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📖✍️ Quem conta um conto, aumenta um ponto. É muito provável que você conheça esta frase, que resume de maneira didática um dos grandes desafios de quem estuda o passado: como comprovar a narrativa sobre determinado fato ou personagem, sem cair na repetição de uma mentira ou algo que nunca aconteceu? É claro que enquanto ciência, a História possui uma metodologia própria para lidar com os fatos passados, que são estudados a partir das fontes históricas, sejam elas, escritas, não-escritas ou testemunhos orais. Cabe ao historiador, analisar cuidadosamente os registros deixados sobre os fatos históricos, para tirar deles as conclusões necessárias para reescrever o passado, respeitando o contexto histórico e o desenrolar do processo histórico. Não é uma tarefa fácil, requer perspicácia para não cair nas armadilhas do anacronismo, que é olhar para o passado com a visão do presente, e fazer uma leitura equivocada dos fatos. Quando se trata de um tema que suscita todo um imaginário construído durante anos para legitimar o poder de um grupo, fica mais difícil ainda separar o fato do mito, o acontecido do imaginado, o real do ideal. Com a Independência do Brasil não foi diferente. A maioria das pessoas, por exemplo, convencionou-se a imaginar o cenário da Independência como sendo o retratado no quadro "O Grito do Ipiranga" do pintor paraibano Pedro Américo, sem saber que o mesmo se valeu de "licenças poéticas" para compor sua obra de arte, que tinha um propósito muito distinto do que se espera de alguém que esteja realmente interessado em descrever um fato histórico. Acontecimentos históricos são acompanhados por pessoas, que se tornam testemunhas oculares, e algumas delas deixam relatos escritos para a posteridade, e estes textos podem trazer a luz que faltava para elucidar lacunas deixadas por narrativas que foram construídas propositadamente para enaltecer alguém (ou algo), legitimar atos de pessoas ou ideias por ela defendidas, desqualificar a ação de indivíduos e/ou de grupos num determinado processo histórico, ou simplesmente apagar a participação de grupos ou personagens que defenderam princípios contrários aos dos que detêm o controle da escrita historiográfica. Quem foram então, as pessoas que testemunharam os fatos ocorridos naquele distante 7 de setembro de 1822? O que eles escreveram a respeito disso? E até que ponto seus relatos podem ser tomados como creditáveis e fiéis ao que de fato aconteceu? É nessa seara embaraçosa e desafiando a linha tênue entre o fato e a ficção que vamos nas próximas postagens conhecer quem foram as testemunhas oculares da Independência do Brasil e o que elas escreveram a respeito. Começando pelos seus nomes: padre Belchior Pinheiro de Oliveira, alferes Francisco de Castro Canto e Melo (irmão da Marquesa de Santos, a principal amante do imperador), e o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo. Acompanhem as próximas postagens. 💻🧐
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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