelo próprio Greenfell no porão do brigue São José Diligente (depois rebatizado como brigue Palhaço). Os prisioneiros ficaram amontoados uns sobre os outros, e o comandante do navio ordenou que fechassem as escotilhas e ficassem apenas uma fresta aberta para entrar ar. Sem ar e com sede, bateu o desespero nos prisioneiros, que lutavam para sair do porão, sendo recebidos a tiros e com pás de cal virgem sobre eles pelos soldados. Após duas horas, nenhum barulho foi ouvido, e apenas na manhã do dia seguinte se teve noção da tragédia: dos 256 que estavam no porão, apenas 4 estavam vivos, e foram socorridos, porém apenas um conseguiu sobreviver, um rapaz de 20 anos. Os cadáveres foram retirados do navio e transportados para a margem esquerda da baía do Guajará onde foram sepultados numa vala comum. Foi o primeiro massacre do Estado brasileiro contra seu próprio povo no processo de emancipação política. Greenfell continuou na Marinha brasileira, foi julgado, mas inocentado da tragédia no brigue Palhaço. 😠⚖️
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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